O secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, vai lançar em novembro o
Programa Desperdício Zero na Bahia.
A reprodução do programa no
estado nordestino ficará sob a responsabilidade
da Associação Comunitária
SOS Mont Serrat da Península Itapagiana
(Ascompita) - organização da
sociedade civil sem fins lucrativos – conforme
termo de cooperação assinado
nesta terça-feira (9), em Curitiba,
pelo secretário do Meio Ambiente e
o presidente da associação,
Domício Maia.
A primeira ação
em território baiano será no
dia 14 de novembro, durante o I Seminário
de Gestão Administrativa de Resíduos
Sólidos Urbano e Rural dos Municípios
da Bahia, em Salvador.
Na ocasião, Rasca
irá apresentar o material didático
elaborado pelo programa Desperdício
Zero, desenvolvido pela Secretaria do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, que é
composto por um manual com cerca de 400 páginas
com dicas e orientações sobre
coleta e destinação final de
todos os tipos de resíduos – do orgânico
a resíduos da construção,
de pilhas e baterias a resíduos de
saúde, por exemplo.
“A preocupação
do Paraná é aliar o desenvolvimento
econômico à melhor qualidade
de vida; e, acima de tudo, respeitar e preservar
o meio ambiente. É muito gratificante
ver que o nosso trabalho é reconhecido
e reproduzido por outros estados brasileiros”,
comentou o secretário.
Segundo o presidente da
Ascompita, serão distribuídos
cerca de 100 mil manuais do Desperdício
Zero em território baiano. Para ele,
o material ajudará significativamente
a política de resíduos sólidos
da Bahia. “Queremos levar este exemplo do
Paraná para os 418 municípios
baianos e, quem sabe, futuramente para todo
o Nordeste. Não tivemos dúvidas
em procurar o apoio do Paraná, pois
nós sabemos que este é um projeto
interessante, simples e que deu certo”, afirmou.
PROGRAMA – O programa Desperdício
Zero foi criado para reduzir em 30% o volume
de resíduos encaminhado aos aterros
sanitários – através da reutilização,
reaproveitamento e reciclagem dos materiais.
Para alcançar esta
meta, o Programa conta com inúmeras
parcerias. “Com capacitações
realizadas em todos os existem hoje no Paraná
cerca de 108 agentes multiplicadores do Desperdício
Zero. Tudo isso através de ações
de conscientização envolvendo
todos os agentes do processo”, disse o coordenador
do Programa, Laerty Dudas
Segundo ele, depois de lançar
o manual do Programa Desperdício Zero
na Bahia, o próximo passo será
a realização de oficinas direcionadas
a professores, agentes de meio ambiente e
técnicos, para que ser formem novos
agentes multiplicadores.
+ Mais
Governo garante reagrupamento
dos remanescentes dos Xetás no Paraná
O Governo do Estado está
participando das discussões para garantir
a demarcação de terras para
os últimos remanescentes da tribo Xetá.
No inicio desta semana a Secretaria do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, por meio
do Instituto de Terras, Cartografias e Geociências
(ITCG) e a coordenadoria para Assuntos Indígenas
da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos,
participaram, em Guarapuava de Encontro sobre
a reunificação dos Xetás.
Os Xetás são
a única etnia genuinamente paranaense
e a última tribo a ser descoberta no
Paraná, na década de 40, no
Noroeste do Estado. Possuíam hábitos
do período da Pedra Polida e em contato
com os colonizadores foram praticamente extintos.
Atualmente, existem seis remanescentes puros
dos índios Xetás e cerca de
92 descendentes dispersos vivendo em cidades
do noroeste do Estado, Curitiba, São
Paulo e Santa Catarina.
O indigenista e coordenador
de Assuntos Indígenas, da Secretaria
Especial de Assuntos Estratégicos,
Edívio Battistelli, contou que durante
três dias de discussão foi possível
promover o reencontro de diversas famílias
que vivem distantes umas das outras. “Muitos
ainda não se conheciam e o primeiro
contato entre os membros descendentes e remanescentes
da tribo ocorreu durante o evento, criado
justamente para que governo e comunidade pudessem
debater propostas para regularização
fundiária que irá unir os remanescentes
do grupo”, afirmou Battistelli.
De acordo com o indigenista,
o governo é solidário na luta
pela reunificação da tribo Xetá
e as discussões giraram em torno da
preocupação com o resgate da
memória da tribo.
Segundo Battistelli, hoje
existe o processo de estudo da demarcação
das terras dos Xetás feito pela Fundação
Nacional do Índio no ano de 2000. Mas
nenhum relatório foi publicado ainda
e de acordo com o Decreto de lei 1.775, de
1996, que regulamenta a demarcação
de terras indígenas, é necessário
que haja a publicação para a
realização de trabalhos posteriores.
“O Estado do Paraná participa deste
encontro buscando em conjunto a consolidação
dos índios Xetá”, explicou.
De acordo com Tikuen Xetá,
um dos seis índios de origem remanescente,
o encontro foi muito produtivo e acredita
que os resultados não vão demorar.
“É uma batalha antiga, mas que com
este encontro e o apoio do Governo do Paraná,
acredito que vamos resolver esta questão.
O próximo passo, é formar uma
comissão que se reunirá com
a Funai para fundamentar algum documento que
demarque as nossas terras”, antecipou Tikuen.
Para o presidente do ITCG,
José Antônio Peres Gediel, é
obrigação do Estado discutir
os assuntos relacionados a terra e dar apoio
as discussões em torno da regularização.
Como exemplo, Gediel citou o lançamento
dos mapas indígenas, no mês de
agosto. “No momento em que se cartografa por
meio de mapas uma área é possível
traduzir uma realidade muitas vezes invisível.
É possível explicar ao povo
paranaense que determinada comunidade existe
e faz parte da nossa história. Por
isso, trabalhamos além da questão
da demarcação das terras, pela
preservação da memória
da Tribo, que de certa maneira faz parte da
nossa identidade cultural”, enfatizou Gediel.
A missionária que
compõe a equipe do Conselho Indigenista
Missionário da região Sul -
e atua no Paraná, Marline Dassoler
Buzatto, a discussão abre uma oportunidade
única para os índios. “Durante
o encontro ficou claro para nós que
os 92 índios Xetá têm
um grande interesse no seu reagrupamento,
que deve ser feito em Umuarama, onde já
corre um processo para uma demarcação
de área destinada a eles” disse a missionária.
Marilene ainda comentou
que a proposta do encontro está voltada
à questão territorial e o reagrupamento
da etnia é fundamental. “Com todos
os descendentes juntos, há possibilidade
de se fazer um grande resgate da cultura Xetá
no estado”, ressaltou.
+ Mais
Seminário debate
tecnologia e metodologia na fiscalização
ambiental
O secretário do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, e o presidente do Instituto Ambiental
do Paraná (IAP), Vitor Hugo Burko,
abriram nesta segunda-feira (08), em Curitiba,
o “Seminário de Monitoramento Ambiental”
voltado a técnicos dos governos estadual
e federal na área ambiental, que unificará
tecnologias e metodologia utilizada na fiscalização
sobre uso do solo e cobertura florestal no
Estado.
A proposta do Seminário
- que reuniu técnicos do Ministério
do Meio Ambiente, Ibama, Secretaria do Meio
Ambiente, IAP, Suderhsa e ITCG - é
permitir um trabalho integrado que possibilitará
a contrução de um sistema compartilhado
de informações.
O IAP lançou no dia
2 de outubro um sistema integrado para monitoramento
utilizando imagens de satélites a partir
de 900 metros quadrados. Com a nova tecnologia,
será possivel diferenciar desmates
a partir de 900 metros quadrados, assim como
identificar a tipologia florestal de áreas
desmatadas, quantidade de carbono emitida
pelo desmatamento, cortes e intervenções
feitas em áreas de reserva legal, promover
o gerenciamento agroecologico e monitoramento
das bacias hridrográficas.
“O Paraná reduziu
em 88% os índices de desmatamentos
da floresta atlântica nos últimos
cinco anos, mas este resultado pode ser e
será ainda melhor. As imagens de satélites
que serão utilizadas pelo IAP mostram
o adensamento das florestas paranaenses, nos
últimos anos e não o seu empobrecimento.
Isso significa que com as ferramentas necessárias,
temos grandes chances de garantir a recomposição
e manutenção de ecossistemas
paranaenses”, declarou o secretário
Rasca.
Entre os temas apresentados
no Seminário estão a importancia
da base cartográfica para o monitoramento,
integração do meio ambiente
e agricultura, plano nacional de Monitoramento
da Mata Atlântica, experiência
de monitoramento e fiscalização
ambiental no Mato Grosso, entre outros.
Para o chefe do Centro de
Monitoramento Ambiental do Ibama, Humberto
Mesquita, presente no Seminário, a
tranverssalidade entre o governo federal e
estadual é fundamental para o andamento
dos trabalhos de monitoramento e fiscalização.
“Estamos apresentando aos técnicos
paranaenses o modelo de monitoramento da Mata
Atlântica, desenvolvido pelo Ibama para
que a integração fortaleça
os resultados na preservação
dos remanescentes florestais”, declarou Humberto.
IMAGENS DE SATÉLITE
– O presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, explicou
que o novo sistema - desenvolvido pelo Laboratório
de Inventário Florestal da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) - irá
sobrepor imagens de satélites para
identificar desmatamentos, alterações
ou aumento da cobertura florestal em território
paranaense.
“Estamos potencializando
o trabalho dos fiscais em campo com a adoção
de uma nova tecnologia. As imagens de satélite
auxiliarão no direcionamento de ações
fiscalizatórias em áreas onde
houve desmate para verificar se o corte foi
legal ou ilegal”, relatou Burko. Ele ainda
disse, que o Programa permitirá o monitoramento
e controle da expansão agricola no
Paraná
“Além de monitorar
a cobertura florestal nativa, o IAP irá
oferecer o material reunido à Secretaria
de Agricultura e Abastecimento, por exemplo,
para que faça o gerenciamento da parte
agrícola do Estado”, explicou.
FUNCIONAMENTO - Segundo
o presidente do IAP, com este programa o Instituto
poderá localizar, no espaço
e no tempo, o desmate florestal com periodicidade
bimestral. “A cada dois meses estaremos sobrepondo
imagens de satélite atuais e identificaremos
o lugar exato onde está ocorrendo o
desmate, inclusive indicando as vias de acesso
para chegar ao local”, informou Burko.
O presidente relatou ainda,
que em um prazo de seis meses a definição
das imagens de satélite aumentam, permitindo
a identificação de desmates
a partir de 16 metros quadrados. “Os escritórios
regionais do IAP receberão bimestralmente
uma relação com os desmates
ocorridos dentro de sua área de abrangência,
com informações como a tipologia
florestal desmatada e o volume retirado. O
primeiro conjunto de imagens já foi
analisado e os desmates ocorridos entre março
e junho deste ano também estão
relacionados”, reforçou Burko.
De acordo com o coordenador
de Biodiversidade e Florestas da SEMA, Francisco
Lange Junior, a idéia é padronizar
procedimentos, otimizando-os através
de um eficaz sistema integrado de simples
operação e baixo custo. “Estamos
reunindo subsídios para a criação
de um novo canal de comunicação
com informações atualizadas
sobre o uso da vegetação de
florestas, bem como das outras áreas
naturais, que irão tramitar entre as
partes envolvidas na fiscalização
e monitoramento ambiental de todo o Estado”,
explicou.