18 de
Abril de 2008 - Alana Gandra - Repórter da
Agência Brasil - Rio de Janeiro - Estudo para
a obtenção de silício de alta
pureza que serviria à indústria de
energia solar e eletrônica está sendo
desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem),
unidade de pesquisa do Ministério da Ciência
e Tecnologia. Para isso, o Cetem tem a parceira
da Fundação Centro Tecnológico
de Minas Gerais (Cetec) e da Universidade de Campinas
(Unicamp), entre outros.
Segundo o diretor do Cetem, Adão
Benvindo da Luz, o governo está montando
um programa para a obtenção de silício
para a área de energias alternativas. E o
Cetem colabora com esse esforço, segundo
disse Adão da Luz hoje (18), dia em que o
Cetem completa 30 anos de atividades na área
de tecnologia mineral.
“O silício é matéria-prima
usada para a fabricação dos painéis
solares, que usam células fotovoltaicas,
para transformar a energia solar em energia elétrica.
O grande desafio agora é você produzir
esse silício de grau solar porque, no momento,
ele é importado”, esclareceu.
Segundo ele, o objetivo da pesquisa
é permitir que o Brasil complete a cadeia
produtiva. Hoje, o país fabrica as células
fotovoltaicas, mas não produz o silício
de grau solar. “Essa cadeia precisa ser fechada”,
observou o diretor do Cetem. Ele acredita que o
programa se estenderá pelos próximos
cinco anos. “É um programa de médio
a longo prazo”, afirmou. Os investimentos deverão
ser oriundos do fundo setorial CT Energia.
Outro estudo desenvolvido por
pesquisadores do Cetem é sobre a biodegradação
de resíduos orgânicos, usando a técnica
de biotecnologia. “Já temos protótipo
patenteado. Já foi feito o piloto e agora
vai para o ensaio de aplicação industrial”,
disse o diretor da instituição.
O objetivo é usar micro-organismos
para degradar os resíduos orgânicos
e evitar a queima de óleo que emite gás
carbônico (CO2) para a atmosfera. O projeto
está em fase de contratação
e seus resultados deverão ser divulgados
ainda este ano. A pesquisa está sendo feita
para a Petrobras.
Foram inaugurados hoje, no Cetem,
quatro laboratórios, nos quais foram investidos
R$ 5 milhões com recursos dos fundos setoriais
e da Petrobras. São os laboratórios
de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa;
Mini-Usina de Flotação; Análise
Química; e Materiais de Referência
e Certificados.
O Cetem é considerado uma
referência do setor mineral brasileiro. Desde
sua criação, em 1979, já desenvolveu
mais de 800 projetos de pesquisa para cerca de 180
empresas dos setores de mineração,
metalurgia, química e de materiais. “O Cetem
está estruturado para atender a pequena,
a média e a grande empresa. Não fazemos
distinção”, afirmou Adão da
Luz.
Ele destacou, dentre os projetos
realizados pelo Cetem, a obtenção
do ouro de alta pureza para a Casa da Moeda do Brasil
e o desenvolvimento do processo de obtenção
de concentrado de zinco silicatado para o grupo
Votorantim. O desafio agora, segundo relatou o diretor
da unidade de pesquisa, é trabalhar com os
agrominerais e com os minerais industriais, no sentido
de tentar manipular suas propriedades para agregar
valor; e trabalhar na área de biotecnologia.
“Essas são as áreas que a gente pretende
focar”, revelou.