5 de Junho de 2007 - Monique
Maia - Da Agência Brasil - Brasília
- O Dia Mundial do Meio Ambiente é
comemorado hoje (5), mas no Brasil, a data
relembra o quanto ainda precisa ser feito
pelo patrimônio ambiental. Essa é
a avaliação de duas organizações
não-governamentais que lutam pela preservação
da biodiversidade de vários biomas
existentes no país.
De acordo com o presidente
da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação,
Ibsen de Gusmão Câmara, houve
um aumento no número de unidades de
conservação, principalmente,
na Amazônia. No entanto, segundo ele,
algumas áreas de conservação
estão em situação de
abandono.
“As unidades foram criadas
no papel e não foram implantadas como
deveriam ser. Além disso, fora delas,
a devastação avançou
através dos tempos e agora isso acontece
com mais intensidade”, aponta. Para ele, é
preciso que o governo federal dê mais
atenção a áreas da mata
atlântica no Nordeste, além do
cerrado e do Pantanal, por causa do avanço
da agricultura.
A coordenadora-geral da
Rede de ONGs da Mata Atlântica, Elizete
Siqueira, ressalta ainda que se faz necessário
um programa de recuperação para
garantir e reduzir a perda de biodiversidade
das unidades de conservação.
Mas, na opinião da
coordenadora, também existem aspectos
positivos a lembrar. A aprovação
da Lei da Mata Atlântica (11.428, de
2006) é uma delas. A norma estabelece
a proteção e a restauração
do bioma. “Houve um esforço razoável
do governo federal, do ponto de vista de criação
das áreas de conservação,
mas essa lei vai possibilitar um programa
de restauração da mata”, avalia.
Atualmente existem 288 áreas
protegidas e conservadas pelo governo federal.
De acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, foram criadas 61 unidades durante
o primeiro mandato do presidente Lula. A meta
do governo é chegar ao final de 2010
com 90 milhões de hectares de áreas
protegidas – um território equivalente
ao do estado do Mato Grosso.
+ Mais
Escolas do DF vão
plantar 500 mudas de ipê para destacar
importância do cerrado
5 de Junho de 2007 - Cleuber
Nunes - Da Agência Brasil - Brasília
- Estudantes e professores do Distrito Federal
(DF) comemoraram hoje (5) o Dia Mundial do
Meio Ambiente dando início ao plantio
de 500 mudas de ipê, árvore típica
do cerrado. As três primeiras mudas
foram plantadas na Escola da Natureza, localizada
em uma das principais áreas verdes
de Brasília, o Parque da Cidade.
“O ipê é uma
árvore tipica não só
do cerrado, mas de toda a flora brasileira.
Logo, como ganhamos 500 mudas, decidimos plantar
três hoje e outras 497 serão
destinadas a projetos de educação
ambiental das escolas públicas do DF”,
detalha a professora Vanusa Freitas, coordenadora
da Escola da Natureza.
Segundo ela, as mudas foram
produzidas no Complexo Penitenciário
da Papuda pela Fundação de Amparo
ao Trabalhador Preso. A Escola da Natureza
é considerada um modelo na área
de educação ambiental. Criada
há 11 anos, promove cursos para professores
sobre permacultura, cultivo do solo e preservação
ambiental.
+ Mais
Organização
ambientalista desenvolve sistema para evitar
desmatamento na Amazônia
10 de Junho de 2007 - Monique
Maia - da Agência Brasil - Brasília
- A Amazônia terá um novo sistema
para tentar frear o desmatamento e as queimadas
na floresta. O Instituto do Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon) lançou no
dia 5 um portal com informações
atualizadas sobre a situação
de florestas e de áreas protegidas,
como reservas indígenas e unidades
de conservação. Os dados estão
disponibilizados em quatro mapas, além
de relatórios e gráficos.
De acordo com uma das líderes
do projeto, a técnica em geoprocessamento
Kátia Pereira, o objetivo é
contribuir para a transparência ambiental
na região: “Temos em mente o desenvolvimento
sustentável na Amazônia e queremos
contribuir com as ações de fiscalização
do governo e dos órgãos que
tratam dessa questão. O nosso próximo
passo agora é disponibilizar informações
sobre a exploração madeireira
e os planos de manejo da região".
Os dados sobre queimadas
e desmatamento, explicou, são obtidos
no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) e cruzados com informações
da organização ambientalista,
como municípios e terras indígenas
envolvidos na área monitorada. “A partir
daí, são geradas as estatísticas
e se pode fazer inclusive um histórico
sobre uma determinada área protegida”,
disse.
Além dos mapas de
desmatamento e queimadas, o Imazon desenvolveu
um sistema independente de alerta para monitorar
a derrubada das florestas. O relatório
mais recente é de abril e está
relacionado ao desmatamento em Mato Grosso.
De acordo com o boletim divulgado no site,
a derrubada foi reduzida em 89%, na comparação
com igual período do ano passado.
Um dos fatores para essa
redução, segundo a especialista,
foi a moratória da soja, defendida
pelas empresas compradoras do grão,
que não aceitam a produção
em áreas desmatadas na Amazônia.
Kátia Pereira apontou ainda a queda
na cotação do dólar e
ações efetivas do governo para
conter o desmatamento..
O Sistema de Alerta e Desmatamento
do Imazon cobre atualmente apenas o estado
de Mato Grosso, mas deve ser expandido para
os nove estados que têm a Floresta Amazônica
dentro dos seus limites geográficos.
Mais informações podem ser obtidas
no site www.imazon.org.br.
+ Mais
Ministra vê união do desenvolvimento
econômico à proteção
de ativos ambientais como o desafio do século
9 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - Se os principais atores
mundiais não forem capazes de dar continuidade
ao processo de desenvolvimento econômico
e, ao mesmo tempo, preservar e proteger os
ativos ambientais existentes, estarão
indo na contramão da história.
A avaliação foi feita pela ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, na solenidade
de lançamento do Centro de Excelência
Ambiental da Petrobras na Amazônia,
como parte das comemorações
pela Semana do Meio Ambiente.
No caso específico
do Brasil, segundo ela, será necessário
um esforço muito grande para que "essa
potência ambiental” não cometa
os mesmos erros de outros países, “que
enriqueceram à custa de sacrificar
os recursos de milhares e milhares de anos
pelo lucro de apenas algumas décadas”.
O Brasil tem agora, acrescentou,
a oportunidade de dar uma grande contribuição
para diminuir os efeitos das mudanças
climáticas: “Produzir biocombustíveis
em base sustentável é a nossa
grande contribuição para adaptar
e mitigar esses impactos". Para que isso
ocorra de fato, segundo a ministra, é
preciso antecipar a busca por fontes alternativas
de energia.
“O desafio do nosso século
é podermos juntar numa mesma equação
desenvolvimento econômico e conservação,
com a proteção dos ativos ambientais.
Porque, se nós não formos capazes
de alcançar essa equação,
de dar respostas considerando que a viabilidade
econômica dos nossos projetos tem que
ser igual à viabilidade ambiental e
vice-versa, nós estaremos indo na contramão
da história”.
Ela destacou ainda a necessidade
de estabelecer parcerias, para não
repetir erros do passado. “É preciso
que tenhamos a consciência da necessidade
de se buscar uma forte parceria – sobretudo
com as comunidades. Se nós formos capazes
de saber juntar o melhor da tradição
como o melhor da modernidade, nós teremos
um centro de excelência", disse,
em referência ao Centro inaugurado pela
estatal.
E concluiu: "Se, além
dessa união, nós formos capazes
de criar um processo que assegure controle
e participação social das informações
produzidas, aí nós estaremos
alimentando não apenas uma empresa
importante estrategicamente para país,
mas todo um país, toda uma região
e todo o processo civilizatório, que
não aceita mais fazer as coisas às
escuras”.
+ Mais
Amazonas lança lei
de mudanças climáticas e anuncia
pagamento do Bolsa-Floresta
5 de Junho de 2007 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil
- Manaus - O governo estadual sancionou nesta
terça-feira (5), Dia Mundial do Meio
Ambiente, duas novas leis com o objetivo de
fortalecer e incentivar o desenvolvimento
sustentável da floresta amazônica,
além de minimizar os problemas causados
a esse ecossistema pelo efeito estufa e pelo
desmatamento.
A Lei Estadual de Mudanças
Climáticas, Conservação
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável
do Amazonas e a lei que cria o Sistema Estadual
de Unidades de Conservação começam
a valer nesta semana, incluindo a criação
do primeiro fundo estadual de mudanças
climáticas do país, além
de produtos e serviços florestais.
A lei também cria
o Bolsa-Floresta, benefício que será
pago mensalmente às 8,5 mil famílias
que vivem nas 33 unidades de conservação
ambiental do estado, cadastradas pela secretaria
estadual de Meio Ambiente. Essas unidades
ocupam uma área de 17 milhões
de hectares e segundo o secretário
Virgílio Viana, o objetivo é
fazer do homem do interior um verdadeiro "guardião
da floresta".
A lei de mudanças
climáticas atuará ainda para
dar às empresas que atuam na região
a oportunidade de reduzirem as emissões
de gases. Com o Sistema Estadual de Unidades
de Conservação, acrescentou,
o governo estabelece as normas de criação,
implantação e gestão
das unidades de conservação
no estado.
O governador Eduardo Braga
disse que as duas novas leis contribuem para
a defesa da floresta, mas que ainda existem
desafios e o maior deles é o desenvolvimento
com sustentabilidade ambiental. "Por
falta de arranjos produtivos sustentáveis,
tecnologia, logística e financiamento,
determinadas populações acabam
se utlizando de forma indevida da floresta.
É fundamental dar ao valor econômico
um aspecto social, sob pena de não
democratizar isso para as populações
locais e deixá-las excluídas
do processo de desenvolvimento sustentável.
Precisamos também entender os limites
ambientais, que devem ser respeitados, como
a exploração racional dos recursos.
Por fim, não podemos ignorar a importância
da tecnologia, porque sem GPS, sem cobertura
por satélites, não seria possível
vencer os desafios da relação
homem-natureza", afirmou.
Apesar dos protestos contra
a divisão do Instituto Brasileiro dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
os funcionários do órgão
apoiaram a sanção das novas
leis, que segundo o analista ambiental Marcelo
Dura contribuem para o enriquecimento do debate
na região. "Ganha a população
que vive na floresta e ganha o meio ambiente
de uma forma geral", disse.
Para o coordenador do Greenpeace
no Amazonas, Paulo Adário, "as
duas leis são quase 'visionárias',
mas perfeitamente capazes de ser implementadas".
Ele acrescentou que a iniciativa "mostra
que é possível e necessário
fazer alguma coisa para preservar a floresta
em pé e proporcionar melhores condições
de vida ao homem que vive distante dos centros
urbanos".
O estado possui 33% da área
total da Amazônia e a floresta abriga
a maior diversidade de plantas e peixes do
mundo, além de 16% de toda a água
doce do planeta.