20.03.2006 - Esse é
o provocativo título do livro organizado
pelo WWF-Brasil, pela TNC (The Nature Conservancy),
pelo CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro
para o Desenvolvimento Sustentável) e
pelo IEB (Instituto Internacional de Educação
do Brasil), com o intuito de mostrar o que a
sociedade brasileira faz para implementar a
Convenção sobre Diversidade Biológica
(CDB). O acordo internacional objetiva promover
o desenvolvimento sustentável e a conservação
da diversidade biológica, e já
foi assinado por mais de 170 países desde
sua criação na Rio 92. O lançamento
coincide com a 8ª Conferência das
Partes da CDB, a chamada COP8, que acontecerá
pela primeira vez no Brasil, em Curitiba, entre
os dias 20 e 31 de março.
Publicado pela Editora Peirópolis, o
livro é dividivido em três partes:
A primeira “Com a mão na massa” trata
das ações de instituições
diretamente relacionadas à conservação
ou ao uso sustentável da biodiversidade.
Elas trabalham no campo, com espécies,
recursos genéticos, ecossistemas e comunidades,
criando oportunidades de conservação
e promovendo formas de uso mais racional dos
recursos naturais. Entre elas estão ONGs
que trabalham com espécies ameaçadas,
como a Fundação Biodiversitas
e a Associação Mico Leão
Dourado; instituições envolvidas
com a conservação de paisagens
entre as quais a Companhia Vale do Rio Doce
e o SESC Pantanal; e aquelas que lidam com recursos
genéticos, como a Extracta Moléculas.
A segunda seção, intitulada “Dê-me
uma alavanca e eu moverei o mundo”, apresenta
instituições que possuem programas
ou conjuntos de ações que estimulam
a conservação e o uso sustentável
da biodiversidade. Essas organizações
alavancam recursos para a conservação,
agregando valor aos produtos dela derivados.
Patrocinam atividades de outras instituições
e incentivam projetos que apresentem sustentabilidade
ambiental. São bancos, como o Unibanco
e o ABN AMRO; certificadoras, como a Imaflora;
e instituições que trabalham potencializando
o capital humano, como o IPÊ (Instituto
de Pesquisas Ecológicas) e o Sebrae.
A terceira e última seção,
“Olho vivo e coração aberto”,
traz experiências ligadas à informação
sobre a biodiversidade na mídia e ao
esforço de valorização
do conhecimento dos povos indígenas,
principalmente por meio da informação
sobre sua importância. Estão reunidos,
entre outros, artigos de profissionais de veículos
como a Revista Terra da Gente, Ciência
Hoje e o Programa Biodiversidade Brasil da TV
Cultura, bem como de instituições
que trabalham com a proteção dos
conhecimentos tradicionais, como o INBRAPI (Instituto
Indígena Brasileiro para a Propriedade
Intelectual) e a COIAB (Coordenação
das Organização Indígenas
da Amazônia Brasileira).
Essa publicação, inédita
por trazer as contribuições desses
diferentes setores para a implementação
da Convenção, conta com o apoio
financeiro da USAID, do Banco Mundial, da Companhia
Vale do Rio Doce e a GTZ (Agência de cooperação
técnica da Alemanha).
As editoras, todas mulheres, acreditam que “a
amostra aqui apresentada revela a extensão
do que tem sido feito pela sociedade brasileira
em prol da implementação da biodiversidade
e mostra, também, o quanto pode ser feito
por meio da promoção de uma maior
interação entre os diversos setores
da sociedade”.