21-03-2006
- Brasília (DF) - Por unanimidade,
foi aprovado nesta terça na Comissão
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara o relatório sobre os
problemas de segurança nuclear no Brasil.
Elaborado por um grupo de trabalho criado
especificamente para estudar o tema, o documento
concluiu que existem problemas gravíssimos
que põem em risco a população
e o ambiente. Entre eles estão a falta
de fiscais em número suficiente, a
inexistência de depósitos permanentes
e seguros para lixo radioativo, plano de emergência
falho e problemas estruturais.
“A energia nuclear é
e sempre será uma péssima alternativa.
Esse relatório é mais uma prova
de que essa opção cara, suja,
perigosa e ultrapassada deve ser evitada”,
afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da
campanha antinuclear do Greenpeace Brasil.
A repercussão do
relatório entre os interessados no
Programa Nuclear Brasileiro foi enfática.
“O relatório é importante porque
mostra diversos problemas da energia nuclear,
que tem deixado um passivo ambiental e social
que segue ainda em aberto”, disse José
Antônio dos Remédios, coordenador
da Sociedade Angrense de Proteção
Ambiental (SAPE).
Para Rogério Gomes,
diretor-presidente da Associação
dos Fiscais de Radioproteção
e Segurança Nuclear, “o Programa Nuclear
Brasileiro deveria levar em conta a segurança,
que é uma condição básica
na atividade, mas que atualmente não
existe, conforme foi diagnosticado pelo relatório
aprovado hoje”.
“Foi muito importante a
realização dos trabalhos e a
publicação do relatório,
que representa um passo importante inclusive
para as vítimas do Césio-137,
que seguem até hoje sem indenização
e sem o amparo necessário”, afirmou
Odesson Alves Ferreira, presidente da Associação
das Vítimas do Acidente do Césio-137.