06-06-2007 - O Japão
sofreu mais uma derrota durante a 14ª
reunião da Cites (convenção
internacional do comércio de espécies
selvagens ameaçadas da fauna e flora),
que acontece entre os dias 4 a 15 de junho,
na Holanda. O país queria a reabertura
do comércio de baleias, mas sua proposta
foi fortemente rejeitada durante o evento,
tendo 54 votos contrários (67,5%),
apenas 26 favoráveis (32,5%) e 13 abstenções.
Além disso, os países
conservacionistas, entre eles o Brasil, conseguiram
aprovar a proposta de que a liberação
desse comércio nem mesmo seja reavaliada
enquanto vigorar a moratória da caça
comercial – reafirmada durante a reunião
da Comissão Internacional da Baleia
(CIB) no mês passado. A Cites é
um acordo internacional entre governos que
tem como objetivo assegurar que o comércio
de espécies selvagens não ameace
a sobrevivência das populações.
“Todas essas decisões
representam uma derrota adicional aos interesses
baleeiros, reforçando o vínculo
da Cites com as decisões da CIB e tornando
ainda mais difícil qualquer tentativa
futura de reabertura do comércio internacional
de subprodutos de baleia. Isso representa
uma importante vitória para a política
de conservação de cetáceos
no Brasil”, avaliou Leandra Gonçalves,
coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace
Brasil.
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No Dia do Meio Ambiente,
Greenpeace é homenageado na Câmara
Municipal de Porto Alegre
05-06-2007 - Porto Alegre
- Nesta terça-feira, o Greenpeace recebe
o Prêmio Ecologista do Ano José
Lutzenberger, no Plenário Otávio
Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre.
A coordenadora de voluntários do Greenpeace
Brasil, Maria Claudia Kohler, representa organização
na solenidade.
Proposta pelo vereador Carlos
Comassetto (PT), a sessão solene marca
a passagem do Dia Mundial do Meio Ambiente
e integra a Quinzena do Meio Ambiente, promovida
pela Câmara até o próximo
dia 13. “Ao propor esta homenagem ao Greenpeace,
temos como objetivo valorizar uma entidade
que luta pela proteção do meio
ambiente em todas as suas formas e, principalmente,
para evitar o esgotamento do solo, oceanos,
água e ar”, disse o vereador em nota.
O evento contou com a presença
de voluntários do grupo de Porto Alegre
e de integrantes da equipe de captação
de fundos do Greenpeace. Além de assistirem
ao vídeo da organização
sobre mudanças climáticas, os
participantes da solenidade receberam dos
voluntários o DVD do filme e o relatório
sobre aquecimento global.
+ Mais
Carta enviada à Folha
de São Paulo em resposta à entrevista
com Telma Krug
05 de Junho de 2007 - Brasil
— Inimigo Íntimo - A entrevista com
a nova Secretária Nacional de Mudanças
Climáticas, Thelma Krug do Ministério
de Meio Ambiente (MMA) demonstra uma assustadora
semelhança com o discurso do Presidente
Bush na semana passada no lançamento
de sua nova
“iniciativa pelo clima e energia” – ambas
são atrasadas, limitadas e perigosas.
Fica a pergunta no ar: está é
a nova posição da Ministra Marina?
A representante do MMA ao
considerar a opção nuclear para
o Brasil ignora os cenários alternativos
desenvolvidos pela sociedade civil e academia
brasileira (como a Revolução
Energética elaborado pelo Greenpeace/GPEA-USP)
no qual o Brasil poderá gerar a energia
que precisa para crescer eliminando as energias
sujas como carvão, diesel e nuclear.
A Secretária não
acredita em “desmatamento zero” que na prática
significa garantir maior governança
nas florestas, por meio de políticas
de combate ao desmatamento e fortalecimento
das instituições responsáveis
pela implementação e fiscalização.
Uma política de “desmatamento zero”
visa coibir a destruição e valorizar
a floresta em pé e seus serviços
ambientais. Como disse a Ministra Marina,
é possível dobrar a produção
agropecuária no país, usando
áreas já degradadas e sem derrubar
nenhuma árvore na Amazônia.
A ausência de uma
política nacional de combate ao aquecimento
global é uma vergonha e não
temos dois anos para esperar um estudo que
indicará a necessidade de eliminar
o desmatamento, ampliar a participação
das energias renováveis na matriz energética
brasileira, identificar as áreas e
setores socioeconômicos mais vulneráveis,
e elaborar um plano de adaptação
para as populações que já
estão vivendo as conseqüências
do aquecimento global no Brasil.
A população
brasileira exige informação
e respostas, e não temos dois anos
para esperar. O Brasil é o quarto maior
emissor de gases efeito estufa do planeta
e tem que assumir a sua responsabilidade,
que é obviamente, menor que a dos paises
ricos que historicamente contribuíram
para o problema, mas não é nula.
Esta é uma década de vontade
política e responsabilidade moral.
Se nem a autoridade máxima do MMA para
clima sabe qual nosso objetivo em relação
a taxa de desmatamento temos pela frente um
problema tão sério quanto a
sociedade americana com seu presidente Bush.