23 de Junho de 2007 - Alana
Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - O Estudo de Impacto
Ambiental e o Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/Rima) referentes à usina
nuclear de Angra 3 mostram que os impactos
efetivos são reduzidos e imperceptíveis
para a população. A afirmação
é do superintendente de Licenciamento
e Meio Ambiente da Eletronuclear, Iukio Ogawa.
A estatal é responsável pela
construção e operação
das usinas nucleares no Brasil.
"Na operação
de uma usina nuclear, não existe um
impacto significativo perceptível.
Ou seja, desmatamento, liberação
de efluentes, emissões atmosféricas,
isso não ocorre em uma usina nuclear”,
explicou.
Ogawa admitiu que o que
há são impactos decorrentes
da implantação das obras civis,
como acontece em qualquer empreendimento de
grande porte que gera resíduos. Esses
efeitos estão previstos no EIA/Rima.
"A questão mais
sensível é decorrente da percepção
do risco. É uma coisa do imaginário
popular”, analisou o superintendente. Segundo
informou, os questionamentos ficam direcionados
à questão sócio-ambiental
relativa às necessidades da população,
como infra-estrutura, geração
de emprego, saúde e educação.
O processo de licenciamento
estabelece que haverá uma compensação
para o impacto ambiental. Os recursos serão
destinados de modo exclusivo para as unidades
de conservação ambiental gerenciadas,
nesse caso, pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Iukio Ogawa informou que
as outras compensações estão
previstas no processo de minimização
dos efeitos das obras e ocorreriam por meio
de políticas de responsabilidade social
e numa ação de inserção
regional que a Eletronuclear já vem
desenvolvendo.
“Nesse caso, a gente atende
a questões de infra-estrutura, apoio
ao aparelhamento público, como o Corpo
de Bombeiros, e outras obras que são
pactuadas com as prefeituras", explicou.
+ Mais
Para associação
de moradores, construção de
usina resolverá problemas da região
23 de Junho de 2007 - Alana
Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - As audiências
públicas realizadas nesta semana sobre
a usina nuclear de Angra 3 foram positivas
porque permitiram à população
ter maiores informações sobre
o projeto. Essa foi a avaliação
feita por Antonio Cordeiro, presidente da
Associação de Moradores das
Comunidades de Sertãozinho e do Frade,
localizadas no entorno da Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto, em Angra
dos Reis.
“Eu acho que as pessoas
hoje têm maior esclarecimento sobre
a questão do projeto nuclear, entendem
a necessidade de construção
de Angra 3 para o desenvolvimento da energia
nuclear no Brasil, como também para
suprir a necessidade de energia que já
é grande no país e com certeza,
no futuro, será maior ainda. Um país
sem energia não vai ter empreendimentos,
nem futuro”, avaliou Cordeiro.
As audiências foram
realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) nos dias 19, 20 e 21, nos municípios
de Angra dos Reis, Parati e Rio Claro, respectivamente.
Cordeiro participou das três audiências
e das 14 reuniões públicas promovidas
anteriormente sobre a usina.
"A comunidade da região
está angustiada, esperando que isso
[a construção da usina] aconteça
o mais rapidamente possível. A sensação
que a gente tem aqui é a de que Angra
3 vai resolver os problemas das pessoas, pelo
menos durante os próximos seis anos.
O pessoal está esperando com ansiedade
o anúncio da construção",
disse Cordeiro.
O principal problema que
o presidente da Associação de
Moradores de Sertãozinho e do Frade
espera ver solucionado pela usina diz respeito
ao desemprego: “A região sofre muito
com isso. Nós não temos nenhum
empreendimento grande sendo colocado aqui”.
Além de representar a contratação
de grande contingente de mão-de-obra,
o projeto, segundo Cordeiro, abre para os
jovens da região a oportunidade de
serem operadores das demais usinas em operação
(Angra 1 e 2).
Outros benefícios,
como saneamento básico e construção
de um hospital regional, foram abordados nas
audiências e estão previstos
sob a forma de compensação que
será dada pelos empreendedores do projeto.
“O pessoal tem certeza de que a contrapartida
vai ajudar a resolver alguns problemas existentes”,
disse.
Cordeiro informou ainda
que há preocupação com
o fluxo migratório que poderá
ocorrer para a região, por isso os
sindicatos se mobilizam para criar um comitê
que será responsável pela fiscalização
da mão-de-obra a ser contratada para
o projeto. O comitê funcionará
junto à Eletronuclear, a estatal responsável
pela construção e operação
das usinas nucleares no Brasil.