27/03/2006 - Curitiba
- Começou hoje (27) o segmento ministerial
de alto nível da 8ª Conferência
de Países Membros da Convenção
sobre Diversidade Biológica (COP-8).
"Somos a última geração
capaz de parar a destruição
do meio ambiente a tempo", disse o secretário
executivo da COP-8, Ahmed Djoghlaf, na abertura
da reunião.
Ele pediu pressa aos ministros,
já que o objetivo principal da Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB),
criada em 1992, dentro da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento biológica
(Rio 92) - é alcançar, até
2010, uma redução significativa
da taxa atual de perda de biodiversidade nos
níveis global, regional e nacional.
"O tempo está passando, o relógio
não pára. Temos quatro anos
para cumprir a promessa dos chefes de Estado",
alertou Djoghlaf.
Durante dois dias, ministros
do meio ambiente de todos os continentes e
especialistas mundialmente renomados tratarão
de questões como a relação
entre a preservação da vida
no planeta e comércio, agricultura
e redução da pobreza. Também
entrarão em pauta temas como o acesso
a recursos genéticos e repartição
de benefícios.
O diretor executivo do Programa
das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma), Klaus Töpfer, destacou
que as metas de 2010 são muito importantes
para os objetivos do milênio. "O
capital da natureza é mais importante
que o capital financeiro, é tão
importante quanto o capital humano se quisermos
atingir nossas metas", disse. Segundo
ele, os ministros devem reafirmar, em Curitiba,
os princípios da Rio 92: "precaução
e progresso".
Os resultados das discussões
serão apresentados na quarta-feira
(29), pela presidente da reunião, a
ministra de Meio Ambiente Marina Silva, à
plenária da COP-8 – evento reúne
desde a semana passada 3,6 mil delegados de
173 países na capital paranaense.
Em entrevista à Radiobrás,
a ministra disse que pode se esperar, do segmento
ministerial, uma "declaração
forte" em relação à
necessidade de implementação
da CDB. "Estamos verificando, cada vez
mais, que para a implementação
da convenção é necessário
que se tenha uma política transversal,
envolvendo diferentes setores no âmbito
dos Estados nacionais e no âmbito da
própria convenção, fazendo
sinergias com outros mecanismos multilaterais,
até mesmo com a Organização
Mundial de Comércio", afirmou.