Estima-se
que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica
tenham origem ilegal e 64% da produção
destinam-se ao mercado consumidor brasileiro.
A região sul do país e os Estados
de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito
Santo são responsáveis pela compra
de 27% da madeira amazônica direcionada
ao mercado interno. As prefeituras consomem
grandes volumes de madeira em obras como escolas
e postos de saúde. “Consumir madeira
de origem ilegal é inaceitável.
O dinheiro público não pode financiar
a destruição criminosa da Amazônia”,
completa Rebeca Lerer.
Além do prefeito de Porto Alegre,
também estiveram presentes na solenidade
os prefeitos de Santa Maria, Valdeci Oliveira
(PT-RS), e São Leopoldo (PT-RS); o
representante da prefeitura de Rio Grande,
Glênio de Freitas Jr. e as ONGs NEMA
(Núcleo de Educação e
Monitoramento Ambiental), Fundaçao
Mo'a, UPAN (União Protetora do Ambiente
Natural) e Movimento Roessler, que estão
apoiando as prefeituras na implementação
do programa Cidade Amiga da Amazônia
em seus municípios. Todos formalizaram
apoio à campanha do Greenpeace pela
criação de uma rede de áreas
protegidas como parques e reservas para conter
o desmatamento da floresta amazônica.
O navio do Greenpeace está em expedição
no País para promover propostas de
proteção à floresta como
a implementação de uma rede
de áreas protegidas e de uso sustentável
e o consumo responsável de produtos
florestais. A idéia é levar
a realidade de regiões remotas da Amazônia
para grandes centros urbanos do litoral brasileiro.
Ao longo de 30 dias, o navio visitará
cinco cidades - Porto Alegre (RS), Santos
(SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza
(CE), mostrando as belezas e as ameaças
que colocam em risco a maior floresta tropical
do planeta. “Acreditamos que só a mobilização
da sociedade e a ação de todos
os níveis de governo podem reverter
a tendência de destruição
da floresta. A Amazônia tem pressa”,
conclui Rebeca Lerer.
Enquanto o Greenpeace inicia expedição
para proteger a floresta amazônica,
a última reunião da Convenção
sobre Diversidade Biológica (CDB),
que terminou hoje em Curitiba, fracassa. Os
países membros que participaram da
8ª Reunião das Partes (COP 8)
da convenção perderam a oportunidade,
durante duas semanas de negociações,
de costurar algum acordo real que pudesse
brecar a perda global da biodiversidade e
da vida nas florestas e oceanos do planeta.