06/06/2007 Especialistas
de diversos setores participaram, neste dia
6/6, do seminário "Impactos das
Mudanças Climáticas e Cenários
no Estado de São Paulo”, para discutir
os efeitos da elevação da temperatura
no estado, avaliando especialmente os efeitos
sobre a agricultura, além de na biodiversidade,
na elevação do nível
do mar e sobre a saúde humana.
O evento, aberto pelo presidente
da CETESB, Fernando Rei, foi realizado na
sede da agência ambiental paulista,
em Pinheiros. Rei afirmou que a Companhia
sempre esteve aberta às universidades
para discutir esses temas, que são
urgentes: “Esse programa não é
novo. Em 1995, a CETESB implantou o Programa
Estadual de Mudanças Climáticas
- PROCLIMA, pois o assunto deve ter a abordagem
de diferentes autoridades, tendo em vista
a complexidade e a multidisciplinaridade”.
Como resultado, segundo ele, o PROCLIMA foi
responsável, entre outras, pela elaboração
do Inventário Nacional de Emissões
de Metano de Resíduos.
O encontro, que faz parte
do Projeto Cenários 2020, um dos 21
Projetos Ambientais Estratégicos do
Governo do Estado de São Paulo, foi
organizado pela Secretaria do Meio Ambiente,
em conjunto com a CETESB, Fórum Paulista
de Mudanças Climáticas Globais
e de Biodiversidade, e Instituto de Estudos
Avançados da USP.
Para Fábio Feldmann,
secretário-executivo do Fórum
Paulista de Mudanças Climáticas
Globais e de Biodiversidade, “o maior desafio
é mobilizar a sociedade para a direção
certa, pois muitas vezes a crise do dia a
dia transfere a pauta para uma outra direção”.
Ele lembrou, também, que a política
externa brasileira é a mesma de anos
atrás, “ainda que o mundo tenha mudado”.
No período da manhã,
foram apresentados e discutidos o “Papel da
FAPESP nas pesquisas sobre mudanças
climáticas”, apresentado por Carlos
Henrique de Brito Cruz, diretor científico
da Fundação para o Amparo da
Ciência do Estado de São Paulo
– FAPESP; “Mudanças climáticas:
um resumo das conclusões dos Relatórios
I e II do IPCC”, por Pedro Leite da Silva
Dias, do Instituto de Estudos Avançados
-IEA e Instituto de Astronomia, Geofísica
e Ciências Atmosféricas - IAG,
da USP; “Visão histórica das
mudanças climáticas em São
Paulo”, e por Tércio Ambrizzi, Instituto
de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas -IAG, da USP.
Nesse primeiro bloco, a
coordenação dos trabalhos ficou
a cargo de Fábio Feldmann. No segundo
bloco, os trabalhos coordenados por Pedro
Leite da Silva Dias, foram os seguintes: “Vulnerabilidades
na agricultura”, por Luiz Cláudio Costa,
da Universidade Federal de Viçosa –
UFV; “ Mudanças climáticas e
zoneamento agrícola”, por Eduardo Delgado
Assad, da Empresa Brasileira de Pesquisas
Agropecuárias – Embrapa Informática
Agropecuária; e “Mudanças climáticas
e adaptação agrícola”,
por Marcelo Bento Paes de Camargo, do Instituto
Agronômico de Campinas – IAC.
À tarde, os trabalhos
tiveram a coordenação de Fernando
Rei, presidente da CETESB, e foram esses:
“ Mudanças climáticas e biodiversidade
no Estado de São Paulo”, por Carlos
Joly, do Instituto de Biologia, da Universidade
Estadual de Campinas – Unicamp; “Impactos
na variação do nível
do mar”, por Afrânio Rubens de Mesquita,
Instituto Oceanográfico - IO, da USP;
“ Impactos das mudanças climáticas
na saúde humana”, por Alfésio
Luis Ferreira - Faculdade de Medicina, da
USP.
E, no segundo bloco,
os seguintes temas foram expostos: “ Articulação
de políticas públicas: Município,
Estado e Governo Federal”, por Luiz Gylvan
Meira Filho, do IEA-USP; “Geração
de conhecimento e construção
de cenários”, por José Goldemberg,
do Instituto de Eletrotécnica e Energia
- IEE-USP; e “Mitigação das
mudanças climáticas”: resultados
do Relatório III do IPCC”, por Roberto
Schaeffer, da Coordenação dos
Programas de Pós-Graduaçãode
Engenharia da Universidade Federal do Rio
de Janeiro – UFRJ. Após o final das
apresentações, houve uma sessão
de debates entre os participantes.
Texto: Rosely Martin
Foto: Pedro Calado