20 de Outubro de 2009 - Da Agência
Brasil - Brasília - A Comissão Interministerial
de Combate a Crimes e Infrações Ambientais
(Ciccia) quer ampliar o trabalho
desenvolvido na Amazônia para os biomas Cerrado,
Mata Atlântica e Caatinga. De janeiro a outubro
deste ano, foram embargados mais de 340 mil hectares
por irregularidades ou crimes ambientais. E aproximadamente
R$ 1,4 milhão foram arrecadados em multas.
O balanço foi apresentado
hoje (20) durante reunião no gabinete do
ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para discutir
as estratégias das novas operações
de fiscalização contra o desmatamento.
A comissão pretende investir em ações
de inteligência para combater o crime ambiental.
Apesar do grande montante arrecado,
o ministro ressalta que o Ciccia apresenta deficit
financeiro, mas tem grandes ambições
relativas aos próximos desafios. Ele citou,
entre as dificuldades, a falta de pessoal e de helicópteros
e veículos próprios.
Minc citou ainda o compromisso
assumido pelo presidente Lula no início do
mês de apresentar para a Organizações
das Nações Unidas (ONU), em Copenhague,
a proposta de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia
até 2020.
“A Ciccia está indo bem,
mas a gente tem que estar prevenido, porque agora,
se alguma coisa não der certo, o problema
não é mais da Polícia Federal
ou do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis], o problema
é do Brasil, porque o compromisso vai ser
assumido com a ONU”, disse o ministro lembrando
que a decisão do governo sobre a proposta
a ser levada para a reunião em Copenhague
só deve sair no início de novembro.
A Ciccia foi criada em 2008 pelos
ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Meio
Ambiente, Carlos Minc, e agrega representantes do
Ibama, Ministério da Defesa, Instituto Chico
Mendes, Polícia Federal, Polícia Rodoviária
Federal, Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) e Companhia Independente de Policiamento
Ambiental (Cipam).
+ Mais
Indústria foi o setor que
mais contribuiu para poluição do meio
ambiente
27 de Outubro de 2009 - Roberta
Lopes - Repórter da Agência Brasil
- Antonio Cruz/Abr - Brasília - O ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, fala sobre emissões
de gás carbônico no Brasil
Brasília - A indústria foi setor que
mais contribuiu com as estimativas de emissão
de gases de efeito estufa entre 1994 e 2007, segundo
dados divulgados hoje (27) pelo Ministério
do Meio Ambiente. A indústria foi responsável
por 56% das emissões totais. Entre as atividades
industriais que mais poluíram o ambiente
estão a indústria de produtos minerais,
com 59%, seguida da química, com 55%, e a
metalurgia, com 40% das emissões.
Outro setor que contribuiu muito
para o aumento da estimativa de emissão de
gases de efeito estufa foi o de energia, responsável
por 54%. Dentro desse setor, a área de energia
ampla foi a que mais eliminou gases de efeito estufa,
com 85%; seguida do setor industrial, com 57%, e
do setor de transportes, com 54%.
O setor de tratamento de resíduos
(32%) também teve suas emissões de
gases analisadas, sendo que o esgoto indústrial,
com 37% das emissões, foi o maior responsável
pela emissão de gases. Em seguida ficou o
setor resíduos sólidos, com 34% das
emissões, e por último o esgoto doméstico,
com 23% das emissões.
A agropecuária foi o setor
que teve a menor estimativa de emissão de
gases de efeito estufa com total de 30% das emissões.
Dentro desse setor, a queima de resíduos
agrícolas foi a grande vilã, com 59%
das emissões. Já o setor de cultivo
de arroz teve queda de 37% nas emissões.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, disse que o governo se esforçará
para alcançar a meta de redução
de 40% das emissões de gases de efeito estufa
até 2020. No setor de agropecuária,
estão previstas ações como
a combinação de plantio com pecuária
num mesmo espaço, a recuperação
de áreas degradadas e o plantio direto.
“Com essas três medidas
combinadas – lavoura, pecuária, recuperação
de área degradada e plantio direto – nós
reduziremos 7% das emissões globais do Brasil
até 2020”, afirmou o ministro.
Também estão previstas
a redução do desmatamento na Amazônia
em 80%, a redução do desmatamento
de outros biomas, como o cerrado e a caatinga, o
maior uso de biocombustíveis no transporte
e a siderurgia verde, que implica, para as indústrias,
o plantio de toda a madeira que irão utilizar,
sem necessidade de derrubada de árvores nativas,
por exemplo.
Minc informou que na próxima semana anunciará
queda nos índices de desmatamento na Amazônia.