26 de Outubro de 2007 -
Mariana Jungmann - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, reúne-se com
representantes da Casa Civil e e dos Ministérios
da Defesa e do Desenvolvimento Agrário,
além do diretor-geral da Abin, Paulo
Lacerda. Ela anunciou 20 novas
ações para conter o desmatamento
na Amazônia.
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, anunciou que 20 novas operações
de contenção de crimes ambientais
serão postas em prática nos
próximos dias, a fim de deter o avanço
do desmatamento na Amazônia.
Após reunião
com representantes dos ministérios
da Defesa e do Desenvolvimento Agrário,
e da Casa Civil, a ministra informou que estão
em prática 23 dessas operações,
coordenadas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
As novas operações
serão nos estados que apresentaram
aumento nos níveis de desmatamento,
especialmente Pará, Rondônia
e Mato Grosso.
“Vamos movimentar as equipes.
Da mesma forma que se tem um problema na favela
da Rocinha e acontece outro no Alemão,
você movimenta suas equipes para lá.
É o que estamos fazendo”, explicou
Marina Silva.
As operações
do Ibama contam com o apoio da Polícia
Federal, do Exército e do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra). Elas fazem parte do
Plano de Ação para Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia
Legal, que desde 2004 monitora os níveis
de desmatamento.
Segundo a ministra, em algumas
regiões é grande a tensão
entre os fiscais do meio ambiente e a população
local. “Os madeireiros incitam a população
inocente contra os nossos fiscais, o que gera
situações de risco”, explicou.
Por isso, o ministério
também conta com o apoio da Força
Nacional de Segurança, que atua no
município de Buriticupu, no estado
do Maranhão, para controlar conflitos
na reserva biológica de Gurupi. "A
Força será convocada sempre
que se fizer necessário”, completou
Marina Silva.
+ Mais
Governo é contrário
à expansão da cana-de-açúcar
na Amazônia, diz ministra
25 de Outubro de 2007 -
Adriana Brendler - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A ministra do Meio
Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje (25)
que o governo brasileiro é contrário
à expansão do cultivo de cana-de-açúcar
na região amazônica. De acordo
ela, a produção do vegetal,
que vem sendo incrementada para a produção
de álcool, não pode avançar
às custas de prejuízos ambientais.
“Existe uma determinação
do governo de que não haverá
nenhum incentivo para o plantio de cana na
Amazônia. O ministro da Agricultura
está fazendo um zoneamento agrícola
e o ministério do Meio Ambiente está
aportando uma série de informações
para isso, porque os biocombustíveis
brasileiros não podem ser produzidos
a custa de problemas ambientais e nem de problemas
sociais. Se eles querem ter alguma viabilidade,
algum futuro, não podem sequer pensar
em se expandir para a Amazônia” disse.
A ministra informou ainda
que irá se reunir amanhã (26)
com os ministros da Defesa, Nelson Jobim,
da Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento
Agrário, Guilherme Cassel, para dar
continuidade a ações conjuntas
que vem sendo realizadas com o emprego da
Polícia Federal, Exército, do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recurosos
Naturais Renováveis (Ibama), e de um
destacamento da Força Nacional de Segurança,
que acompanham questões ambientais.
Ao falar com a imprensa,
Marina Silva também contestou críticas
de ambientalistas de que a redução
de 25% do desmatamento na Amazônia anunciada
esse ano pelo governo seja resultado da redução
do preço da soja no mercado internacional
e de que o quadro voltará a piorar
quando houver alteração nesse
mercado.
“Nós levamos em consideração
essas variáveis desde o início
do Plano de Combate ao Desmatamento. Eu discordo
da visão que atribui a queda de 65%
do desmatamento (nos últimos três
anos) apenas ao preço das commodities.
Nos últimos três anos foram aplicados
R$ 3 bilhões em multas, presas 675
pessoas entre elas, 120 servidores do Ibama,
foram desconstituídas 1500 empresas,
embargadas 66 mil propriedades de grilagem,
apreendidas centenas de caminhões,
tratores, moto-serra, além de 22 operações
de inteligência com a Polícia
Federal e 400 operações do Ibama.
Então se alguém quiser dizer
que tudo isso que aconteceu não significou
nada na taxa de desmatamento eu tenho uma
discordância”.
Marina Silva participou
hoje do encontro do Painel Intergovernamental
sobre Mudança do Clima (IPCC em inglês),
que avalia conclusões sobre mudanças
climáticas no Brasil.
Brasília - Pesquisadores
de duas universidades da Amazônia alertam
para a destruição dos geoglifos
– desenhos geométricos no solo com
até 4,5 metros de profundidade e uma
área de até 200 metros, feitos
por civilizações que viveram
há 800 a 2,5 mil anos na região
onde hoje fica o estado do Acre.
Os desenhos só podem
ser vistos totalmente do alto e são
encontrados também na região
andina do Chile, do Peru e da Bolívia.
No Brasil, há registros em mais dois
estados: Amazonas e Rondônia. O primeiro
deles foi descoberto no Acre, em 1977, e segundo
o professor Alceu Ranzi, da Universidade Federal
no estado, os desenhos ficam geralmente em
propriedades particulares ou à margem
de rodovias, como a BR-364 e a BR 317.
"Os geoglifos estão
sendo destruídos por desconhecimento,
por não haver informação
de que no local onde se vai fazer uma obra
de infra-estrutura existe esse sítio
arqueológico", disse o professor,
para quem a falta de estudos anteriores à
realização das obras "coloca
em risco um patrimônio brasileiro protegido
por lei".
Para preservar os geoglifos,
o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico
Artístico Nacional (Iphan), em parceria
com a Universidade Federal do Pará
e a Universidade Federal do Acre, está
fazendo um mapeamento dessas figuras. Segundo
o chefe da sub-regional do Iphan no Acre,
Fernando Figalli, "quando tivermos esses
estudos prontos, de identificação
e de mapeamento, poderemos ter certeza de
onde ficam os sítios e, assim, informar
não apenas a sociedade mas principalmente
as instituições governamentais".
Ao final do estudo,
acrescentou, deverá ser proposto o
tombamento de algumas dessas estruturas, inclusive
com solicitação posterior à
Organização das Nações
Unidas para Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco) para exame e possível
declaração como patrimônio
da humanidade.