Em 2005, 14% da madeira exportada da Amazônia
foi para o país, movimentando US$ 138,5
milhões e 251 mil toneladas de madeira.
“Apesar da supervalorização
do real em relação ao dólar,
que tornou a madeira brasileira muito mais
cara, as importações da China
cresceram 92.8% em valor e 58% em volume no
governo Lula, o que mostra a crescente demanda
do mercado chinês pela madeira amazônica”,
concluiu Adário.
A produção chinesa é
direcionada para o mercado interno e para
exportação para os EUA, a Europa,
o Japão e outros países desenvolvidos.
Atualmente, os maiores consumidores das florestas
primárias ainda são os Estados
Unidos, a Europa e outros países desenvolvidos.
O estudo do Greenpeace conclui que as florestas
do mundo não vão suportar os
atuais padrões de consumo nos países
desenvolvidos e a crescente demanda na China,
que está provocando o aumento do desmatamento
de florestas tropicais. Só nos últimos
dez anos, o consumo chinês de madeira
cresceu 70%, um terço disso devido
ao crescimento das exportações
e dois terços em decorrência
do aumento do consumo interno.
O Greenpeace alerta que, se a China tiver
um crescimento no consumo de papel e atingir
o nível hoje dos EUA, por exemplo,
o país necessitaria de cerca de 1.6
billhões de metros cúbicos extras
de madeira por ano, o equivalente a todo o
volume movimentado pela indústria madeireira
anualmente no planeta. Ou seja, teríamos
que achar outro planeta igual ao nosso para
conseguir suprir essa demanda.
Na semana passada, o governo chinês
reconheceu o problema, e anunciou um imposto
de 5% sobre o consumo de pisos de madeira
e palitos descartáveis usados como
talheres pelos chineses.
O Greenpeace pede à China e aos outros
187 países signatários da CDB
que estabeleçam medidas concretas para
a proteção das últimas
florestas intactas do mundo, como a criação
de uma rede global de áreas protegidas
para acabar com o comércio ilegal e
a extração predatória
de madeira. O Greenpeace também exige
o estabelecimento de um mecanismo regulatório
legal dentro da CDB para combater o desmatamento
e o tráfico de madeira.