15 de Fevereiro
de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - Vinte e quatro milhões
de toneladas de carbono a menos emitidas pela região
amazônica. Essa é a diferença,
segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa), do quantitativo da emissão
do gás na região, um número
inferior ao que vinha sendo trabalhado pelos cientistas
e que equivale a duas vezes as emissões de
carbono do município do Rio de Janeiro, com
todas as suas fábricas e automóveis.
O pesquisador e doutor em em Ciências
de Florestas Tropicais Euler Nogueira disse que
a novidade é resultado de um projeto desenvolvido
sob a coordenação do cientista Phillip
Fearnside, onde o ponto de partida foi determinar
o quantitativo de gás carbônico que
é emitido para a atmosfera pela região
do Arco do Desmatamento (sul do Amazonas).
"Os resultados mostram que
os números até então conhecidos
estão acima do que verdadeiramente é
emitido pela floresta, ou seja, nosso estudo mostra
que cerca de 24 milhões de toneladas de carbono
a menos estão sendo emitidas. Também
fizemos observações nas áreas
de floresta de Mato Grosso, do Acre e do sul do
Pará. Essa redução na emissão
está acompanhada dos números sobre
a estocagem de carbono por estado", explicou.
Segundo Nogueira, o trabalho realizado
vai melhorar as estimativas sobre a emissão
até então conhecidas pela comunidade
científica. Os dados poderão ser utilizadas
pelo governo brasileiro para formulação
de políticas públicas na área
dos serviços ambientais na floresta.
Além disso, o estudo possibilitou
um novo cálculo do estoque de carbono na
Amazônia. "Atualmente, considerando as
condições de desmatamento contemporâneas,
existem de carbono, considerando a floresta em pé,
55 bilhões de toneladas na Amazônia
brasileira. Isso é o que está estocado
nas árvores", revelou o pesquisador.
As novas estimativas contribuem
para reduzir as incertezas que existiam quanto ao
carbono originário da Amazônia. Diante
da precisão da informações,
é possível informar o quanto é
emitido quando a floresta é desmatada. "Foi
possível mapear quanto existe de carbono
por estado, em cada um dos territórios da
Amazônia. São números mais confiáveis
a respeito do estoque de carbono na região",
acrescentou Euler Nogueira.