O Ministério Público
do Paraná ofereceu
denúncia contra a ex-diretora regional
do Instituto Ambiental do Paraná, em
Ponta Grossa, Elma Nery de Lima Romanó
e mais 18 pessoas, suspeitas de envolvimento
com compra e venda de autorizações
para o corte ilegal de árvores. Todos
foram detidos durante a Operação
Floresta Negra, realizada pelo Centro de Operações
Policiais Especiais (Cope), em outubro.
Segundo a promotora Dorides
Guerra Pires, da 12.ª Promotoria de Justiça
de Ponta Grossa, Elma foi denunciada, porque
há indícios que ela teria se
aliado a Samuel José Freitas Moura,
25, e Luiz César Santos, 49, para cometer
crimes contra a administração
pública, falsidade ideológica
e contra o meio ambiente. Samuel seria funcionário
de uma organização não-governamental
e vistoriador do IAP, com a autorização
de Elma, e Luiz César, seria engenheiro
do instituto.
“Há indícios
que os denunciados tenham se associado para
obter lucros com as autorizações
de corte ilegal de árvores”, afirmou
a promotora. Dorides contou que o MP deve
acompanhar toda ação penal.
Ela também informou que solicitou perícia
nas assinaturas de Elma, que estão
nas autorizações ilegais.
A Operação
Floresta Negra teria posto fim ao grupo responsável
pelas autorizações irregulares,
emitidas por funcionários do IAP a
fazendeiros e madeireiros.
+ Mais
Paraná lança
projeto pioneiro no país para atualização
de mapas
O governo do Estado deu
início nesta terça-feira (20)
às primeiras discussões do projeto
“Nomes Geográficos do Paraná”,
que irá atualizar a identificação
de rios, montanhas, estradas e povoados nos
mapas paranaenses. Este é o primeiro
e único projeto do gênero do
país e sua execução ficará
a cargo da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos - por meio do Instituto de
Terras, Cartografia e Geociências (ITCG)
- e da Secretaria do Planejamento, com apoio
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O lançamento do projeto
foi feito durante a oficina “Nomes Geográficos
do Paraná – Toponímia Passo
a Passo”, que em sua abertura contou com a
participação do vice-governador
Orlando Pessuti, e do secretário do
Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, além
do presidente do ITCG, José Antonio
Peres Gediel.
Durante a apresentação
do projeto, Pessuti destacou a importância
da iniciativa. “Este é um trabalho
fundamental para o Estado, pois, na prática,
a falta de identificação de
alguns nomes geográficos dificulta
a definição de divisas municipais,
a localização de propriedades
e até mesmo a realização
de pesquisas e projetos de planejamento econômicos,
sociais e ambientais”, exemplificou.
O trabalho também
ajudará a entender como aconteceu a
ocupação do Estado, segundo
o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues. “Os topônimos,
ou nomes geográficos, refletem a formação
étnica de uma região, os hábitos,
as religiões e as culturas dos agrupamentos
humanos que fizeram sua história. Com
certeza será um mergulho na história
e na cultura paranaense”, comentou.
A participação
das comunidades na atualização
dos nomes geográficos foi um dos aspectos
destacados pelo presidente do ITCG, José
Antônio Peres Gediel. “A população
terá participação ativa
neste trabalho, pois é detentora do
conhecimento”, ressaltou. “Além disso,
as comunidades sairão da condição
de objeto da cartografia para participar de
um processo de construção de
suas identidades, de reconhecimento de seus
problemas e terão oportunidade de participar
da formulação de políticas
públicas”, completou.
PROJETO – Segundo a engenheira
cartógrafa do ITCG, Gislene Lessa,
uma das coordenadoras do projeto, os rios
serão os primeiros elementos a serem
identificados – seguindo as diretrizes da
política ambiental praticada no Estado,
que tem a bacia hidrográfica como unidade
administrativa. “Os trabalhos começarão
na bacia do Paraná III e depois seguirão
para o Litoral do Estado e à região
do corredor de biodiversidade Araucária”,
detalhou.
Ela acrescentou que a meta
do projeto é trabalhar com mapas numa
escala de um para cinqüenta mil. “Nesta
escala, os cerca de 200 mil quilômetros
quadrados do território paranaense
serão divididos em 320 cartas, sendo
que cada uma delas deverá ter entre
mais de mil nomes para serem revistos”, informou.
Como exemplo, Gislene citou
o conjunto de montanhas na Serra do Mar onde
está situado o Pico do Marumbi. “Nos
mapas atuais, só o pico do Marumbi
está representado. Os demais morros
e montanhas, como Abrolhos, Torre de Sinos,
Esfinge, Ponta do Tigre, Gigante, Olimpo,
Boa Vista e Facãozinho, não
aparecem”, completou.
Izabella Swierczynski, géografa
da Secretaria do Planejamento que também
coordena o projeto, ainda destacou que com
este trabalho o Paraná irá padronizar
as informações geográficas
com a Base Cartográfica Integrada Digital
do Brasil ao Milionésimo, iniciativa
brasileira do IBGE; com o EUROGLOBALMAP, iniciativa
européia; com MapBSR, iniciativa da
região escandinava; e com o MTN25,
iniciativa Espanhola. “Gerando, assim, uma
nova base cartográfica padronizada
em escala planetária”, concluiu.
OFICINA - A oficina “Nomes
Geográficos do Paraná – Toponímia
Passo a Passo”, que prossegue até esta
quarta-feira (21), tem como objetivo subsidiar
técnicos municipais e estaduais para
participar do projeto, além de fomentar
possíveis parcerias. Diversos especialistas
brasileiros participaram da oficina, como
o escritor João Carlos Vicente Ferreira,
autor do volume dedicado ao Paraná
da coleção “Cidades Brasileiras:
origem e significado de seus nomes”.