21 de Fevereiro de 2008 - Danilo
Macedo - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Bem conduzido, o manejo pode
ser uma das alternativas para manter a floresta,
seu valor e sua biodiversidade e, ao mesmo tempo,
gerar renda e emprego para quem depende dela para
viver. A afirmação foi feita hoje
(21) pelo líder do PSB no Senado, Renato
Casagrande (ES), durante o Fórum de Legisladores
do G8 (grupo dos oito países
mais industrializados e a Rússia) e mais
cinco países emergentes sobre mudanças
climáticas.
Casagrande falou à Agência
Brasil depois que representantes de madeireiras
internacionais apresentaram sua visão sobre
as florestas. O presidente da Precious Wood, que
opera na América Latina e na África,
Andres Gut, e o representante da Interafrican Forest
Industries Association (IFIA), Hervé Bourguignon,
defenderam a necessidade de certificação
das empresas que atuam no setor como forma de proteger
a floresta.
"Nós trabalhamos em
um ambiente desafiador e queremos que outros venham
fazer auditorias para mostrar que estamos trabalhando
de maneira correta", afirmou Bourguignon. Ele
considera a certificação como parte
da solução para a preservação
das florestas, pois obriga as empresas a se comprometerem
mais.
"É preciso saber quais
são as necessidades da população
local e elaborar um projeto em que ela participe
e possa gerir depois. Não adianta só
dar dinheiro", disse ele.
Andres Gut destacou o fato de
muitos países desenvolvidos acharem que protegem
as florestas apenas com doação de
dinheiro. "Se querem mesmo proteger as florestas,
é preciso que tenham pessoas fortes na administração
cuidando disso "
Gut ressaltou que pensar a floresta
está acima do que a legislação
estabelece. "A sustentabilidade vai muito além
do que é a legalidade."
Para o senador Renato Casagrande,
a certificação pode contribuir para
que o governo tenha um domínio maior sobre
a região amazônica. "O governo,
hoje, não tem o controle da região.
Não se tem, efetivamente, uma ação
governamental que se possa dizer que tenha o controle
da região da floresta amazônica, porque,
a cada dia, o desmatamento ilegal acaba prevalecendo
naquela região.”
“Com esse tipo de atividade”,
acrescentou Casagrande, “tem-se cadastro, acompanhamento
e condições de, realmente, mensurar
se o que está sendo feito está dentro
daquilo que a legislação prevê."
+ Mais
Ministro anuncia construção
de hidrelétricas em parceria com Argentina
e Bolívia
25 de Fevereiro de 2008 - Yara
Aquino - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, anunciou hoje (25) que o Brasil
vai construir três hidrelétricas em
parceria com a Argentina e duas com a Bolívia.
Segundo o ministro, o custo, estimado em R$ 30 bilhões,
será dividido entre os três países.
No total, as usinas deverão produzir cerca
de de 10 mil megawatts.
A potência equivale à
soma das usinas pertencentes à Companhia
Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf),
que totalizam 10,6 mil megawatts. Itaipu, a maior
usina do mundo, tem 14 mil.
"Foi ajustado entre o presidente
Lula e os presidentes da Argentina [Cristina Kirchner]
e da Bolívia [Evo Morales] que começaremos
a tomar providências a partir deste mês",
afirmou Lobão, ao participar do lançamento
do programa Territórios da Cidadania, no
Palácio do Planalto.
Lobão retornou sábado
(23) de viagem à Argentina em que acompanhou
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um
dos temas discutidos foi a questão energética.
De acordo com o ministro, o presidente
Lula determinou que a ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, participe das reuniões para
tratar do tema e assim evitar que "a burocracia
seja definitivamente banida desses entendimentos".
Os ministros do Meio Ambiente dos outros países
envolvidos também devem participar das negociações.
Lobão informou que os titulares
das pastas de Minas e Energia dos três países
devem se reunir em Brasília em cerca de 10
dias para definir, entre outras coisas, os locais
onde serão construídas as hidrelétricas.
+ Mais
Artesãs de reservas no
Amazonas fazem curso de aperfeiçoamento e
gestão
25 de Fevereiro de 2008 - Amanda
Mota - Repórter da Agência Brasil -
Manaus - Vinte e cinco artesãs das Reservas
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
e Amanã iniciaram hoje (25) uma nova capacitação
promovida pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá (IDSM), em parceria com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae/AM).
O objetivo dos organizadores é
proporcionar a essas profissionais o aperfeiçoamento
do artesanato desenvolvido na região e ainda
da gestão do processo produtivo, principalmente
a etapa de comercialização. Desta
vez, as artesãs irão visitar hotéis,
lojas e restaurantes. Também estreitarão
o relacionamento comercial na cidade de Tefé,
onde elas negociam parte dos produtos e onde se
realiza a oficina até sexta-feira (29).
Segundo a coordenadora do programa
de Artesanato do IDSM, Marília Sousa, tradicionalmente
os artesãos já dominam as etapas de
coleta de material, de beneficiamento e da técnica
de confecção de artefatos, mas a etapa
de comercialização ainda exige desses
profissionais novas ferramentas, principalmente
quando se quer prepará-los para a geração
de renda adicional no orçamento doméstico.
"O que ser quer com essa
oficina é preparar as artesãs para
o contato com clientes de forma direta ou por telefone,
quais informações são relevantes,
por exemplo. Além disso, é preciso
saber questões relacionadas à melhoria
das vendas, valores dos produtos, nota fiscal etc.
Coisas como, por exemplo, distribuir o produto pelo
correio, que podem parecer simples para nós,
podem ser um pouco mais difíceis para as
pessoas que moram em comunidades rurais", avaliou.
A área total da Reserva
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
é 1,124 milhões de hectares e, para
fins de execução das atividades do
Instituto Mamirauá, foi subdividida em duas
partes - uma área focal, com cerca de um
sexto da área total (260 mil hectares) e
uma área subsidiária complementar.
No total, a soma das subdivisões totaliza
218 comunidades (ou localidades). Ainda segundo
o instituto, a população soma 11.176
moradores. Em Amanã - cuja área ainda
não está dividida em focal e subsidiária
- existem 69 comunidades, com um total de 3.404
moradores.
Em 2007, foram realizadas 13 oficinas
de capacitação pelo IDSM e pelo Sebrae,
de acordo com as atividades previstas pelo programa
de Artesanato, um dos cinco programas de manejo
participativo do Instituto. Entre os estudos estão
os temas Design, Criação de Novos
Produtos e Formação de Preço.
As oficinas já foram oferecidas a diversas
comunidades e 120 artesãos já foram
capacitados, a maioria mulheres, em 15 comunidades.
Um dos destaques dessa região
são as artesãs da Reserva de Amanã,
que produzem principalmente cestaria de tala de
cauaçu (fibra do talo de uma erva). O programa
de Artesanato do IDSM existe desde 2004 e no ano
passado a renda obtida com a produção
das 15 comunidades somou R$ 26.981,50. Alguns produtos
já estão em mercados fora do Amazonas,
como Rio de Janeiro e São Paulo.