16.03.2006 - Rio de Janeiro - Ativistas do Greenpeace
colocaram hoje de manhã uma faixa de
5 x 8 metros na mão da estátua
do Cristo Redentor, no Corcovado, para chamar
a atenção dos governos para a
alarmante perda de biodiversidade do planeta
e os riscos para a segurança ambiental
representada pelos transgênicos. A mensagem:
“O futuro do planeta está em suas mãos”
foi endereçada aos representantes de
governos de todo o mundo reunidos em Curitiba
para discutir medidas de proteção
às diferentes formas de vida na Terra.
A capital do Paraná
sedia este mês duas reuniões
da ONU: a 3a Reunião das Partes
do Protocolo de Cartagena e a 8a Conferência
das Partes da Convenção
das Nações Unidas sobre
Diversidade Biológica (CDB).
Representantes de 132 países
signatários do Protocolo de Cartagena
discutem a biossegurança global
relacionada ao transporte internacional
de OVMs (organismos vivos modificados).
A reunião da CDB, que volta ao
Brasil 14 anos depois de sua criação
na Eco-92, envolve delegações
governamentais de 188 países,
que vão discutir até o
dia 31 medidas necessárias para
barrar a alarmante perda de biodiversidade
no planeta até 2010. |
“Na segunda-feira (13/02),
o Brasil se posicionou claramente a favor da
necessidade de rotulagem para o transporte internacional
de transgênicos”, disse Benedikt Haerlin,
da delegação do Greenpeace Internacional,
presente na Reunião das Partes do Protocolo
de Cartagena (MOP), em Curitiba. Segundo ele,
governo da Nova Zelândia deve fazer o
mesmo para defender os interesses da biodiversidade
e da segurança ambiental. “Também
nos preocupa a possível obstrução
das discussões pelo México. Ainda
é cedo para saber se a biodiversidade
e os interesses dos países em desenvolvimento
vão prevalecer sobre os interesses da
indústria e dos Estados Unidos”, observou
Haerlin.
A ação direta
do Greenpeace no Cristo Redentor resultou
na prisão de cinco ativistas. Voluntários
escalaram a estátua e, depois de colocada
a faixa, um deles saltou da mão direita
do Cristo, mas teve problemas com uma das
cordas. Ele desceu a estátua de rapel,
em segurança. “Governos de todo o mundo
têm de correr riscos e trocar indecisões
por atos, palavras por ações
concretas em defesa do meio ambiente”, disse
Paulo Adário, coordenador da campanha
Amazônia, do Greenpeace.
Para ele, o mundo não
pode esperar outros 14 anos até que
os governos decidam fazer o que prometeram
em 1992, no Rio. “Se a extinção
em massa de animais e plantas ao redor do
mundo não for barrada imediatamente,
as futuras gerações não
terão chances de se beneficiarem de
um planeta saudável”, disse Adario.
“Florestas como a Amazônia estão
sendo destruídas numa escala assustadora.
A Amazônia tem pressa”.
A diversidade da vida terrestre
e marinha vem sendo destruída em um
ritmo alarmante. Esta perda de biodiversidade
afeta o funcionamento efetivo dos ecossistemas,
já que somos todos dependentes do meio
em que vivemos para obter alimentos, água
e medicamentos.
O Greenpeace
está em campanha para proteger os últimos
remanescentes florestais do planeta e, assim,
garantir proteção à vida
na Terra. A organização vêm
trabalhando no coração da Amazônia
para expor o avanço da fronteira agropecuária
na região, com a conversão de
grandes áreas de floresta em campos
de soja e pastos. O Greenpeace defende o estabelecimento
de redes de áreas protegidas e de uso
responsável em todo o mundo para conter
a perda de biodiversidade.