Curitiba
(30/03/2006) - Além das vastas extensões
de campos, o Pampa possui outros ecossistemas:
os banhados (áreas alagadas protegidas
por lei e fundamentais à reprodução
da vida e à regulação
dos ciclos de água) e as matas ciliares
(ou de galeria), que acompanham o curso dos
rios e servem de refúgio para a rica
vida animal da região, composta basicamente
por espécies de avifauna e mamíferos
de médio e pequeno portes, como roedores,
graxains ou sorros, mãos-peladas, tatus,
além de espécies raras, como
o tamanduá-mirim, que correm risco
de extinção com a conversão
do campo em lavouras ou em monoculturas florestais.
Embora sem estudos conclusivos,
pesquisas indicam a presença de 476
espécies de aves, 102 de mamíferos
e 50 de peixes. Entre os animais tradicionais,
foram catalogados a ema, o ratão-do-banhado,
a capivara, o graxaim, o gavião-chimango,
o tatu, o veado-campeiro, o lobo-guará
e o quero-quero. Conhecida como Sentinela
dos Pampas, pela estridência diante
de estranhos próximos a seu ninho,
o quero-quero é símbolo do Rio
Grande do Sul. Só muito recentemente
foram descobertos o papa-mosca-do-campo, a
curruíra-do-campo e uma variedade de
tuco-tuco. Todos esses animais dependem da
integridade da paisagem pampeana, de amplos
horizontes, para abrigo e alimento e procriação.
Flora - A vegetação do Pampa
é composta basicamente por ervas e
arbustos, matas ciliares e de encostas, banhados
e alguns bosques isolados (ou capões,
que na língua indígena significa
“mata redonda”). O bioma abriga cerca de cem
espécies de árvores e arbustos
e algo como 200 espécies de gramíneas.
Rico em cactáceas, bromeliáceas
e orquidáceas, possui algumas plantas
endêmicas. Sete gêneros de cactos
e bromélias só ocorrem no Pampa.
Dentre as espécies
vegetais nativas, várias gramíneas
e leguminosas são forrageiras, ou seja,
servem de alimento para animais herbívoros,
como bois e ovelhas, o que define a vocação
de uso sustentável local: a pecuária.