18 de Fevereiro
de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Após
a audiência pública em que foram colhidas
sugestões para o escoamento da energia a
ser produzida por usinas de biomassa e pequenas
centrais hidrelétricas, o diretor-geral da
Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), Jerson Kelman, destacou a importância
estratégica que a geração a
partir do bagaço de cana terá para
o país.
“Esse sistema é muito importante
para que tenhamos um 2009, 2010 e 2011 com mais
tranqüilidade no equilíbrio entre oferta
e demanda”, afirmou hoje (18) Kelman à Agência
Brasil.
Segundo o diretor da Aneel, o
bagaço de cana sempre foi visto como um “entulho”,
com as caldeiras das usinas direcionadas para queimar
e desaparecer com os resíduos. Entretanto,
com caldeiras mais modernas pode-se com a queima
do bagaço obter o vapor capaz de acionar
turbinas que geram energia elétrica.
“Essa transformação
em usinas já existentes é muito rápida.
Depende apenas da instalação da caldeira
e, em novas usinas, no Mato Grosso do Sul e Goiás,
significam a possibilidade de acréscimo de
geração em um prazo curto, num período
de entressafra de novas usinas”, explicou Kelman.
O assessor da presidência
da União da Indústria de Cana de Açúcar
(Unica), Onorio Kitayama, informou que com o desenvolvimento
da tecnologia de gaseificação do bagaço,
as usinas poderão, nos próximos anos,
gerar até 300 quilowatts por tonelada de
cana, “três vezes mais que a geração
na tecnologia atual”. Kitayama também ressaltou
que a energia de biomassa tem geração
sazonal que coincide com o período de menor
capacidade da hidroeletricidade.
Kelman, por sua vez, citou benefícios
diretos que a energia de biomassa, a partir da queima
de bagaço, pode trazer para a população.
“Hoje o resto da produção do açúcar
e do álcool vira fuligem. [Com a biomassa]
Ganha o cidadão com menos poluição
e ganha o consumidor com mais fartura de energia.”