Proteção Ambiental
- 20/02/2008 - O governo paraense lançou
hoje (20), às 10h, no Auditório do
Museu Goeldi, o programa “Extinção
Zero” e torna-se o primeiro
estado da Amazônia brasileira a oficializar
a sua lista de espécies ameaçadas
de extinção, desenvolvendo também
um programa para monitorar e proteger plantas e
animais ameaçados.
O Programa “Extinção
Zero” é resultado de um esforço conjunto
entre a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema),
o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT)
e a Conservação Internacional (CI).
O decreto que institui o programa reconhece oficialmente
a existência de 181 espécies ameaçadas
de extinção no estado do Pará.
A Lista Vermelha do Pará
apresenta dados científicos exaustivamente
discutidos com agentes locais (incluindo representantes
do setor produtivo, como madeireiros e garimpeiros)
e com especialistas brasileiros em cada um dos grupos
taxonômicos proposto na lista. A coordenação
do processo de elaboração da Lista
ficou a cargo do Museu Goeldi, cujo corpo de pesquisa
também elaborou um banco de dados georeferenciado
com 675 espécies candidatas.
Entre as 181 espécies consideradas
oficialmente sob ameaça de extinção
encontram-se 91 vertebrados, 37 invertebrados e
53 plantas. As espécies mais ameaçadas,
classificadas como “criticamente em perigo”, são
duas espécies de plantas, sete de peixes,
uma de pássaro e três de mamíferos.
A maioria das espécies
da lista está concentrada nas áreas
mais desmatadas do estado, especialmente na região
conhecida como Centro de Endemismo Belém,
situada ao leste do estado, na área compreendida
entre o Pará e Maranhão. O macaco-cairara
(Cebus kaapori) e o cuxiú-preto (Chiroptes
satana) são exemplos mais conhecidos das
espécies criticamente em perigo.
Com o programa “Extinção
Zero”, o Pará lança uma inovação
na gestão ambiental em relação
aos outros estados – e propõe avanços
para a maioria dos países do mundo. No decreto
que torna a lista oficial, assinado nesta quarta-feira,
o estado se compromete com três medidas diferenciais:
1) criar uma estrutura para coordenar o Programa
Extinção Zero, composto por um comitê
gestor e técnico, além da elaboração
de um plano de preservação das espécies
ameaçadas, tendo como base a “lista vermelha”
do estado; 2) Reconhece as Áreas Críticas
de Biodiversidade (onde se encontram as espécies
listadas) como regiões prioritárias
para conservação e que necessitam
de esforços para sua recuperação;
3) Prevê a atualização e a necessidade
de ações urgentes no sentido de investigar,
conhecer e preservar estas espécies, especialmente
as criticamente ameaçadas.
Uma conseqüência positiva
do decreto é que a área do estado
formalmente protegida possivelmente irá aumentar,
visto que a mais importante Área Crítica
de Biodiversidade no estado continua desprotegida
– o Centro de Endemismo Belém.
Hoje, o Pará tem 55% de
seu território dentro de áreas protegidas
ou territórios indígenas, onde se
incluem algumas das maiores áreas protegidas
de florestas tropicais do mundo, como a Estação
Ecológica Grão Pará, com 4,2
milhões de hectares, situada em uma região
que não está sob pressão neste
momento.
Agência Museu Goeldi