20 de Fevereiro de 2008 - Gilberto
Costa - Repórter da Rádio Nacional
da Amazônia - Brasília - O chefe substituto
de fiscalização do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), Alex Lacerda, que coordena
a operação Guardiões da Amazônia,
denunciou hoje (20) a existência de "quadrilhas
organizadas" na região do município
de Tailândia, no nordeste do Pará,
para roubo de madeira.
"Eles são conhecidos
no estado como 'sem-tora', invadem a área
com violência, expulsam os empregados ou moradores
da área e roubam madeira daquela área.
Essa madeira é revendida para as empresas
que trabalham na ilegalidade no município",
disse.
Desde o dia 11, a operação
Guardiões da Amazônia apreendeu 13
mil metros cúbicos de madeira sem origem
comprovada em Tailândia. "Com certeza
há madeira das quadrilhas dos sem-tora. Não
consigo conceber que um volume desse [apreendido
em uma semana de operação] venha todo
de planos de manejo, que estão como problemas,
como alegam os sindicatos", acrescentou.
O presidente do sindicato dos
trabalhadores de serraria de Tailândia, Francisco
das Chagas, já havia afirmado que os produtores
aguardavam a liberação de planos de
manejo florestal da Secretaria de Meio Ambiente
do Pará para terem suas atividades regularizadas.
A assessoria de imprensa da Secretaria
do Meio Ambiente do Pará confirma que há
insatisfação dos madeireiros com a
liberação dos planos de manejo, mas
afirma que o volume de madeira dos planos autorizados
no ano passado foi de 3 milhões de metros
cúbicos, o que equivale à média
dos anos anteriores, quando a responsabilidade de
aprovação era do Ibama.
Ontem (19), trabalhadores de serrarias
e carvoarias e populares se revoltaram contra a
apreensão de madeira e a demissão
de cerca de 2 mil pessoas que trabalhavam no setor.
Eles chegaram a cercar fiscais do Ibama no pátio
de uma das serrarias vistoriadas.
De acordo com o engenheiro florestal
Francisco Neves, analista ambiental do Ibama e um
dos fiscais da operação, a equipe
passou por situações de constrangimento
verbal durante todo o período da operação:
"Havia informações de que eles
iam invadir o hotel onde nós estávamos,
de que eles estavam se organizando, porque nosso
trabalho prejudicava o comércio e o ganha-pão
deles".
O protesto contra a apreensão da madeira
interrompeu o tráfego na rodovia PA 150,
entre o final da manhã e a noite. A estrada
voltou a ter circulação só
após às 22h, segundo o Ibama.
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Operação para apreender
madeira ilegal no Pará vai continuar, afirma
Ibama
20 de Fevereiro de 2008 - Sabrina
Craide - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A Operação Guardiões
da Amazônia, destinada a vistoriar madeireiras
no município de Tailândia (PA), terá
continuidade, apesar da manifestação
de pessoas contrárias à fiscalização,
ocorrida ontem (19), que interrompeu os trabalhos.
A garantia foi feita pelo diretor
de Proteção Ambiental do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
e Renováveis (Ibama), Flávio Montiel,
em nota divulgada ontem. Durante o protesto, fiscais
do governo do Pará e do Ibama foram cercados
por aproximadamente 2 mil pessoas, segundo informações
do instituto.
O grupo também teria tentado
invadir uma das serrarias da cidade para atear fogo
a um caminhão que retirava a madeira apreendida
na fiscalização. De acordo com o Ibama,
funcionários de carvoarias e serrarias da
cidade se revoltaram porque foram ameaçados
de demissão caso a fiscalização
atuasse nas empresas em que trabalham.
A Operação Guardiões
da Amazônia começou a fiscalização
na semana passada em Tailândia. Cerca de 130
servidores do Ibama e do governo do estado participam
da ação. Das cerca de 140 serrarias
de Tailândia, dez já foram fiscalizadas
e cinco multadas por terem em estoque madeira sem
origem comprovada e por comércio de madeira
sem autorização.
Dos mais de 20 mil metros cúbicos
de madeira vistoriados, 13 mil foram apreendidos,
um volume equivalente a 640 caminhões. As
multas aplicadas já somam mais de R$ 1,5
milhão, de acordo com o Ibama.