25/04/2008
- Daniela Mendes - Desertificação
e Impactos das Mudanças do Clima na Caatinga.
Esse foi o tema do painel de abertura do último
dia de reunião do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), realizada nesta sexta-feira (25),
em Fortaleza. No encontro, o diretor do Departamento
de Mudanças Climáticas do Ministério
do Meio Ambiente, Ruy de Góes, fez um balanço
das ações do governo, que prepara
uma política e um plano nacional de mitigação
e adaptação às mudanças
climáticas. A 51ª reunião extraordinária
do Conama, que discute o tema Caatinga, homenageia
o bioma pelo seu dia: 28 de abril.
Segundo Ruy de Góes, o
Comitê Interministerial sobre Mudanças
do Clima, coordenado pela Casa Civil da Presidência
da República, deve enviar até o mês
de junho, para apreciação do Congresso
Nacional, o texto da proposta de Política
Nacional de Mudanças Climáticas. "A
política será norteadora das ações
do governo. Orientará a elaboração
do plano nacional propondo ações prioritárias
para os diferentes entes da federação",
disse.
Ele afirmou ainda que a política
terá dois objetivos básicos: a mitigação
das emissões de gases de efeito estufa e
a adaptação a mudanças do clima.
Após o envio do projeto de lei para o Congresso,
o comitê se concentrará na elaboração
do Plano Nacional que, de acordo com Ruy de Góes,
será mais detalhado e terá um caráter
participativo aberto a todos os segmentos da sociedade
com a previsão, inclusive, da realização
de consultas públicas.
A mitigação, identificação
de vulnerabilidades, pesquisa e desenvolvimento
e a capacitação dos mais diferentes
níveis e setores da sociedade são
os quatro eixos do Plano. "Um dado importante
é que não se pretende que seja um
plano federal. Se for federal estaremos limitados,
estaremos restritos, o que não é conveniente
nesse momento. Os estados e todos os outros entes
têm um papel a cumprir", defendeu.
O pesquisador José Marengo,
do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE),
também participou das discussões do
painel e alertou para a relação clima
e efeito humano no bioma Caatinga. Segundo Marengo,
juntamente com a Amazônia, a Caatinga sofrerá
muitas alterações com as mudanças
climáticas nos próximos anos como
a redução das chuvas, que já
são escassas, e, conseqüentemente, do
volume de água dos aqüíferos.
Isso, somado ao baixo índice de desenvolvimento
humano da região que força a sua população
a usar a vegetação como fonte de renda,
poderá gerar a destruição do
ecossistema. "Se nada for feito pelo lado social
a população destruirá a Caatinga",
acredita.
Também participaram da
mesa de debates o presidente do Conselho de Políticas
e Gestão do meio Ambiente (Conpam), André
Barreto; Heitor Matallo, da Convenção
de Combate à Desertificação;
e Francisco Roberto Bezerra da Fundação
Cearence de Meteorologia e Recursos Hídricos.
À tarde, a partir
das 14h, serão realizados mais dois painéis.
Um sobre iniciativas regionais e outro sobre políticas
nacionais. Com a presença de especialistas
e representantes do MMA.
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Propostas da CNMA sobre Caatinga
são apresentadas em reunião do Conama
25/04/2008 - Daniela Mendes -
O coordenador-geral da III Conferência Nacional
do Meio Ambiente (CNMA) e diretor do Departamento
de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental (DCRS)
do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Ivo
Batista, apresentou, nesta sexta-feira (25), durante
a 51ª. Reunião Extraordinária
do Conama, as propostas sobre Caatinga que foram
discutidas nas conferências estaduais e municipais
de meio ambiente e que serão analisadas na
conferência nacional, em Brasília,
de 7 a 10 de maio.
Segundo Pedro Ivo, as propostas
apresentadas estão relacionadas aos mais
diversos temas envolvendo a Caatinga como geração
de energia, ecossistemas naturais, agropecuária,
monitoramento dos biomas, entre outras.
Ele esclareceu ainda que a CNMA
deliberará cerca de 90% das mais de 5000
propostas apresentadas nas etapas estaduais e municipais
da conferência. Todas as propostas estarão
disponíveis no site do MMA (www.mma.gov.br)
a partir da próxima semana para que os mais
de 1500 delegados participantes do encontro possam
se familiarizar com os textos.
O Conama está reunido em
Fortaleza, desde quinta-feira (24), debatendo exatamente
os efeitos das mudanças climáticas
sobre o Bioma Caatinga. Participaram do encontro,
além dos conselheiros do Conama, especialistas
de vários estados do semi-árido, membros
da academia, dos governos federal, estaduais e municipais,
representantes da sociedade civil e do setor empresarial.
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Secretário-executivo destaca
importância da Caatinga para biodiversidade
24/04/2008 - Daniela Mendes -
O secretário-executivo do Ministério
do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco,
falou nesta quinta-feira (24), em Fortaleza (CE),
sobre a importância de se preservar a Caatinga,
destacando sua diversidade biológica e cultural
e os aspectos humanos e sociais que o bioma representa.
Capobianco representou a ministra Marina Silva na
abertura da 51ª reunião extraordinária
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
que ocorre na capital cearense até esta sexta-feira
(25). O encontro, que discute o tema Caatinga, homenageia
o bioma pelo seu dia: 28 de abril.
Para o secretário, a inclusão
do tema associado às mudanças climáticas
na pauta de discussão do Conama é
muito importante, já que a Caatinga e a Floresta
Amazônica são os dois biomas que serão
mais impactados por esse fenômeno, segundo
estudos encomendados pelo MMA em 2004. "É
preciso uma ação muito enérgica
dos governos e da sociedade para produzirmos medidas
de mitigação e, ao mesmo tempo, de
adaptação a esse processo de mudança
do clima", disse.
Capobianco chamou atenção
ainda para o painel que encerra os trabalhos do
Conama, na sexta-feira, sobre os desafios e iniciativas
para as mudanças climáticas no bioma
Caatinga. Para ele, os debates realizados por especialistas,
no encontro, poderão contribuir para a melhor
compreensão desses impactos e para o Plano
e a Política Nacional de Mudanças
Climáticas, em discussão no governo
federal.
UCs - A secretária de Biodiversidade
e Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
Maria Cecília Wey de Brito, que participa
dos debates, informou em sua palestra que o governo
estuda a criação de novas unidades
de conservação federais no bioma Caatinga,
que deverão representar 1 milhão de
hectares nos próximos dois anos. Segundo
ela, os processos estão em fase adiantada
de negociações. "Devemos dar
um salto de mais de 25% de áreas protegidas
no bioma", acredita. Atualmente cerca de 4%,
dos 800 mil hectares de Caatinga, são protegidos
por unidades de conservação federais.
A região da Caatinga é
considerada por especialistas a mais rica em biodiversidade
das regiões semi-áridas do mundo,
ocupando 11% do Brasil (região nordeste e
norte de Minas Gerais), onde vivem cerca de 27 milhões
de pessoas. Sua biodiversidade ajuda na sobrevivência
de grande parte da população do semi-árido.
Participaram da abertura do evento,
além do governador interino Francisco José
Pinheiro, o presidente do Ibama Bazileu Alves Margarido;
a secretária de Biodiversidade e Florestas
do MMA, Maria Cecília Wey de Brito, o secretário
de Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA,
Egon Krakhecke, o presidente do Conselho Estadual
de Meio Ambiente do Ceará, André Barreto,
entre outros representantes da sociedade civil e
do setor empresarial.