Estudantes demonstram preocupação
com o meio ambiente. Mais de 100 experiências
e pesquisas apresentadas na exposição
do projeto “Educação
Com Ciência” abordam temas como reciclagem,
utilização consciente da água,
sustentabilidade e aquecimento global. O projeto,
desenvolvido pela Secretaria de Estado da
Educação, por meio da Paraná
Esportes, ocorre em Campo Largo, até
esta sexta-feira (26), e conta com aproximadamente
370 trabalhos expostos.
Para Everton Felipe Cardoso
(14), estudante da 8ª série do
ensino fundamental do Colégio Estadual
Rio Vermelho, de União da Vitória,
a apresentação de trabalhos
voltados à preservação
ambiental é uma maneira de estimular
a reciclagem e o cuidado com a natureza. Everton
e dois colegas trouxeram à exposição
um trabalho que utiliza garrafas descartáveis,
caixas de leite longa vida e tubos de papelão
para aquecer água utilizando-se da
energia solar.
De acordo com Everton, projetos
semelhantes são utilizados em ONG's
e universidades. “O objetivo de mostrarmos
esta alternativa é o de economizar
a energia elétrica, beneficiar o meio
ambiente com a reciclagem e conscientizar
a população de que as embalagens
descartáveis podem ser utilizadas para
melhorar a qualidade de vida de todos nós”,
ressaltou. Segundo o estudante, o custo para
implantação deste sistema em
uma residência é de aproximadamente
R$40,00, e pode gerar uma economia de até
120 quilowatts de energia elétrica
por mês.
Segundo Maria de Fátima
Pereira, professora do Colégio Marechal
Cândido Rondon, de Curitiba, que, junto
com seus alunos, trouxe um projeto semelhante
ao dos estudantes do Colégio Estadual
Rio Vermelho, a conscientização
de todos sobre a importância dos cuidados
com o meio ambiente, principalmente com a
água, é imprescindível
para a qualidade de vida futura.
“A composição
do planeta é de 70% de água,
mas apenas 2,5% é potável, ou
seja, própria para o consumo humano
e animal. Por isso é muito importante
que todos tenham por objetivo preservar o
meio ambiente a partir do reaproveitamento
dos bens naturais como água e luz,
para que assim possamos melhorar ou, pelo
menos, não piorar a qualidade de vida”,
ressaltou. A professora lembrou ainda que
a cada hora com uma lâmpada acesa gasta-se,
em média, 100 watts de energia, e que
para obtê-los são necessários
700 litros de água em uma usina hidrelétrica.
Oficinas – Entre as 35 oficinas
do projeto há aquelas que têm
como foco a conscientização
ambiental, nas quais os alunos são
incentivados ao consumo racional de recursos
naturais, como água, luz, materiais
recicláveis e orgânicos. “Precisamos
conscientizar a população de
que o reaproveitamento e a utilização
racional destes meios é essencial para
que, em um futuro breve, não estejamos
com escassez de bens naturais”, disse Maysa
Carneiro Solheid, assessora de Educação
Ambiental da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Sema),
que é responsável por uma oficina
focada na conscientização ambiental.
Segundo Maysa, pela quantidade
e qualidade dos trabalhos que abordam a temática,
os estudantes compreenderam a importância
do papel de disseminar os cuidados com o meio
ambiente. “Eles estão engajados nessa
questão tão importante para
o futuro”, completou.
+ Mais
Conferência do Meio
Ambiente reúne mais de 700 participantes
em Antonina
A primeira Conferência
Regional do Meio Ambiente realizada, neste
sábado (20), em Antonina (litoral do
Estado), contou com mais de 700 participantes
que debateram durante todo o dia o tema “Mudanças
Climáticas”. Somente na manhã
do evento, foram 500 inscrições,
além dos cadastros enviados via internet.
Entre os participantes, representantes de
instituições públicas
e privadas, prefeitos e secretários
de meio ambiente do litoral, associações
comerciais, universitários, professores,
profissionais liberais e comunidade em geral.
Durante a abertura da Conferência,
o secretário de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, lembrou
que até o dia 15 de dezembro outros
encontros regionais serão realizados,
em 12 municípios paranaenses, todos
eles preparatórios para a 3a Conferência
Estadual do Meio Ambiente, prevista para março
de 2008. O evento estadual, por sua vez, reunirá
propostas a serem debatidas na Conferência
Nacional do Meio Ambiente.
“A presença de vocês
aqui é fundamental para que governo
e sociedade, juntos, determinem o que pode
e o que já não pode ser feito
para controlarmos o aquecimento do planeta.
As propostas dos moradores do litoral também
contribuirão para a construção
dos Planos Estadual e Nacional de Enfrentamento
das Mudanças Climáticas”, declarou
o secretário. “Os grandes problemas
globais nada mais são que a soma dos
pequenos problemas locais, e as soluções
a levadas pelo Paraná à Brasília
serão embasadas no desejo e anseio
de toda a população”, enfatizou
Rasca Rodrigues.
PROPOSTA - A proposta do
Ministério do Meio Ambiente para essa
terceira edição das conferências
estaduais é reunir a sociedade, em
todos os estados brasileiros, para debater
e elaborar políticas públicas
visando a redução das emissões
dos gases que contribuem para o aumento das
temperaturas. O tema “Mudanças Climáticas”
inclui outros cinco subtemas: a redução
das causas, adaptação dos impactos,
educação ambiental, pesquisa,
controle social e fortalecimento do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
Além da questão
climática, foram discutidos em Antonina
outros focos ambientais como novos modos de
produção que não causem
danos à natureza, gestão ambiental
portuária, assoreamento e poluição
da baia, rede de drenagem, recuperação
da mata ciliar e extração de
recursos naturais.
CONTRIBUIÇÃO
DO PORTO - O diretor financeiro da Administração
dos Portos de Paranaguá e Antonina
(Appa), Daniel Oliveira de Souza, lembrou
que o porto tem priorizado a preservação
ambiental nos últimos anos. “A atividade
portuária por sua natureza é
impactante, mais podemos minimizar seus efeitos
com medidas preventivas e ações
de educação ambiental, por exemplo.
A expectativa é que agricultores, pescadores
e estudantes se envolvam cada vez mais com
a preservação dos recursos naturais
existentes no local onde vivem, já
que estamos tratando de um dos mais ricos
estuário lagunar das Américas”,
destacou Daniel.
O chefe do escritório
regional de Curitiba, Região Metropolitana,
Vale do Ribeira e Litoral, da Secretaria de
Meio Ambiente, Donizeti Rodrigues Pereira,
explicou que durante a conferência foram
eleitos os delegados que participarão
da etapa estadual, na proporção
da população da unidade hidrográfica.
A composição é de 50%
formada por membros da sociedade civil organizada,
como ONGs, movimentos sociais e comunidades
indígenas e quilombolas, outros 30%
pelo setor empresarial e os 20% restantes
por membros do setor governamental. "Foram
discussões fervorosas, assim como deve
ser, resultando em políticas e ações
a serem aplicadas no Estado. Estamos satisfeitos
porque a meta foi cumprida nesta conferência",
comentou Pereira.
ESTÍMULO - O prefeito
de Antonina, Kleber Fonseca, disse ter ficado
satisfeito com a escolha do município
para sediar o evento. "Transformar Antonina
em um palco de discussões técnico-científico
contribuiu com o crescimento da população
em relação às questões
ambientais. Aqui, nós já preservamos
muito e se olharmos a mata atlântica
ao redor é possível constatar
imediatamente. Com a conferência estamos
reforçando a necessidade da continuidade
desta preservação e das ações
já desenvolvidas”, mencionou Kleber.
As Organizações
Não-Governamentais tiveram grande participação
nas discussões. A diretora Associação
em Defesa do Meio Ambiente e do Desenvolvimento
de Antonina, Vanda Santos Bandeira, disse
que a meta é cooperar e despertar o
interesse da população para
o aquecimento global.
Para a consultora ambiental
Eliane Peê Boldrini, o papel das ONGs
na conferência estadual é de
caráter ativo e propõe projetos
de prevenção e também
propostas concretas sobre aquecimento global,
preservação do solo, recuperação
de recursos hídricos e sistema energético.
De maneira inédita,
o Paraná organizou as conferências
regionais por unidade hidrográfica,
com base na diretriz do Plano Nacional de
Recursos Hídricos e acompanhando a
política adotada no governo Requião
da gestão ambiental baseada nas bacias
hidrográficas.
CRONOGRAMA - Além
de Antonina, as conferências regionais
paranaenses serão realizadas em Goioerê
(27 de outubro), Cianorte e Francisco Beltrão
(9 de novembro), Foz do Iguaçu (23
de novembro), Guarapuava e Cerro Azul (24
de novembro), Ponta Grossa e Ivaiporã
(1.º de dezembro), Jacarezinho (8 de
dezembro), Almirante Tamandaré (9 de
dezembro) e Londrina e Maringá (15
de dezembro).
É possível
fazer a pré-inscrição
para a conferência pelo sítio
www.conferenciaestadualdomeioambiente.pr.gov.br/
, no link “Inscrições”, ou no
dia do evento. Não há limites
de vagas.