Panorama
 
 
 

CARTA PEDE AO IBAMA DEVOLUÇÃO DE ÁRVORE ENTREGUE A MADEIREIROS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Outubro de 2007

23 de Outubro de 2007 - Manaus (AM), Brasil — Greenpeace lamenta o fato do órgão federal ter se curvado à pressão de madeireiros e cancelado autorização para transporte de castanheira destinada à exposição.

O Greenpeace encaminhou nesta terça-feira carta à presidência do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) lamentando o fato de a instituição ter se curvado à pressão de madeireiros e cancelado autorização para transportar uma tora de castanheira destinada à exposição sobre a Amazônia no sudeste do país.

A castanheira, espécie protegida por lei, havia sido queimada e derrubada na região de Castelo de Sonhos, oeste do Pará. A autorização para a coleta e transporte havia sido dada ao Greenpeace pelo próprio Ibama, mas foi revogada depois que ativistas da organização foram cercados por cerca de 300 pessoas e forçados a permanecer durante quase dois dias na base do Ibama. A árvore foi entregue aos madeireiros.

“Atrair a atenção da opinião pública para a necessidade de fortalecer a presença do Estado tem sido para nós uma estratégia de contribuir para as soluções que levem ao desenvolvimento da região de forma socialmente justa e ambientalmente responsável. Fazer a vontade dos destruidores da floresta não contribui para fortalecer o governo na região”, afirma o Greenpeace em nota.

Na carta, enviada com cópia a vários ministros e ao governo do Pará, o Greenpeace pede nova autorização para o transporte e garantias de segurança para o deslocamento da árvore. A tora de castanheira é peça fundamental da exposição itinerante “Aquecimento Global: apague essa idéia”, organizada pelo Greenpeace, para mobilizar a opinião pública brasileira em defesa da floresta amazônica e sensibilizá-la sobre o papel do desmatamento nas mudanças climáticas. Três quartos das emissões brasileiras de gases do efeito estufa vêm do desmatamento e das queimadas, principalmente na Amazônia, colocando o Brasil entre os quatro maiores poluidores mundiais do clima.

“Se o governo Lula não consegue nem garantir que uma tora de castanheira – derrubada ilegalmente no Pará – seja transportada com licença oficial e em segurança para ser utilizada em um evento com fins educativos, como pretende convencer a opinião pública mundial de que pode proteger a Floresta Amazônica, parar o desmatamento e evitar o agravamento do aquecimento global?”, pergunta Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace.

Para a organização ambientalista, o governo deve assumir uma posição de vanguarda em defesa da biodiversidade e do clima em vez de ceder às pressões dos inimigos das florestas nos rincões da Amazônia e em Brasília. Setores do governo estão apoiando projeto de lei que, na prática, reduz de 80% para 50% a área que tem de ser mantida com cobertura florestal original na Amazônia e modifica o conceito de Reserva Legal, um dos marcos da legislação florestal brasileira.

O projeto de lei, que atende a interesses da bancada ruralista e das confederações nacionais da Indústria e da Agricultura (CNI e CNA), está na Câmara dos Deputados, depois de ter sido aprovado pelo Senado. Se aprovada, a proposta permitirá a substituição de extensas áreas de florestas brasileiras por cana, dendê e eucalipto, podendo resultar em várias regiões do país livres de florestas. A Câmara tem duas semanas para analisar o projeto e devolvê-lo ao Senado.

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Juiz federal afasta servidores do Incra

23 de Outubro de 2007 - Manaus (AM), Brasil — Greenpeace denunciou em agosto criação de assentamentos-fantasma para exploração de madeira no Pará.

O juiz Antonio Carlos Almeida Campelo, que responde pela Subseção Judiciária de Altamira, afastou por 60 dias cinco servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de criar assentamentos de forma irregular para atingir metas no oeste do Pará. Entre os afastados estão Pedro Aquino, superintendente do Incra em Santarém, no Pará, além de Sílvio Carvalho, Bruno Kempner, Luis Edmundo Magalhães e Dilton Tapajós. O juiz determinou ainda a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de todos os acusados.

Conforme o Ministério Público Federal, “tais projetos não atendem a uma autêntica demanda de potenciais clientes da reforma agrária. São antes resultado da pressão do setor madeireiro junto a esferas governamentais, que vislumbram nos assentamentos um estoque de matéria-prima”. O MPF afirma ainda que a superintendência do Incra em Santarém foi utilizada “no intuito de inflar as metas anuais cumpridas de famílias homologadas em relações de beneficiários da reforma agrária. Tudo comandado pelo Superintendente Pedro Aquino e por outros servidores que se mobilizaram para que as metas – ainda que apenas aparentes – se realizassem”. Aquino teria pressionado os técnicos do órgão para que fossem realizados levantamentos de campo com práticas ilícitas. Muitos dos assentamentos criados existem apenas no papel e não contam com nenhum morador.

Neste período, apesar de afastados de seus cargos e funções, os servidores continuarão recebendo remuneração. “O Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário precisam parar de tentar justificar seus atos irregulares e iniciar imediatamente uma investigação sobre o beneficiamento de madeireiros pela superintendência do órgão em Santarém”, afirma André Muggiati, da Campanha Amazônia do Greenpeace.

Em agosto, depois de oito meses de investigação, o Greenpeace lançou relatório denunciando esquema envolvendo criação de assentamentos pelo Incra para exploração de madeira na região de Santarém. Pelo acordo, em troca de toras, madeireiras forneceriam infra-estrutura para as famílias assentadas. As áreas concedidas são ricas em recursos florestais, algumas estão em regiões inóspitas e são de difícil acesso. No final do mesmo mês, uma liminar concedida pelo juiz federal Francisco de Assis Garcês Castro Júnior, da Subseção de Santarém, determinou a interdição de 99 projetos de assentamento criados desde 2005 pelo Incra na região oeste do Pará.

Mesmo após todos esses fatos, o Ministério do Desenvolvimento Agrário se recusa a falar com o Greenpeace por meio de uma audiência. “Na ocasião, o ministro disse que aguardava nossa denúncia formal, mas passados dois meses ainda não quis nos receber”, completa Muggiati.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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