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STF DECIDE QUE AGRICULTORES TERÃO QUE DEIXAR RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2007

4 de Junho de 2007 - Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os cerca de 14 mil índios das etnias Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona, habitantes da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, não terão mais que conviver com agricultores e pecuaristas. O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (4) manter a homologação da reserva de 1,7 milhão de hectare e garantir a desocupação de não-índios. A homologação do território foi regulamentada por meio de decreto presidencial em 2005. A sentença do STF foi unânime.

Durante o julgamento, o relator do mandado de segurança da Itikawa Indústria e Comércio contestando o decreto, ministro Carlos Ayres Britto, afastou a argumentação de que somente o Congresso Nacional teria poderes para homologação de terras indígenas. Britto lembrou que o Estatuto do Índio confere esses poderes ao presidente da República e, portanto, reconheceu a legalidade da reserva Raposa Serra do Sol. Os demais ministros acompanharam o voto do relator.

A advogada da Advogacia-Geral da União (AGU), Gracie Maria Fernandes, explicou que com a decisão, a Fundação Nacional do Índio (Funai) poderá prosseguir na proteção do território e atuar na expulsão e expropriação de não-índios da reserva. Entre eles, rizicultores e criadores de gado.

“O que STF fez foi reconhecer a legitimidade de toda atuação da administração pública com relação ao procedimento demarcatório e com relação ao decreto do presidente. Com isso, permite que os trabalhos de remoção da Funai tenham continuidade”.

Fernandes informou que no processo de expropriação, as benfeitorias consideradas de boa fé, ou seja, que não desrespeitam normas de proteção ao meio ambiente ou trabalho, por exemplo, serão indenizadas.

O advogado dos agropecuaristas Luiz Valdemar Albrecht reconheceu que, no momento, o grupo está “descoberto” e precisará de uma nova liminar para não ser expulso imediatamente da área. E destacou a importância da produção de arroz para região que abastece o estado de Roraima e a cidade de Manaus (AM). “Os produtores estão estabelecidos na região há muitos anos. Na região aprimoraram e ampliaram as atividades. Ao ter que sair, quem vai substituí-los?”, questionou.

A conciliação entre indígenas e rizicultores seria impossível na avaliação de Albrecht. O advogado acredita que organizações internacionais pressionam os índios para usufruírem da biodiversidade amazônica. “Hoje há uma infiltração de ONGs estrangeiras fazendo biopirataria de todo tipo. Como o indígena é tutelado, não tem vontade própria, não é ele que administração a terra”.

Terêncio Salamão, da etnia Wapixana, acredita que a decisão do STF sinaliza um fim de disputas de terras na região. “Durante 30 anos lutamos para que estas sejam áreas de comunidades indígenas. Uma luta muito difícil, onde muitos dos nosso sofreram com a morte e as ameaças de rizicultores”, afirmou.

Durante o julgamento, o ministro Carlos Ayres Britto também descartou a hipótese de violação de direitos aos agropecuaristas, que afirmavam não terem sido ouvidos no processo que culminou na demarcação da reserva.

A decisão do Supremo não é definitiva dependendo do julgamento do mérito da ação.

O território Raposa Serra do Sol fica ao norte do estado de Roraima na fronteira com a Guiana e a Venezuela. É habitado por cinco etnias com cerca de 150 comunidades. A homologação de terras indígenas é a última etapa de um processo que se iniciou com estudos de identificação e delimitação do território.

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Para Funai, é preciso regulamentar Constituição antes de discutir mineração em áreas indígenas

4 de Junho de 2007 - Érica Santana - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, disse hoje (4) que é preciso regulamentar os dois artigos da Constituição Federal (231 e 232) que tratam dos direitos dos índios antes de discutir a permissão da exploração de terras indígenas por empresas mineradoras. A Funai discute há mais de um ano o anteprojeto de lei nesse sentido. O tema foi assunto da Conferência Nacional dos Povos Indígenas, no ano passado, e deve ser discutido na Comissão Nacional de Política Indigenista.

O terceiro parágrafo do artigo 231 determina que “o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional”. A norma destacada ainda que é preciso ouvir “as comunidades afetadas”, ou seja, os índios, “ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei”. Contudo, não há a regulamentação dessa diretriz.

“A Constituição de 1988 aguarda ainda uma regulamentação sobre esse assunto. Nós vamos certamente estar discutindo isso. O governo está discutindo essa tema e vai estar discutindo com a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI)”, informou em entrevista à Agência Brasil.

A Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) realiza sua primeira reunião hoje em Brasília. A comissão tem caráter consultivo e temporário e foi instituída em 2006 com o objetivo de acompanhar as ações dos órgãos do governo federal ligadas a questões indígenas e também para monitorar a criação e atualização de leis relacionadas aos índios. Em abril do ano passado, durante a 1ª Conferência Nacional dos Povos Indígenas, as lideranças indígenas pediram o adiamento da discussão sobre as sugestões dos índios na composição do anteprojeto.

Na época, o procurador-geral da Funai, Luiz Fernando Villares, disse que a proposta submetida aos índios na conferência previa que a mineração deveria ter o consentimento das comunidades da região onde a atividade será desenvolvida. Além disso, as empresas interessadas em explorar as riquezas minerais das terras indígenas teriam de participar de uma licitação. Os índios também poderiam participar do processo licitatório, por meio de parcerias com empresas ou de cooperativas e associações indígenas.

O presidente da Funai acredita que a regulamentação poderá acabar com a exploração ilegal das mineradoras que já atuam em terras indígenas. “É melhor que tenha uma regulamentação para que os índios saibam claramente o que cabe a eles e que eles tenham um lugar garantido no desenvolvimento do Brasil do que ficar desregulamentado e virar uma situação como é hoje, que cada uma faz o que quer e não tem controle sobre essa questão”.

Para o líder da nação Caiapó, caicique Akiabouro Caiapó, integrante da CNPI, o projeto que está sendo elaborado pelo governo, que prevê que as empresas mineradoras interessadas em explorar terras indígenas paguem royalties para os índios, deve ser revisto. Na opinião do cacique, a destinação e divisão de cerca 3% do total que for ganho com a extração de minério entre os índios e um fundo a ser administrado pela Funai é injusta. “Eu não aceito isso. Eu sou contra esse projeto. Vamos discutir mais. Se fosse 50% diretamente para os índios, aí eu iria concordar e ia conversar com as lideranças de todo o Brasil”.

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Grupo indígena isolado de Mato Grosso pode ter sido expulso de terras

1 de Junho de 2007 - Wellton Máximo e Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Fundação Nacional do Índio (Funai) anunciou hoje o contato com um grupo de 87 índios isolados, no interior do Mato Grosso. Os índios foram identificados como sendo de uma etnia conhecida, a Metykire, variante do grupo Kayapó que habita o sul do Pará. Ainda segundo a Funai, o grupo é de parentes do líder kayapó Raoni.

Os índios foram encontrados após caminhar cinco dias até uma aldeia kayapó no município de Peixoto de Azevedo, no norte do Mato Grosso (MT). O primeiro encontro entre os Metykire e seus parentes kayapó ocorreu no dia 24. O grupo recém-descoberto vivia em uma área indígena já demarcada e protegida.

De acordo com a Funai, eles contaram que decidiram buscar ajuda porque estavam sendo ameaçados a tiros por homens brancos. O órgão suspeita de garimpeiros e madeireiros ilegais que podem ter invadido a reserva.

O presidente da Funai, Márcio Meira, considera surpreendente o fato de um grupo desconhecido ter sido encontrado nos tempos atuais. “O fato de não termos conhecimento ou contato com essa população mostra que o Brasil é um país riquíssimo do ponto de vista da diversidade cultural”, disse.

Por medida de segurança e para impedir a proliferação de doenças entre os índios recém- descobertos, a Funai interditou a pista de pouso que dá acesso à aldeia. Por enquanto, o contato com eles está sendo feito por outros índios kayapó que trabalham no órgão da Funai no estado. Nos próximos dias, uma equipe da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) deve levar medicamentos e vacinas contra gripe, hepatite e a tríplice, contra coqueluche, difteria e tétano.

O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Saulo Feitosa, pede que a medicação dos índios seja feita com muito cuidado e somente se comprovado “risco de iminente contágio”. Para Feitosa, a Funai agiu adequadamente e deve continuar a respeitar os direitos do grupo e dos demais povos isolados.

“Ao encontrar roças, barracas, utensílios ou relatos de mateiros, a Funai deve se preocupar em isolar a área e prover a proteção do grupo”, afirma. “O ideal era que a Funai atuasse apenas quando o contato com a população não-índia fosse inevitável.”

Ainda segundo a Funai, um dos índios tem uma bala alojada no corpo, mas não se sabe se o tiro é recente ou antigo. Na última quarta-feira (30), houve mais uma surpresa. Uma mulher do grupo deu à luz uma criança.

Segundo a Funai, existem cerca de 60 grupos indígenas registrados como isolados no país. A política oficial consiste em mantê-los como estão, evitando o contato com eles.

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Operação retira 800 invasores de terra indígena em Rondônia

8 de Junho de 2007 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Uma operação conjunta entre a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) retirou mais de 800 invasores da maior terra indígena de Rondônia. A reserva Uru Eu Wau Wau tem 1,8 milhão de hectares e está localizada no município de Seringueiras, no oeste do estado, a 600 quilômetros da capital Porto Velho.

De acordo com a assessoria de comunicação do governo de Rondônia, a terra invadida havia sido dividida em lotes e era vendida irregularmente a pequenos produtores rurais. Os lotes ocupados tinham em média 2 a 3 hectares e eram comercializados por grileiros da região. As famílias que ocupavam a área faziam derrubadas na mata para construção de casas e cultivo de alimentos.

Ainda de acordo com a assessoria do governo, a investigação da Polícia Federal começou há seis meses, a partir de denúncia feita por agentes da Funai sobre a ocupação irregular das terras indígenas. A retirada dos invasores contou com apoio logístico da Polícia Militar do estado, que cedeu viaturas e pessoal para guiar os agentes até o local da invasão.

Os 800 invasores foram levados para instalações da Funai, da Polícia Militar e para um ginásio de esportes do município de Seringueiras. Eles serão processados por crime ambiental.

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Fome entre índios vai ser investigada por relator de direitos humanos

3 de Junho de 2007 - Tatiana Matos - Da Agência Brasil - Brasília - O novo relator nacional dos Direitos Humanos à Alimentação Adequada e à Terra Rural, Clóvis Zimmerman, empossado esta semana, terá como primeira missão de caráter emergencial apurar a desnutrição entre comunidades indígenas do Mato Grosso do Sul. Nos dias 12 e 13 de junho, Clóvis vai a Dourados, acompanhado do Ministério Público.

O novo relator também quer discutir temas como a renda básica de cidadania, segurança alimentar, e o acesso a terra. "Exigir um pouco mais ações do governo no sentido de implementar esta lei de renda básica de cidadania que prevê que cada brasileiro independente de renda, cor e raça receba uma renda que seja suficiente para garantir alimentação, saúde e educação". Para ele é interessante mobilizar a sociedade civil para que pressione o governo na implementação desta lei.

O novo relator não concorda com a exigência da contrapartidas do programa Bolsa Família. "Os diretos humanos não prevêem nenhuma contrapartida, eles são inerentes à pessoa humana. Tem que ser incondicional". Clóvis também pretende investigar a situação do acesso à terra para populações indígenas, quilombolas e aos sem terra para que seja um direito humano.

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Professor indígena é principal exigência de povos do Nordeste na área de educação

3 de Junho de 2007 - Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Com cerca de 90% dos brasileiros de 7 a 14 anos estão cursando o ensino fundamental, o principal desafio do Brasil na área educacional é melhorar a qualidade do ensino. Além de atender a população adulta ou que tem dificuldade de acesso às escolas. Um desses públicos-alvo são os indígenas, segundo Edla Soares, responsável pela pesquisa sobre direito à educação do Relatório Nacional de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais, divulgado esta semana em Brasília.

Para apurar o atendimento educacional aos indígenas, Edla realizou dois seminários, duas audiências públicas e visitas a aldeia em Alagoas e Pernambuco. A partir desses encontros, elaborou recomendações para melhorar a educação indígena na região Nordeste.

A principal reivindicação indígena a respeito de educação, segundo Edla, é que haja concurso público específico para professores indígenas. "Devido à língua, a questões tradicionais e religiosas eles (os índios) acreditam que os professores indígenas têm condições de exercer a docência respeitando essas questões que, segundo eles, outros não teriam condições de fazer”, afirma Edla.

Em Alagoas, ficou acordado que o Ministério Público fará reuniões com outros procuradores da região Nordeste para analisar a possibilidade, segundo a relatora. Ela explica que o concurso público nos moldes que querem os indígenas esbarra na determinação de que o processo de seleção pública deve ter caráter universal.

Outras recomendações da relatoria estão relacionadas ao estabelecimento de regularidade na educação indígena, na oferta de merenda e de transporte escolar.

O relatório é uma publicação da organização social Plataforma de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais, que tem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2002, o projeto de relatoria foi criado para monitorar a implementação desses direitos no Brasil.

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Índios Munducuru querem formar cooperativa para exportar farinha de mandioca

3 de Junho de 2007 - Janaina Sobrino - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Os indígenas da etnia Mundurucu, que vivem na aldeia Sai Cinza, no município de Jacareacanga, oeste do Pará, estão organizando uma cooperativa para exportar a farinha de mandioca produzida na aldeia. A iniciativa tem apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), que criou o projeto Farinha Mundurucu para estimular a manutenção das técnicas tradicionais da fabricação do produto.

O chefe do serviço de assistência da Funai, Ivanildo Viana Rocha, afirma que o projeto busca a integração das comunidades indígenas e a produção da farinha como fonte de recursos para as aldeias. "O projeto visa a integração das comunidades, porque você vai ter uma associação indígena visitando várias comunidades acompanhando o projeto", completa Ivanildo.

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Lideranças e governo definem subcomissões temáticas para política indigenista

5 de Junho de 2007 - Kátia Paiva - Da Rádio Nacional - Brasília - Lideranças indígenas e representantes do governo definiram hoje (5) a criação de subcomissões temáticas, na segunda etapa da reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista. A primeira foi realizada ontem (4), no Ministério da Justiça.

Foram propostas nove subcomissões, que tratam de assuntos ligados a violência, demarcação de terras, sustentabilidade, saúde, educação, estatuto, meio ambiente, programas de desenvolvimento e ações voltadas para mulheres e crianças. As subcomissões terão um mínimo de três e um máximo de cinco integrantes.

Segundo Sandro Tuxá, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), "várias comissões têm que acompanhar esse processo, porque se a gente ficar esperando, com certeza vai demorar mais ainda para que essas questões sejam discutidas". Ele disse ainda que alguma deficiência no governo impede o avanço das ações voltadas para as populações indígenas.

Para Saulo Feitosa, vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a quantidade de assuntos a serem tratados será um grande desafio: "Acho que o desafio dessa comissão vai ser como equacionar a quantidade de demandas e conseguir identificar as prioridades e viabilizar as questões mais estratégicas".

A CNPI foi instalada no dia 19 de abril pelo Ministério da Justiça. Fazem parte da Comissão representantes de vários órgãos do governo e 20 lideranças indígenas. A Amazônia é representada por lideranças de nove estados (Amazonas, Pará, Mato Grosso, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Acre, Roraima e Amapá).

Os representantes da Comissão pretendem se reunir a cada dois meses. Dos 20 indígenas, apenas dez terão direito a voto, mas os demais também poderão se manifestar.

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Greve do Incra adia retirada de fazendeiros de reserva indígena em Roraima

8 de Junho de 2007 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A greve iniciada no dia 28 de maio pela Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Roraima interrompeu os processos de reassentamento das famílias não-indígenas que precisam deixar a reserva Raposa Serra do Sol.

No último dia 4, o Supremo Tribunal Federal (STF) anunciou uma decisão que mantém a homologação da terra indígena, determinado a retirada dos não-índios do local. A homologação do território foi regulamentada por meio de decreto presidencial em 2005, mas a paralisação do órgão agrário pode atrasar a definição da situação nessa região de confronto entre indígenas e produtores de arroz.

Em função da greve, estão funcionando apenas serviços essenciais, como a distribuição de alimentos para famílias incluídas no Programa de Reforma Agrária (Paz no Campo) e perícias determinadas pela Justiça Federal. Segundo o Incra, desde o segundo semestre de 2006, quando foram intensificados os trabalhos de reassentamento dos remanescentes não-índígenas na reserva Raposa Serra do Sol em Roraima, até o início da greve no estado, 181 famílias foram reassentadas.

O trabalho do Incra para reassentamento das famílias que precisam desocupar a reserva inicia após o pagamento da indenização pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Além disso, os beneficiados podem receber da União lotes de terra que variam de 100 a 500 hectares. O reassentamento só pode ser cumprido mediante o atendimento completo das exigências feitas pelo órgão agrário. Funcionários públicos e proprietários de terras fornecidas pela União, por exemplo, não podem ser incluídos nos programas de reassentamento.

Para a empresária e ex vice-presidente da Associação dos Arrozeiros de Roraima, Isabel Itikawa, as áreas reservadas pelo Incra para os reassentamentos não são compatíveis com o que os produtores possuem atualmente. Ela afirma que, quando adquiriu seu lote de terra, recebeu do Incra e da Funai autorização para trabalhar no local, "que somente ano passado foi considerado área de preservação indígena".

"Nós (produtores) compramos nossas fazendas de forma legal. Quando tiramos os títulos dessas propriedades, tivemos autorização e respaldo de que elas não estavam em áreas de preservação indígena. Além disso, geramos emprego, contribuímos para o desenvolvimento da região e por isso não temos porque sair daqui. Houve um compromisso do governo federal em alocar os produtores em área compatível e indenizar as benfeitorias. Isso não foi feito, então por que hoje temos que sair de nossas propriedades?", questiona.

Segundo a Asociação dos Arrozeiros de Roraima, 13% do Produto Interno Bruto do estado é resultado da rizicultura, que emprega cerca de 8 mil pessoas de forma direta e indireta. Em todo o estado, existem dez grandes usinas de arroz, sendo a grande maioria localizada na área Raposa Serra do Sol.

A reserva indígena Raposa Serra do Sol possui aproximadamente 1,7 milhão de hectares e está localizada na fronteira do Brasil com a Guiana e a Venezuela, no nordeste do estado de Roraima. Segundo o Conselho Indígena de Roraima (CIR), o local concentra média de 18,7 mil índios das etnias Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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