2 de Outubro de 2007 -
Lúcia Nórcio - Repórter
da Agência Brasil - Curitiba - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje
(2) que os biocombustíveis produzidos
no Brasil não podem, em hipótese
alguma, ser identificados com práticas
ambientais e sociais incorretas. Ao reafirmar
que o governo não estimulará
o plantio de cana-de-açúcar
na Amazônia, Marina lembrou que não
há espaço na região para
expansão desse tipo de cultura, o que
contraria recentes informações
de que o plantio seria permitido e incentivado
em áreas da Amazônia já
degradadas ou devastadas.
Segundo a ministra, os Ministérios
da Agricultura, do Meio Ambiente , do Desenvolvimento
Agrário e da Ciência e Tecnologia
estão com esforço concentrado
na elaboração de um zoneamento
agrícola que apontará as áreas
de restrição completa ao plantio,
quais são as áreas que podem
ser viabilizadas com cuidados especiais e
aquelas em que já acontece o plantio.
"Esse zoneamento vai direcionar as ações
do governo na produção dos biocombustíveis”,
afirmou.
O Ministério do Meio
Ambiente já apontou as áreas
de restrição, que são
de proteção da biodiversidade,
o mapa dos biomas e áreas de risco.
Marina Silva participou,
em Curitiba, da reunião da Escola de
Governo. Na ocasião, representantes
do governo paranaense e a ministra assinaram
uma série de decretos e ações
voltados para a preservação,
monitoramento e educação ambiental
no estado.
Um dos decretos assinados
prevê ampliação do Parque
Estadual Pico Marumbi, na Serra do Mar, que
foi inaugurado em 11000 e é formado
por um complexo de montanhas que protegem
a mata atlântica litorânea. Em
2006, o governo estadual iniciou o processo
de ampliação do parque, que
terá sua área aumentada em quase
quatro vezes, passando de 2.340 hectares para
8.839 hectares.
Também foi lançado
o Programa de monitoramento ambiental via
satélite, que vai controlar a cobertura
florestal e agrícola do Paraná.
O estado tem atualmente 14% de cobertura florestal.
A ministra do Meio Ambiente fez questão
de mencionar o índice de redução
no desmatamento de 88% garantido pelo Paraná
nos últimos cinco anos. Marina Silva
lembrou também as 400 operações
promovidas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e outras 27 realizadas pela Polícia
Federal, que resultaram na prisão de
665 pessoas em todo o país, com o intuito
de conter o desmatamento.