Manaus
(06/02/2009) - Um filhote de peixe-boi (Trichechus
inunguis) será recebido na tarde de hoje
pela equipe do Ibama de Tefé/AM, vindo de
Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas, onde estava
sob os cuidados da equipe do Ibama daquele município.
Na última quarta-feira
(04) o filhote iniciou a viagem partindo de Tabatinga
rumo ao seu novo “lar”, o criadouro conservacionista
de fauna silvestre do Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá - IDSM, localizado
em Tefé, onde vai ficar na companhia de outro
peixe-boi destinado ao IDSM em 2007. Durante a viagem,
o filhote foi acompanhado por um técnico
do Ibama que está transportando também
dois primatas que chegam a Manaus amanhã
(07) onde ficarão aos cuidados dos técnicos
do Centro de Triagem de Animais Silvestres - Cetas/Ibama/AM
que providenciará a destinação
dos mesmos.
A história desse filhote
assemelha-se à de muitos outros filhotes
de peixes-bois órfãos: a mãe
foi caçada e o filhote resgatado e entregue
ao Ibama para providências e destinação.
Em outras situações, eles são
vítimas de redes malhadeiras, nas quais ficam
presos e acabam morrendo afogados, quando não
são resgatados em tempo por pescadores que,
geralmente, os entregam a uma autoridade ambiental
local.
A cada ano, um número considerável
desses filhotes são vítimas dessas
situações. Em 2008 foram 09 filhotes,
em 2007 também nove. Este ano já é
o terceiro, contando com mais um sobre o qual se
tem notícia que está em uma comunidade
do município de Silves, e também deverá
ser resgatado.
Atualmente, existem no Amazonas
três institutos aptos a receber filhotes de
peixes-bois: o Instituto Nacional de Pesquisas do
Amazonas - INPA, em Manaus, o Centro de Conservação
e Pesquisa em Mamíferos Aquáticos
- CPPMA, em Balbina e o IDSM, que está recebendo
filhote vindo de Tabatinga. Essas instituições
parceiras contam com competente equipe de veterinários
e outros técnicos habilitados para auxiliar
no processo de reabilitação dos filhotes,
que, não raro, chegam com a saúde
debilitada. No entanto, o INPA e o CPPMA estão
atualmente próximos ao limite de sua capacidade
de suporte. A situação é agravada
pelas dificuldades encontradas na reintrodução
desses animais, embora algumas tentativas venham
sendo implementadas nesse sentido.
O peixe-boi Amazônico é
um animal dócil que vive dentro da água;
pode chegar a medir 3 m de comprimento e a pesar
450 Kg. Até os 2 anos de idade ele é
totalmente dependente da mãe, que além
de amamentá-lo, o ensina a nadar, a subir
até a superfície para respirar e a
alimentar-se de plantas, o alimento da fase adulta.
As características reprodutivas da espécie
(gerar um filhote de cada vez e levar 4 anos para
chegar à maturidade e poder se reproduzir)
aliadas ao tempo de dependência da mãe
e à ação humana por meio da
caça predatória, tornam essa espécie
muito vulnerável, e por isso está
na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção. Nesse sentido, é
essencial o esforço integrado e contínuo
entre poder público, por meio dos órgãos
ambientais e educacionais, centros de pesquisa,
pescadores e população em geral, para
que possamos reverter essa realidade.
Como Ajudar ?
Como pescadores: não caçar peixe-boi,
devemos vigiar constantemente as redes de pesca,
não utilizar redes de emalhar e não
colocá-las nas entradas e saídas de
rios ou lagos. Se algum Peixe-boi cair na rede,
liberte-o rapidamente para que não morra
afogado. Também devemos respeitar a época
de defeso de outras espécies, desta forma
contribuindo para que todas as espécies vivam
em harmonia.
Como educadores: reservar algum tempo para explicar
a seus alunos sobre o Peixe-boi, seus problemas
e a necessidade de conservá-los.
Como cidadão: não comprar a carne
do peixe-boi (MIXIRA E PAIO), informar os órgãos
ambientais sobre a existência de caçadores,
produtos de peixe-boi, animais mortos ou de filhotes
abandonados, e auxiliar na preservação
dos ambientes aquáticos.
* Evite comprar produtos que para serem manufaturados
provoquem a destruição de um habitat
ou danos a um ser vivo. Como os confeccionados com
peles, chifres e dentes de animais.
Essas orientações
e outras estão contidas em um folder do Ibama
cujo modelo pode ser solicitado ao Núcleo
de fauna silvestre da Superintendência do
Ibama no AM. Tel: (92) 3613 3094, ramal 224.
Natália Lima
Ascom/Ibama/AM
Fotos: Diogo Farias e arquivo Nufas/AM
+ Mais
Manejo Florestal tem nova Resolução
Brasília (06/02/2009) -
Foi publicada hoje no Diário Oficial da União,
a Resolução Conama 406/09 que estabelece
parâmetros técnicos a serem adotados
na elaboração, apresentação,
avaliação técnica e execução
de Plano de Manejo Florestal Sustentável
- PMFS com fins madeireiros, para florestas nativas
e suas formas de sucessão no bioma Amazônia.
As justificativas para publicação
da norma foram: a descentralização
da gestão florestal; normas estaduais divergentes
e menos restritivas que normas federais; necessidade
de definição de parâmetros mínimos
de manejo florestal; vinculação de
normas e diretrizes nos estados a partir de resoluções
CONAMA; integração dos Sistemas de
Licenciamento da Atividade Florestal (Resolução
Conama. 379/06)? e melhoria e padronização
dos processos fiscalizatórios.
O conteúdo da Resolução
trata da classificação dos planos
de manejo florestal, estabelece diâmetro mínimo
de corte, da definição de intensidade
de corte, da intensidade máxima permitida,
da produtividade anual da floresta e do ciclo de
corte inicial?
Segundo Antônio Carlos Hummel
, diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade
e Florestas do Ibama , “essa Resolução
representa muito para a consolidação
das estratégias ligadas ao fortalecimento
do marco legal sobre manejo florestal e de combate
ao desmatamento na Amazônia”. Hummel lembra,
ainda, que a Resolução traz inúmeros
ganhos ambientais, tais como: a não geração
de crédito fictício (esquentamento
de madeira); minimização dos impactos
e danos na floresta; conservação da
biodiversidade; manutenção da floresta
em pé; valorização do manejo
florestal e manutenção dos serviços
ambientais.
DBFlo/Ibama