(29/06/2007) As perspectivas,
desafios, limitações e questionamentos
a cerca da agroenergia permearam as discussões
durante a audiência pública “O
milho na nova matriz energética: alimento
ou combustível?”, realizada no último
dia 28 durante a Mostra de Tecnologias 2007
da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG),
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
“Devemos estar preparados
e sermos capazes de buscar novos caminhos
para intensificarmos nossas parcerias com
o setor privado. Precisamos avançar
neste mundo de oportunidades, o da agroenergia”,
descreveu o diretor-executivo da Embrapa,
Kepler Euclides Filho. Segundo ele, a ciência
deve ser um elemento de desenvolvimento social
neste processo, contribuindo para a melhoria
da qualidade de vida. “A Embrapa tem uma responsabilidade
imensa neste contexto”, disse.
O membro da Academia Nacional de Agricultura,
Alysson Paolinelli, tem opinião semelhante.
Para ele, é urgente a sinergia entre
empresas públicas de pesquisa e a iniciativa
privada e o investimento maciço em
ciência e tecnologia. “Nos Estados Unidos,
US$ 1,5 bilhões serão investidos
somente este ano na busca de soluções
para fontes alternativas de energia. Deveríamos
nos preparar mais. Temos capital humano, mas
deveríamos investir com mais racionalidade
no segmento. O Brasil tem condições
de liderar essa corrida”, destacou.
A chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Vera
Maria Carvalho Alves, fez um diagnóstico
da produção de milho no país
e apresentou potenciais oportunidades para
o produtor do grão. Para ela, o cenário
mundial impõe novos desafios à
cadeia produtiva. “O aumento no consumo mundial
de milho para a produção de
etanol e mudanças em comportamentos
de mercado, como a China passando de exportador
para importador do produto, vem criando excelentes
oportunidades para o Brasil”, antecipou. Segundo
Vera Alves, o aumento de produtividade, com
o uso de tecnologias sustentáveis,
como a integração-lavoura-pecuária-floresta,
o desenvolvimento de novas tecnologias, como
monitoramento, previsão de mapas de
risco para pragas e doenças, e a organização
do sistema produtivo, podem ser instrumentos
para alavancar a produção.
Minas – Os secretários de Estado de
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior,
Alberto Duque Portugal, e o de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana
Rodrigues, enfatizaram também a necessidade
de consolidação de parcerias
entre os setores público e privado
para o desenvolvimento da agroenergia em Minas
Gerais. Segundo Portugal, o Governo de Minas
está na fase de estruturação
de um plano para a agroenergia, “com definição
de competências, desafios e oportunidades”.
“Devemos incentivar projetos de pesquisa que
priorizem a busca de fontes alternativas de
energia”, disse. Ainda segundo ele, a Embrapa
deve ser ágil na otimização
do seu relacionamento com empresas privadas
para liderar este processo.
Outra preocupação para a pesquisa,
segundo o secretário de Estado de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais,
Gilman Viana, é o controle de novas
pragas e doenças que atacarão
culturas potenciais, como o pinhão
manso, e apresentar alternativas de desenvolvimento
aliadas à preservação
do meio ambiente. Nesta sexta-feira, 29, haverá
reunião do Conselho Assessor Externo(CAE),
órgão que tem como objetivos
avaliar e orientar os trabalhos da Embrapa
Milho e Sorgo.