A partir do próximo
ano, o Paraná começa a quantificar
o gás carbônico emitido na atmosfera
por setores como agricultura, geração
de energia elétrica
e transportes. Com estas informações
será elaborado o Inventário
Estadual de Emissões de Gases do Efeito
Estufa, que será a contribuição
paranaense ao Inventário Nacional sobre
o tema.
Nesta quarta-feira (21),
a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
– por meio do Fórum Paranaense de Mudanças
Climáticas Globais – promoveu o Seminário
Inventário Estadual de Emissões
de Gases do Efeito Estufa para integrar o
setor produtivo e universidade nestas discussões.
Na abertura do evento, o
secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, destacou
a importância do inventário para
balizar as ações de redução
de emissões no Estado. “Ainda não
se sabe quanto contribuem os veículos,
as fábricas, as queimadas ou os aterros
sanitários na emissão dos gases
do efeito estufa”, disse. “Estas informações
serão apuradas e reunidas no inventário,
que será como um mapa da poluição
e irá orientar nossas ações
e investimentos para que o Paraná possa
contribuir no combate ao aquecimento global”,
acrescentou.
A participação
da sociedade é fundamental neste processo,
segundo o secretário. Ele informou
que um Grupo de Trabalho já foi instituído
no Fórum e está discutindo o
fortalecimento de políticas públicas,
mas que a Secretaria visa construir coletivamente
o conhecimento - envolvendo setores emissores,
instituições de ensino e prefeituras
- para buscar as soluções.
“Por isso é tão
importante a realização destas
discussões nas universidades, que são
‘berços do conhecimento’. Assim poderemos
aproximar o conteúdo adquirido em mestrados
e doutorados para internaliza-lo na política
pública ambiental”, completou.
SEMINÁRIO – Cerca
de 300 pessoas participaram do seminário
que contou com a participação
de diversos especialistas brasileiros. Entre
eles, o diretor do Inventário Nacional
de Emissões de Gases do Efeito Estufa,
Newton Paciornick, a secretária de
Mudanças Climáticas e Qualidade
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente,
Thelma Krug, e o secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, Luis Pinguelli Rosa.
Segundo a coordenadora de
Mudanças Climáticas da Secretaria,
Manyu Chang, a experiências destes profissionais
irá subsidiar a elaboração
do inventário paranaense para garantir
o sucesso desta iniciativa.
+ Mais
Meio ambiente é tema
de 30% dos trabalhos no “Educação
Com Ciência”
A exposição
do projeto “Educação Com Ciência”,
que reúne experimentos e pesquisas
de alunos da rede pública, demonstra
os temas que têm influenciado os estudantes
e o que está sendo debatido nas escolas.
Um levantamento realizado na mostra revela
que cerca de 30% dos trabalhos abordam o meio
ambiente em temas como reciclagem, utilização
consciente da água, sustentabilidade
e aquecimento global. O “Educação
Com Ciência” ocorre até sexta-feira
(23) no Parque de Exposições
Francisco Feio Ribeiro, em Maringá.
Segundo o coordenador geral do projeto, Paulo
Lopes Correa, o grande número de trabalhos
sobre meio ambiente revela a preocupação
dos jovens com o futuro. “Na primeira etapa
do projeto, que ocorreu em Campo Largo mês
passado, também tivemos 30% dos trabalhos
demonstrando as preocupações
do jovem com a degradação do
meio ambiente”, disse.
Entre sistemas de aproveitamento
de água da chuva, aquecedores solar
de água, biodigestores e pesquisas
sobre biodiesel, um dos trabalhos que tem
se destacado na feira é o dos alunos
do Colégio Estadual Centrão,
do Assentamento Pontal do Tigre, em Querência
do Norte, que estão ensinando a fazer
e a utilizar biofetilizantes. “Aprendemos
a mexer com os biofertilizantes em cursos
de agroecologia do Movimento dos Trabalhadores
Rurais sem Terra (MST), e aqui estamos conscientizando
as pessoas sobre a importância de cuidar
do meio ambiente”, explicou Leandra Patrícia
Anghinoni, estudante do terceiro ano do ensino
médio.
De acordo com Leandra, após
realizar a análise do solo, trabalha-se
na receita do fertilizante para fazer a correção
de solo. “O biofertilizante substitui o adubo
químico, faz a planta crescer mais
forte e não degrada o meio ambiente”,
ensinou. “O preparado não mata os insetos,
apenas os repele”, detalhou. As quantidades
dos ingredientes variam conforme a necessidade,
mas o preparo leva esterco, cinzas, soro de
leite, caldo de cana e alguns sulfatos, como
os de zinco, magnésio, manganês,
cobre, ferro e cobalto.
De acordo com a professora
de Biologia do colégio, Luci Helena
Borsatto, há ainda a questão
econômica, que incentiva os agricultores
a utilizarem fertilizantes naturais. Para
Luci, o “Educação Com Ciência”
dá oportunidade de difundir e conscientizar
as pessoas sobre a importância de preservar
o meio ambiente. “Passam muitas pessoas pela
feira, principalmente estudantes, e aqui podemos
explicar o porquê dessa necessidade
de cuidado com o nosso planeta”, diz.