Multidão cerca fiscais
do Ibama em Tailândia, Pará
Brasília (19/02/08) – Fiscais
do Ibama e do governo do Pará tiveram de
interromper a Operação Guardiões
da Amazônia que realizava trabalho de vistoria
de empresas madeireiras e deixar o município
de Tailândia, nordeste do Pará, devido
à revolta de populares. Hoje por volta das
10 horas, uma multidão com aproximadamente
2 mil pessoas cercou seis fiscais e tentou invadir
uma das serrarias da cidade para atear fogo ao caminhão
que retirava a madeira apreendida na ação
fiscalizatória.
Os fiscais conseguiram escapar
pelos fundos, enquanto 70 policiais do Batalhão
de Choque da PM e do Batalhão de Polícia
Ambiental (BPA) faziam a segurança. Houve
tiroteio no local. Até o momento, não
há informações sobre feridos.
A multidão enfurecida ainda tentou colocar
fogo na ponte que dá acesso à cidade.
A situação em Tailândia começou
a ficar tensa ontem à noite. Trabalhadores
de serrarias e carvoarias teriam se revoltado porque
donos de serrarias teriam ameaçado de demiti-los
caso fossem fiscalizados.
Segundo o diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, que participa
hoje, em Brasília, de reuniões com
a Polícia Federal e Exército Brasileiro
para reforçar ações conjuntas
de combate ao desmatamento da Amazônia, “a
operação Guardiões da Amazônia
vai continuar em Tailândia, apesar da pressão
dos que tentam burlar as leis ambientais”.
A Operação Guardiões
da Amazônia começou a fiscalização
na semana passada em Tailândia. Cerca de 130
servidores do Ibama e do governo do estado participam
da ação. Das cerca de 140 serrarias
de Tailândia, dez já foram fiscalizadas
e cinco multadas por ter em estoque madeira sem
origem comprovada e por comércio de madeira
sem autorização. Dos mais de 20 mil
metros cúbicos de madeira vistoriados, 13
mil foram apreendidos. As multas aplicadas já
somam mais de R$ 1,5 milhão.
Também foram destruídos
152 fornos para produção de carvão
que não tinham a devida licença ou
por utilizarem madeira nativa, o que resultou em
multa de R$ 61 mil. A Secretaria de Meio Ambiente
do Pará começou a retirar a madeira
apreendida ontem.
+ Mais
Programa sobre alternativas do
fogo na Região Amazônica começa
a ser implantado na região norte
Brasília (21/02/08) - Teve
início na última segunda-feira (18),
a implantação do Programa de Formação
Técnica sobre as Alternativas ao Uso do Fogo
no Processo de Desenvolvimento Sustentável
da Região Amazônica. Este programa
é resultado de uma parceria entre o Ministério
do Meio Ambiente, a Cooperação Italiana,
o Centro Especializado PREVFOGO - Ibama e o Serviço
Florestal Brasileiro, com o apoio do Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal e de entidades parcerias
locais. No âmbito do MMA esta parceria envolve
a Secretaria de Desenvolvimento Rural Sustentável
– Projeto Gestar e o Departamento de Educação
Ambiental (DEA). O Prevfogo/Ibama em conjunto com
o Corpo de Bombeiros Militar do DF é responsável
pela coordenação do módulo
de Prevenção e Combate aos Incêndios
Florestais.
O programa que foi inaugurado
esta semana em Belém e Itaituba (PA) e Juína
(MT) tem por objetivo reduzir a incidência
dos incêndios na região mediante o
emprego de práticas alternativas às
queimadas, contribuindo assim para a proteção
ao meio ambiente e para a melhor qualidade de vida
das comunidades locais. Quer também aprimorar
a eficiência e a eficácia das ações
do governo destinadas a ampliar localmente a aplicação
de metodologias de contenção de incêndios
e contribuir para o desenvolvimento sustentável
do território.
Ao longo de 10 meses, os municípios
de Altamira, Belém, Itaituba e Santarém,
no estado do Pará; Alta Floresta, Juína
e São Félix do Araguaia, em Mato Grosso;
e Rio Branco, no Acre, abrigarão centros
de formação do curso, que - dividido
em dez módulos num total de 250 horas-aula
– formando cerca de 400 agricultores e técnicos
de diversas instituições na área
de influência da BR-163. As aulas serão
ministradas de forma intensiva, durante três
dias por mês.
Cada centro de formação
receberá 50 alunos. Os participantes do programa
foram selecionados por sua capacidade de difundir
os conhecimentos recebidos em suas respectivas regiões.
Neste processo foram priorizados líderes
comunitários, extensionistas rurais e técnicos
de órgãos públicos, federais,
estaduais e municipais.
Fabíola Lacerda
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Maranhão realiza ação
contra ameaça de invasão do Horto
Florestal de São Luís
Maranhão (15/02/08) - Ameaçado
de invasão por um grupo de manifestantes
acampados do Campus da Universidade Estadual do
Maranhão, o Horto Florestal do Ibama é
um dos últimos remanescentes de mata nativa
da região da Maiobinha, entre os municípios
de São Luís e São José
de Ribamar.
Apesar das agressões que
vem sofrendo ao longo do tempo, ele ainda mantêm
uma flora e fauna bem diversificada, sendo comum
visualização de diversas espécies
botânicas autóctones, vários
invertebrados, anfíbios (sapos, rãs
e pererecas), répteis (lagartos, serpentes,
etc.), aves silvestres (pipira preta, curió,
bigodinhos, sabiás, entre outros) e mamíferos
(principalmente roedores, marsupiais e morcegos).
Também estão localizados
no Horto o Centro de Triagem de Animais Silvestre/Ibama
e os viveiros de produção de mudas
nativas e exóticas (utilizadas na arborização
do município de São Luís).