18 de Outubro de 2007 -
Amanda Mota - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - O Centro Gestor e Operacional
do Sistema de Proteção da Amazônia
(Censipam) anunciou hoje (18) o lançamento
de um novo sistema de dados sobre terras indígenas
e áreas de conservação
da Amazônia. Batizado de Programa de
Monitoramento de Áreas Especiais (ProAe),
o aplicativo desenvolvido pelo Censipam de
Porto Velho (RO) contém dados
sobre desmatamento ou da ação
do homem sobre o meio ambiente, entre outros,
mesmo que se tratem de pequenas intervenções
Poderão ter acesso
às informações órgãos
que tenham atuação na Amazônia,
como secretarias de Meio Ambiente municipais
ou estadual, Defesa Civil, Ministério
Público, Polícia Federal, prefeituras
e universidades.
De acordo com o diretor-geral
do Censipam, Marcelo de Carvalho Lopes, a
base de dados do ProAe possui imagens de satélite,
atualizadas regularmente, incluindo cartas-imagem
compactadas, informações temáticas
georeferenciadas, além de dados estatísticos
sobre desmatamento. Os dados, explicou, serão
fornecidos em CDs.
"Nosso objetivo é
que tenhamos um alto grau de detalhes para
que possamos compartilhar isso com outros
órgãos estaduais, com atribuição
de repressão ao desmatamento, como
Ibama, polícias ambientais e Polícia
Federal. Os dados permitirão que esses
órgãos estruturem operações
a partir das informações recebidas,
identificando o incremento de ações
ilícitas de desmatamento", destacou.
A versão do sistema
lançada hoje inclui análises
de áreas no Acre, em Rondônia
e Mato Grosso. E para garantir maior abrangência
da região amazônica, outros técnicos
do Censipam participam de treinamentos para
padronização das normas de organização
dos dados de outros estados. Com isso, até
o primeiro semestre de 2008, os resultados
uniformizados da Amazônia inteira estarão
disponíveis.
"Só em Rondônia
estão sendo monitorados mais de 9,2
milhões de hectares de unidades de
conservação estaduais, federais
e terras indígenas. O objetivo não
é monitorar todas as áreas,
mas que se tenha um grau elevado de detalhes
as áreas monitoradas", informou
Lopes.
Ele explicou ainda que o
sistema deverá fornecer, "em um
segundo momento, informações
sobre campos de pouso, movimento aéreo
e mineração ilícita nesses
três estados e, a partir de 2008, em
toda a Amazônia Brasileira".
+ Mais
Instituto Raoni preserva
cultura registrando em vídeo festas
e trabalhos indígenas
18 de Outubro de 2007 -
Felipe Linhares - Da Agência Brasil
- Brasília - A preservação
da cultura a indígena e a promoção
do desenvolvimento sustentável da comunidade
são os objetivos principais do Instituto
Raoni, criado pelo cacique Raoni em 2001.
Uma das formas de alimentar o acervo são
os vídeos das festas e dos trabalhos
produzidos por indígenas, segundo informou
o coordenador do Instituto, Patxon Mentuktire.
Em entrevista ao programa
Amazônia Brasileira, da Rádio
Nacional, Mentuktire disse que vários
projetos como o da castanha, de apicultura
e extração do óleo de
Copaíba foram implantados nas comunidades.
“A comunidade precisa de projetos como esses.
Assim as futuras gerações continuam
com os trabalhos.”
Com a divulgação
dos trabalhos, Patxon Mentuktire disse que
as comunidades querem que todas as festas
sejam filmadas. As imagens são passadas
como sessão de cinema e depois distribuídas
nas comunidades. “Muitas pessoas vão
assistir aos vídeos. Eles ficam olhando,
apontam quando alguém aparece e ficam
rindo. É muito legal”, afirmou.
Mas ele alertou que as invasões
de grileiros e pescadores nas terras indígenas
continuam e cobrou do governo punição
aos infratores. “Somos uma sociedade diferente,
de cultura diferente. Acho bonito existir
várias culturas, várias línguas
cada um com seu dialeto e crença. Cada
um merece ser respeitado pelo outros. A gente
só sobrevive dentro daquele território.
Se acabar com aquela terra, acaba com a gente
também.”
+ Mais
A partir de agora, prioridades
para saúde indígena serão
definidas em conjunto
17 de Outubro de 2007 -
Aline Bravim - Da Agência Brasil - Brasília
- A partir de hoje (17), as prioridades para
ações relativas à saúde
dos índios serão estabelecidas
entre os representantes das comunidades indígenas,
dos gestores dos recursos - hospitais, municípios
e estados - e da Fundação Nacional
da Saúde (Funasa).
A portaria com essa determinação
foi assinada nesta quarta-feira pelo ministro
da Saúde, José Gomes Temporão.
O objetivo do governo é garantir melhorias
na aplicação do dinheiro repassado
pela Secretaria de Atenção à
Saúde (SAS).
Segundo o documento, a Funasa
fica encarregada de planejar, coordenar e
executar as ações na área,
com o controle social das comunidades.
Na avaliação
do presidente da Funasa, Danilo Forte, a medida
evita, por exemplo, que questões políticas
impeçam que os recursos cheguem às
populações indígenas.
"Em alguns casos, havia
problema político na relação
da prefeitura com a comunidade indígena
e os recursos não eram aplicados em
seu destino final, que é o atendimento
da saúde básica dessas populações",
disse.
"A portaria dá
o poder de fiscalizar as prefeituras, inclusive
levar ao Ministério Público
o pedido de punição para aqueles
que fugirem à regra”.
Ela determina, ainda, que
a Funasa se encarregue de formar e capacitar
permanentemente os profissionais que atuam
na saúde dos índios. Este trabalho
será feito com a Secretaria de Apoio
e Gestão do Trabalho e Educação
em Saude (Segets).