20 de Novembro de 2007 -
Pequim, China — Produto foi encontrado pelo
Greenpeace em dois supermercados da capital
chinesa, revelando
a frouxidão do governo americano no
controle da exportação de produtos
com ingredientes geneticamente modificados.
Apesar de não ter
autorização para ser exportado
e muito menos vendido fora dos Estados Unidos,
o arroz LL601 da Bayer foi encontrado pelo
Greenpeace à venda em dois supermercados
de Pequim, na China. O caso revela a fragilidade
do controle de exportação de
produtos com ingredientes transgênicos
por parte do governo americano.
"Sem dúvida
o governo americano está no limite
da responsabilidade ao permitir a exportação
de produtos contaminados pelo arroz transgênico
não-autorizado", afirma Weizhen
Huang, da campanha de Alimentos e Agricultura
do Greenpeace China. "Também pedimos
às autoridades chinesas que reforcem
suas medidas de biossegurança para
evitar que a contaminação transgênica
ocorra novamente."
O Greenpeace coletou 10
amostras de arroz americano de dois supermercados
em Pequim, em agosto e setembro. Após
testes realizados em um laboratório
independente, ficou comprovado que amostras
do arroz Mahatma continha o arroz transgênico
LL601, resistente a herbicida. As autoridades
chinesas não aprovaram o LL601 ou qualquer
outro arroz transgênico para importação
ou venda comercial no país.
O arroz LL601, da Bayer,
foi aprovado para cultivo comercial nos Estados
Unidos em 2006, depois de ter contaminado
produtos americanos a base de arroz. Atualmente,
os Estados Unidos são o único
país no mundo que permite o plantio
comercial e a venda de arroz transgênico.
O arroz LL601 contaminou
as exportações americanas de
alimentos para pelo menos 32 países,
incluindo a China, que não aprovou
a importação desse produto.
Estima-se que a contaminação
causada pelo arroz LL601 custou mais de US$
1 bilhão aos agricultores e à
indústria de alimentos. Confira aqui
os detalhes desse caso.
O arroz é o alimento
básico mais consumido no mundo, chegando
à mesa de cerca de 2,5 bilhões
de pessoas todos os dias, e pesquisas mostram
que os consumidores chineses são contra
o arroz transgênico. Segundo pesquisa
encomendada pelo Greenpeace à IPSOS,
77% dos entrevistados afirmaram preferir arroz
comum ao transgênico.