21/03/2006 - Brasília
- A Operação Abaeté,
deflagrada há uma semana pelo Sistema
Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais,
suspendeu todas as atividades de lavras localizadas
às margens ou no leito dos rios Abaeté,
Tiros e Borrachudo, na bacia do São
Francisco. Já foram identificados 149
pontos de lavras ilegais - a maior parte deles
trabalha na extração de diamantes.
O gerente da Divisão
de Extração Mineral de Minerais
Não-Metálicos da Fundação
Estadual do Meio Ambiente (Feam) de Minas
Gerais, Caio Benício, informou que
várias empresas operam clandestinamente
na região e que outras estão
com licença de mineração
vencida. Segundo Benício, a clandestinidade
é muito grande, de difícil de
controle. "É uma atividade aleatória,
errática, que pode estar em um local
hoje e amanhã, em outro local".
De acordo com a Feam, cerca
de mil garimpeiros estavam trabalhando ilegalmente
em 40 frentes de lavras ao longo dos três
rios, mas ainda não foi possível
detectar a extensão dos danos ambientais
provenientes da atividade irregular no local.
A Operação
Abaeté é dividida em duas etapas.
O relatório sobre a primeira etapa,
deflagrada no dia 14 deste mês, deverá
ser concluído nos próximos 15
dias. Na segunda, serão avaliados os
danos ambientais provocados pela extração
ilegal de minérios. Benício
informou que, concluída essa etapa,
os donos dos direitos minerários na
região deverão responder pelos
danos causados ao meio ambiente.
Benício ressaltou,
no entanto, que as atividades da operação
foram suspensas por causa das fortes chuvas
na região. A chuva, além de
dificultar o acesso aos locais, faz paralisar
a atividade de extração mineral.
A operação
é coordenada pelo Sistema Estadual
de Meio Ambiente, composto pela Fundação
Estadual de Meio Ambiente, o Instituto Mineiro
de Gestão das Águas, o Instituto
Estadual de Florestas e a Secretaria Estadual
de Meio Ambiente. Também participam
da operação o Ministério
Público Federal e Estadual, Departamento
Nacional de Produção Mineral
e as Policias Militar e de Meio Ambiente.