07/11/2007 - A Secretaria
do Meio Ambiente (SMA), por intermédio
da Coordenadoria de Planejamento Ambiental
(CPLA), realizou nesta
terça-feira (06/11), em sua sede, em
São Paulo, o último “Meio Ambiente
em Debate” sobre construção
civil sustentável, com o tema “desenvolvimento
urbano”, encerrando o ciclo de debates a respeito
do assunto.
A primeira palestrante a
se apresentar foi Joana Carla Soares Gonçalves,
da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo – FAU/USP,
com o tema “Desenho urbano e diretrizes ambientais:
clima, energia e verde na cidade”. Joana afirmou
que as cidades são modelos urbanos
insustentáveis e que na capital há
exemplos opostos do adensamento urbano: “No
bairro de Higienópolis, a ocupação
urbana corresponde a 200 pessoas por hectare.
Já na periferia, este número
cresce para 600 pessoas por hectare. O adensamento
urbano é perfeitamente aceitável,
desde que seja ambientalmente adequado”.
Na seqüência,
Raphael Pillegi, da Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano do Estado de São
Paulo – CDHU, apresentou a palesta “A produção
de habitação de interesse social
no Estado de São Paulo: aperfeiçoamento
para a sustentabilidade”. Segundo Rapahel,
todos os edifícios e habitações
verticais, a serem construídos ou em
construção, terão sistemas
de aquecimento solar e medidores individuais
de água, gás e energia elétrica.
“Nas habitações que já
utilizam aquecimento solar e medidores individuais,
verificamos uma diminuição de
70% a 80% do consumo do chuveiro, além
de uma economia de 30% nas contas de água”,
afirma.
A terceira palestra, apresentada
por Cláudio Bernardes, do Sindicato
de Compra, Venda, Locação e
Administração de Imóveis
Residenciais e Comerciais de São Paulo
– SECOVI-SP, entitulada “Sustentabilidade
e o desenvolvimento urbano”, demonstrou os
exemplos de construções residenciais
sustentáveis de países como
Inglaterra e Austrália. Para Cláudio,
é preciso “enfatizar a necessidade,
do ponto de vista do mercado imobiliário,
de integrar o crescimento populacional com
a sustentabilidade do meio urbano”.
Na continuidade dos trabalhos,
Marcelo Vespoli Takaoka, da Y. Takaoka Empreendimentos
e do Conselho Brasileiro de Construção
Sustentável, apresentou o caso de êxito
“Projeto Gênesis – Um residencial mais
sustentável”, exemplo de empreendimento
imobiliário que, entre outras ações,
neutralizou a emissão do carbono gerado
pela queima dos combustíveis fósseis
dos caminhões que trabalharam na obra,
com o plantio de espécies nativas.
“Precisamos olhar além do presente
e ter uma compreensão holística
dos aspectos sociais, ambientais e econômicos,
para alcançar uma maior qualidade de
vida para as comunidades do presente e do
futuro”, discursou.
No encerramento das apresentações,
José Fernando Bruno, do DERSA – Desenvolvimento
Rodoviário S.A., relatou outro caso
de êxito “Rodoanel e seus efeitos nas
áreas de mananciais”, sobre o licenciamento
ambiental do trecho sul do anel viário,
que resultou em 13 audiências públicas
desde 2002 e mais de 500 cópias do
Estudo de Impacto Ambiental – EIA distribuídas.
“O Rodoanel conseguiu uma licença mais
importante que a ambiental, a social. A população
compreendeu a importância desta obra”,
concluiu.
O último “Meio
Ambiente em Debate” sobre construção
civil sustentável procedeu os ciclos
de debates dos dias 02/10 e 15/10, que abordaram
as questões “Projeto e desempenho:
conforto ambiental em edificações”
e “Insumos e resíduos e materiais ecoeficientes”,
respectivamente, com a apresentação
de especialistas das mais diferentes áreas
de abrangência do tema.
Texto: Valéria Daurte
Foto: Zé Jorge