3 de Agosto de 2009 - Sabrina
Craide - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro de Energia e Mudanças
Climáticas do Reino Unido, Ed Miliband, disse
hoje (3) que as agências ambientais de seu
país estão trabalhando para responsabilizar
quem mandou os contêineres
de lixo enviados ilegalmente ao Brasil.
“Isso é completamente inaceitável.
Entendemos os sentimentos do Brasil, e nossas agências
ambientais vão se certificar de que esse
problema será tratado seriamente e que todas
as ações apropriadas estão
sendo feitas contra as pessoas responsáveis
por isso”, declarou Miliband. Ele se reuniu hoje
com o ministro das Relações Exteriores,
Celso Amorim, em Brasília, mas garantiu que
o tema não foi discutido no encontro.
Os 40 contêineres com lixo
do Reino Unido chegaram ao Brasil entre fevereiro
e maio deste ano e continham materiais nocivos como
pilhas, seringas, cartelas de medicamentos e embalagens
de preservativos. Na manhã de hoje, um navio
com o lixo enviado ilegalmente ao Brasil deixou
o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
O ministro britânico também
se reuniu hoje com o ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão. Miliband está no Brasil
desde o último sábado (1º), com
o objetivo de debater os esforços para um
acordo global que vai limitar as emissões
de gases de efeito estufa, que deverá ser
firmado em dezembro deste ano, durante a reunião
do COP-15, em Copenhagen, na Dinamarca. O novo tratado
deverá substituir o Protocolo de Quioto,
que vence em 2012. Para Miliband, a liderança
do Brasil é fundamental para que o acordo
seja concretizado.
Antes de chegar em Brasília,
o ministro britânico foi ao município
de São José do Xingu, no Mato Grosso,
onde conversou com grupos indígenas sobre
as soluções para evitar o desmatamento
na Amazônia. Miliband também conheceu
a planta de bioetanol em Piracicaba. Segundo ele,
o Brasil tem uma visão diferente em relação
aos biocombustíveis.
“Temos que ser conscientes em
relação aos biocombustíveis,
porque eles podem ter impactos negativos. Mas o
Brasil também está mostrando impactos
positivos que podem ter nas mudanças climáticas.
Então, precisamos ter um balanço nesse
assunto”, afirmou Miliband.
+ Mais
Coordenador da Operação
Boi Pirata é preso no Pará
4 de Agosto de 2009 - Luana Lourenço
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O coordenador da Operação Boi Pirata
2, Leslie Tavares, foi preso hoje (4) em Novo Progresso
(PA) durante ação do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) para retirar gado criado ilegalmente na
Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim. A operação,
deflagrada no último fim de semana, foi suspensa
ontem (3) por uma liminar da Justiça estadual.
Na madrugada de hoje, o presidente do Tribunal Regional
Federal da 1° Região (TRF-1), Jirair
Megueriam, determinou a retomada da ação
do Ibama.
No entanto, a decisão da
Justiça Federal não foi cumprida,
e o juiz local determinou a prisão de Tavares.
O coordenador geral de fiscalização
do Ibama, Bruno Barbosa, disse que o órgão
está acionando a Advocacia-Geral da União
(AGU) para tomar medidas urgentes em relação
à prisão do coordenador. “Parece que
o juiz está descumprindo a decisão
do TRF. Se isso aconteceu, o juiz pode até
ser preso pela Polícia Federal”, disse.
A Operação Boi Pirata
2 foi deflagrada em uma fazenda localizada dentro
da Flona Jamanxim, com 2.548 cabeças de gado
criadas ilegalmente na unidade de conservação.
O Ibama aplicou dez autos de infração,
num total de R$ 15 milhões em multas. Novo
Progresso é o município campeão
de desmatamento no país e está localizado
na região da BR-163, que liga Cuiabá
(MT) a Santarém (PA), uma das grandes fronteiras
de avanço da devastação da
Amazônia.
A expectativa do Ibama é
retirar os animais até a próxima quinta-feira
(6). Além das cerca de 2,5 mil cabeças
retiradas na ação, o Ibama espera
que outros produtores da região desloquem
os animais para fora da unidade de conservação.
Na Operação Boi Pirata 1, em 2008
na Terra do Meio (PA), os agentes apreenderam 3,5
mil cabeças de gado e outras 100 mil foram
retiradas pelos próprios fazendeiros, que
ocupavam a área irregularmente.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, acredita que não haverá problema
para vender os bois apreendidos em Novo Progresso,
como ocorreu com os “bois piratas” da Terra do Meio,
que só foram leiloados após cinco
tentativas.
“Daquela vez houve um boicote.
Mas, independentemente da venda, o objetivo de tirar
os bois de áreas de conservação
já está sendo cumprido”, disse Minc.