23/03/2006 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, inaugura no
próximo sábado (25), às
13h, a feira de produtos sustentáveis,
que ficará montada no ExpoTrade, em
Curitiba, até o final da 8ª Conferência
das Partes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (COP-8), dia
31 de março. A mostra reúne
50 expositores, que apresentarão resultados
concretos de projetos financiados pelo governo
federal, em parceria com diversas instituições
nacionais e internacionais.
A exposição é uma oportunidade
de os delegados que participam da Convenção
conhecerem produtos brasileiros que utilizam
a biodiversidade de forma sustentável.
Todas as regiões do País participam
do evento, com produtos como sabonetes feitos
de óleos essenciais, artesanato em
geral, móveis rústicos, artefatos
indígenas, bolsas e acessórios
em látex, cestaria, palmito de açaí
e pupunha, mel, polpa de frutas, geléias,
condimentos e carnes silvestres, entre outros.
O Centro de Tecnologia Agroecológica
de Pequenos Agricultores (Agrotec), de Goiás,
apresentará o projeto de produção
e comercialização de produtos
agroextrativistas, desenvolvido no município
de Diorama. A iniciativa produz e comercializa
plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos.
Já são mais de 40 composições
desenvolvidas em laboratório para resolver
problemas de 22 doenças de saúde
básica, com preços competitivos
frente aos medicamentos alopáticos
(10 % a 15% mais baratos que os genéricos).
O Agrotec recebeu apoio técnico da
Landwehr Apotheke (farmácia fitoterápica/Alemanha)
e Fundação Oswaldo Cruz (RJ)
e apoio financeiro do Ministério do
Meio Ambiente, Governo de Goiás, Instituto
Sociedade População e Natureza,
Fundo para o Meio Ambiente Mundial (ISPN/PPP/GEF)
e FUNBIO.
Do Norte, por exemplo, um dos destaques são
os produtos da Associação Vida
Verde da Amazônia (Avive). A entidade
reúne mulheres da ilha de Silves, um
dos menores municípios do Amazonas,
com menos de 7 mil habitantes, a 300 km de
Manaus. Elas exploram espécies aromáticas
nativas como alternativa econômica.
Os produtos - sabonetes, velas e incensos
- são 100% naturais e feitos à
base de óleos como andiroba, pau-rosa,
copaíba e cumaru. O projeto é
financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente
(FNMA), agência de cooperação
técnica GTZ , Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e WWF.
Os moradores da Floresta Nacional do Tapajós
(PA) irão expor as bolsas e mochilas
feitas com couro ecológico, que mistura
látex e tecido de algodão, que
já são exportadas para diversos
países. Os produtos são resultado
do Projeto de Apoio ao Manejo Sustentável
na Amazônia (ProManejo), executado pelo
Ibama, com financiamento do GTZ, do banco
alemão KfW e da RFT (Banco Mundial).
A utilização do látex
para produção do couro ecológico
e sua transformação em peças
confeccionadas na própria comunidade
é uma forma de agregação
do valor à matéria prima regional.
A Caatinga marcará presença
com oito projetos. Um dos destaques é
o trabalho desenvolvido pela Associação
dos Moradores de Cacimbas, do município
de cearense de Jardim, que beneficia óleo
de Pequi e outros produtos derivados. A iniciativa
conta com recursos do GEF Caatinga, Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) e é executado pelo MMA. Os agricultores
se beneficiam do Programa Fome Zero, por meio
da compra antecipadas das mercadorias por
parte da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab).
Outro trabalho interessante vem de Conceição
das Crioulas, pequena comunidade no Pernambuco
com cerca de quatro mil remanescentes de quilombos.
O artesanato - confeccionado com barro, caroá
(planta nativa do sertão), palha e
imbira - está entre as principais fontes
de renda da população. Cada
peça produzida conta a história
e reafirma a identidade étnica de seu
povo. Serão expostas bolsas, tapetes,
toalhas e painéis.