Organizações
ambientalistas apóiam governos em esforços
para proteger quase 20 milhões de hectares
na Micronésia
Curitiba, 30 de março de 2006 — A Conservação
Internacional e a The Nature Conservancy (TNC)
comprometeram-se a investir US$6 milhões
para a conservação de ilhas
na Micronésia, região no Pacífico
que vai do Havaí às Filipinas.
O investimento é uma resposta direta
ao compromisso anunciado por seis nações
e territórios da Micronésia
para proteger uma área marinha e terrestre
que totaliza quase 20 milhões de ha,
duas vezes o tamanho de Portugal.
O anúncio foi feito
ontem durante jantar do segmento ministerial,
promovido pelo Governo do Palau, que contou
com a presença da Ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, entre autoridades
de outros países.
O apoio financeiro de duas
das maiores organizações de
conservação no mundo irá
ajudar estas ilhas a estabelecerem áreas
protegidas na região, que possui alta
biodiversidade marinha e cuja biodiversidade
terrestre está seriamente ameaçada.
O apoio de US$6 milhões deve gerar
contrapartidas de outras fontes de financiamento
que incluem países doadores, o Fundo
Mundial para o Meio Ambiente (GEF) e outros
mecanismos de financiamento regionais, como
o Banco de Desenvolvimento da Ásia.
Quando a meta for atingida, os investimentos
devem somar um total de US$18 milhões,
direcionados à criação
e implementação de áreas
protegidas e outras ações de
conservação na Micronésia.
“Nosso apoio se inspira
na liderança mostrada pelos governos
das ilhas da Micronésia em se comprometer
com a criação de áreas
protegidas”, diz Ana Cristina Barros, representante
da The Nature Conservancy no Brasil, referindo-se
ao “Desafio Micronésia”, iniciativa
que visa proteger 30% dos recursos marinhos
costeiros e 20% de recursos terrestres em
suas ilhas até 2020. “Agora queremos
encorajar outras nações, incluindo
o Brasil, a ampliarem seus compromissos de
proteção da biodiversidade marinha
e costeira, e, quando o fizerem, a The Nature
Conservancy estará lá para apoiá-los”.
“Estamos entusiasmados com
o compromisso assumido pelos governos da região,
que é parte de um importante hotspot
de biodiversidade: a Polinésia-Micronésia”,
afirma o presidente da CI, Russell A. Mittermeier.
“Esperamos que as ações lideradas
pelo presidente Tommy Remengesau Jr e os outros
chefes de estado da região inspirem
ações futuras para a conservação
da biodiversidade. Um bom exemplo é
a decisão da República de Kiribati
em proteger as incríveis Ilhas Phoenix,
um dos maiores e mais bem preservados sistemas
de corais do mundo. Devemos trabalhar juntos
para prevenir que as espécies invasoras
destruam e ameacem ainda mais a biodiversidade
nessa região”.
O Presidente de Palau e
anfitrião do jantar ministerial, Tommy
Remengesau Jr., cumprimentou as organizações
pelos seus esforços: “A iniciativa
da The Nature Conservancy e da Conservação
Internacional é um exemplo do tipo
deparceria e ação catalisadora
que gostaríamos que nossas decisões
desencadeassem”. Segundo ele, “o investimento
da comunidade internacional, aliado a compromissos
tangíveis com a conservação,
nas esferas locais, estaduais e nacionais,
são ingredientes essenciais para que
possamos atingir nossas metas ambientais".
O “Desafio Micronésia”
inclui o Palau, os Estados Federativos da
Micronésia, as Ilhas Marshall, Guam
e as Ilhas Marianas do Norte.
O evento ministerial
entre lideranças e apoiadores integrou
a agenda da Oitava Conferência das Partes
(COP8) da Convenção da Diversidade
Biológica (CDB), que acontece em Curitiba
desde 20 de março. Um dos temas centrais
da COP8 é o da diversidade biológica
das ilhas oceânicas. A CDB deverá
adotar um Programa de Trabalho que visa fornecer
informações às nações
insulares e nações com ilhas
para a conservação e o gerenciamento
integrado de seus recursos naturais vitais.