25/04/2008
- A Fundação Parque Zoológico
de São Paulo apresenta neste sábado
(26/04), às 9h, junto à “Casa da Água”,
o primeiro filhote de macaco-prego-galego nascido
em cativeiro. Em 2006, o Zôo de São
Paulo, em parceria com o Instituto Chico Mendes,
iniciou um programa de reprodução
em cativeiro para o macaco-prego-galego, a partir
de animais apreendidos.
O objetivo desse programa é
garantir a manutenção da espécie
e evitar que desapareça, caso aconteça
algum problema que leve à extinção
as populações na natureza. Além
disso, os animais nascidos em cativeiro, no futuro,
podem ser reintroduzidos em seu habitat natural.
O programa já deu resultados e o filhote,
que será apresentado neste sábado
ao público, uma fêmea, nasceu em março,
nas dependências do zoológico. Esse
fato, segundo Fátima Valente Roberti, responsável
pela Divisão de Ensino e Divulgação
do Zôo, traz esperanças para essa nova
etapa de preservação do macaco-prego
galego.
O evento de apresentação
do filhote no Zôo de São Paulo contará
com a presença de representantes do Instituto
Chico Mendes e dos técnicos do Centro de
Proteção de Primatas Brasileiros,
de João Pessoa. O Zoológico fica à
Av. Miguel Estéfano, 4.241, na Água
Funda.
Cebus flavius
A história desse macaco-prego
é única na zoologia brasileira. A
espécie foi relatada pela primeira vez em
1648, quando o naturalista alemão Marcgrave
veio ao Brasil, como parte da comitiva de Maurício
de Nassau, mas, somente em 1774, outro naturalista
alemão, Schreber, descreveu formalmente a
espécie. Depois disso, nunca mais se falou
sobre esse macaco-prego amarelo claro e de pêlos
longos, ou se chegou a questionar a existência
da espécie. Até que, em 2004, um lote
de animais apreendidos no Centro de Proteção
de Primatas Brasileiros, em Alagoas, chamou a atenção
de dois pesquisadores da Paraíba, que perceberam
que se tratava de exemplares do macaco Cebus flavius.
Essa história mostra que
o macaco-prego galego nunca foi abundante na natureza
e passou despercebido por mais de 300 anos. Hoje,
a espécie sobrevive apenas em alguns poucos
fragmentos de Mata Atlântica dos estados de
Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande
do Norte. As florestas onde os grupos foram observados
são bastante degradadas e estão cercadas
de plantações de cana-de-açúcar.
Devido à destruição de seu
habitat e o número reduzido de animais na
natureza, já é considerado um dos
mais ameaçados de extinção
do mundo.
Apesar dos estudos sobre o Cebus
flavius estarem no início e se conhecer muito
pouco sobre a espécie, como os outros macacos-pregos,
eles vivem em grupos formados por vários
machos e fêmeas e se alimentam de uma variedade
de frutos, insetos e de pequenos animais.
Ficha técnica:
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Nome popular: Macaco-prego galego
Nome em inglês: Marcgrave’s capuchin monkey
Nome científico: Cebus flavius
Distribuição geográfica: Mata
Atlântica dos estados de Alagoas, Pernambuco.
Habitat: Floresta
Hábitos alimentares: Frutos, insetos e pequenos
vertebrados.
Reprodução: Gestação
de aproximadamente 180 dias, com nascimento de um
único filhote.
Período de vida: Estimado em cerca de 40
anos.
Texto: Fátima Valente Roberti Fotografia:
Glória Jafet