5 de Fevereiro de 2008 - Carolina
Pimentel - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A sacola feita de plástico
oxibiodegradável, material que se decompõe
em até 18 meses em contato com o calor, o
ar e a umidade, pode ser uma das alternativas para
diminuir a vida útil
e o impacto do plástico no meio ambiente.
Entretanto, o professor de Engenharia Ambiental
da Escola Politécnica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) Haroldo Mattos de Lemos
considera excessiva a valorização
dos benefícios do novo produto.
Em entrevista à Rádio
Nacional, Lemos disse que a sacola feita com esse
material se degrada mais rapidamente, porém
os resíduos não desaparecem. “Adiciona-se
uma certa substância ao plástico que
faz com que, dentro de alguns meses, ele se esfarele.
Significa que não se degrada totalmente.
Você substitui um problema por um outro maior,
substitui uma poluição visível
por uma outra, que é invisível, mas
que é também bastante danosa ao ecossistema”,
explicou.
Para o professor, existe "uma
certa histeria" com a questão das sacolas
plásticas. "Essa histeria, eu relaciono
com um lobby para venda de um novo produto que foi
colocado no mercado. Na minha opinião, pelo
que pude perceber, não é uma solução
adequada”, disse.
Apesar das críticas sobre
o uso das sacolas plásticas para acondicionar
o lixo das casas, já que a embalagem demora
muitos anos para se decompor, Haroldo Mattos entende
que esse hábito ajuda a reduzir a emissão
de gases causadores das mudanças climáticas.
Segundo ele, ao se decompor, o plástico emite
gás carbônico e, quanto mais esse processo
demorar, menos emissões ocorrerão.
“A sacola que vai embalando o
lixo é bom que fique lá [no aterro
sanitário] por 400 anos, porque o plástico,
quando degrada, vai liberar para a atmosfera os
gases do efeito estufa, como o gás carbônico.
Se ele não se degrada, ele está nos
ajudando a combater o grande desafio que temos no
início deste século, que é
a mudança climática”, afirmou.
O professor defendeu ainda que
o consumidor pague pela sacola plástica usada
para carregar as compras de supermercado.
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Consumidor deveria pagar por sacola
plástica de supermercado, diz professor
5 de Fevereiro de 2008 - Carolina
Pimentel - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O consumidor deveria pagar pela
sacola plástica usada para carregar as compras
de supermercado. A sugestão é do professor
da Escola Técnica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) Haroldo Mattos de Lemos.
Para o professor, a cobrança
seria uma forma de obrigar o brasileiro a usar a
embalagem mais de uma vez. “Se quer uma sacola plástica
para levar suas compras, pague um determinado valor
por ela." Em entrevista à Rádio
Nacional, Lemos disse que isso faria com que as
pessoas tivessem mais cuidado com as sacolas plásticas
e não as jogassem em qualquer lugar, poluindo
o meio ambiente. Segundo o professor, na Europa,
vários países já adotaram a
medida.
“Ao chegar em casa com as suas
compras, você pagou pela sacola e não
vai jogar fora. Você guarda a sacola para
levar da próxima vez que for ao supermercado.
Essa é a atitude correta”, completou.
Haroldo Mattos ressaltou, no entanto,
que os supermercados precisam distribuir sacolas
de melhor qualidade, que não rasguem com
facilidade, para serem utilizadas outras vezes.