6 de Fevereiro de 2008 - Marco
Antônio Soalheiro - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O professor e climatologista
do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre disse que
a divulgação feita pelos Ministérios
do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência e Teconologia
(MCT) dos dados preliminares sobre desmatamento
na Amazônia não foi precipitada, diante
de tendência crescente de desmatamento registrada
no segundo semestre de 2007, após três
anos de queda.
“É correto chamar a atenção
da sociedade, da classe política, do setor
produtivo e dos órgãos de meio ambiente?
Eu acho que sim”, disse Nobre, em entrevista à
Agência Brasil.
Para reforçar sua tese,
o pesquisador recorreu a uma analogia com os indicadores
econômicos: “Os institutos que medem índice
de inflação, no primeiro soluço
com viés de alta, botam a boca no trombone,
e [isso]é manchete em todos os jornais.”
Segundo Nobre, os ministérios
cumpriram com uma obrigação constitucional:
“Para que o total do desmatamento de agosto de 2007
a julho de 2008 seja menor que o de um ano atrás,
vai ter que haver um enorme esforço de redução
do desmatamento nos próximos meses. Essa
mensagem é muito clara e necessária.”
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Embrapa desenvolve projeto para
recuperar área de floresta amazônica
degradada no Maranhão
8 de Fevereiro de 2008 - Leandro
Martins - Repórter da Rádio Nacional
da Amazônia - Brasília - Uma área
de um milhão de hectares de floresta amazônica
desmatada, no oeste do Maranhão, será
recuperada por meio de um projeto que alterna agricultura,
pecuária e plantio de florestas. A área
foi desmatada nas últimas décadas
para fornecer carvão para siderúrgicas
e utilizada na criação de gado. Agora
o solo está empobrecido e não atende
à pecuária.
A Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), em parceria com a
Secretaria de Agricultura do Maranhão, desenvolve
um projeto para recuperar a floresta e o solo da
região: o sistema agrosilvipastoril.
O gerente de Pesquisa e Desenvolvimento
Agropecuário da Embrapa, José Mário
Frazão, disse que o sistema é a melhor
alternativa para gerar alimento e ocupar áreas
desmatadas. Segundo ele, a combinação
entre lavoura e pecuária já foi realizada
com sucesso pela Embrapa no sul do Maranhão.
A novidade, no entanto, é a participação
da floresta no ciclo, que pode ser utilizada tanto
em grandes propriedades quanto na agricultura familiar,
disse Frazão.
"O agricultor familiar tem
pouca alternativa para geração de
renda nessas áreas. No momento em que você
oferece uma tecnologia, que você tem uma receita
bem maior, e tem a qualidade do pasto, tem outras
alternativas, e com certeza ele vai se interessar".
Outra inovação,
segundo o técnico da Embrapa, é a
possibilidade de criação de ovelhas
e cabras, e não somente bovinos.
O ciclo começa com o plantio
do milho, que gera alimento e pastagem de qualidade
melhor. Depois, se introduz o gado, e mais tarde
plantam-se árvores.
Frazão disse que esse método
já recuperou três milhões de
hectares de florestas degradadas na Região
Norte.
O projeto, segundo a Embrapa,
será colocado em prática no final
de 2008, quando tem início o ano agrícola
no oeste do Maranhão.