14/03/2006
- Diversas entidades, organizações
não governamentais e movimentos sociais
exigiram a definição pela rotulagem
obrigatória das cargas que contêm
organismos geneticamente modificados na abertura
do Fórum Global da Sociedade Civil,
evento paralelo que ocorre durante a 3ª.
Reunião das Partes (MOP3) e da 8ª.
Conferência das Partes (COP8).
O coordenador da Assessoria
e Serviços a Projetos em Agricultura
Alternativa (As-Pta), Gabriel Fernandes, afirmou
que o Fórum vai apresentar sua posição
pela obrigatoriedade da rotulagem das cargas
que contêm organismos geneticamente
modificados na plenária dos eventos.
“Será entregue um
documento e será lida uma declaração
das organizações da sociedade
civil brasileira. Defendemos uma informação
clara e precisa sobre se um carregamento contém
ou não contém transgênicos.
Buscamos também a definição
sobre a criação de áreas
livres de transgênicos”, afirmou.
“Nós temos o objetivo
de traduzir o que acontece nas reuniões
da COP e da MOP e de comunicar quais os efeitos
que as negociações dos eventos
oficiais podem ter para a sociedade de forma
geral”, completou. Nos debates serão
tratados diferentes temas em relação
às questões de biossegurança,
biodiversidade e a agricultura sustentável.
Porto – A professora-doutora
em Sociologia da PUC-SP, Marijane Lisboa,
elogiou a posição do Governo
do Paraná de não exportar soja
transgênica pelo Porto de Paranaguá.
Para ela, é uma decisão corajosa,
que pode render facilidade na negociação
com países que não comercializam
produtos geneticamente modificados. “É
uma enorme sorte ter um governo estadual com
coragem de brigar para manter o Porto de Paranaguá
livre de produtos transgênicos”.
Ela criticou a posição
de alguns países e das multinacionais
de querer adotar a rotulagem “pode conter”
organismos geneticamente modificados. “Não
tem meio termo, é contém ou
não contém. Não dá
para dizer que um produto pode conter veneno”,
ironizou.
Participaram da abertura das discussões
o coordenador da ONG Terra de Direitos, Darci
Frigo, a professora-doutora em Sociologia
da PUC-SP Marijane Lisboa e a professora Silvia
Ribeiro ( ECT- Group), coordenadores de organizações
não governamentais e mais de 700 pessoas
ligadas ao Movimento dos Sem Terra.