31/03/2006 - Pinhais
(Paraná) – "Classificamos a COP-8
de grande fracasso, foi uma perda de oportunidade",
afirmou o assessor do Greenpeace Internacional
para Florestas, Martin Kaiser. "As negociações
falharam, correram como navio sem capitão".
A principal crítica
da ONG à 8ª Conferência
das Partes da Convenção sobre
Diversidade Biológica (COP-8), que
termina hoje (31), foi a não definição
de um programa de trabalho claro (com diretrizes
gerais e prazo de conclusão já
acordados) para a construção
de um regime internacional de acesso a recursos
genéticos e conhecimentos tradicionais
associados e repartição de benefícios.
Ou seja, de um sistema de regras mundiais
para regular as pesquisas avançadas
com plantas e animais, que se apropriem do
saber dos indígenas, quilombolas e
extrativistas, estabelecendo mecanismos de
repartição dos lucros e tecnologia
com as comunidades locais.
"Na prática,
as discussões foram adiadas mais uma
vez. De fato, isso é uma estratégia
dos Estados Unidos e do seu grupo de marionetes,
para colocar a biodiversidade em código
de barras", acusou Adário.
Outro ponto negativo levantado
pelos ambientalistas foi a perspectiva de
redução dos recursos do Fundo
Global para Biodiversidade (Global Environmental
Facility , ou GEF). No plano de orçamento
para 2007, o governo dos Estados Unidos propôs
reduzir a contrição do país
de US$ 107 milhões para US$ 56 milhões
– e se teme que outros países adotem
a mesma postura.