28/10/2009 - Nos últimos
meses, pessoas-chave ligadas à gestão
ambiental das mais importantes empresas do Estado
de São Paulo estão assistindo às
palestras do engenheiro João Wagner Silva
Alves, assessor da presidência da Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB,
tratando do tema “Mudanças Climáticas
e Crédito de Carbono”.
Essas palestras estão sendo
realizadas nas câmaras ambientais organizadas
pela CETESB, reunindo representantes dos setores
produtivos para discutir as peculiaridades das atividades
desenvolvidas, passando pelos aspectos socioeconômicos,
com foco principal nas questões ambientais.
São, atualmente, 15 câmaras em atividade,
das quais oito já tiveram a oportunidade
de assistir às exposições do
funcionário da CETESB.
A palestra, que se caracteriza
pelo didatismo, aborda questões básicas
como os gases de efeito estufa e as fontes de emissão.
É, também, apresentada uma versão
resumida da evolução tecnológica
da civilização moderna, tudo para
mostrar que o planeta se encontra no limite e que
mudanças no modelo de desenvolvimento são
a única saída para a humanidade.
Segundo Wagner, o Brasil é
um dos principais emissores de gases de efeito estufa,
sendo que os Estados Unidos e China são os
maiores responsáveis por esse problema ambiental.
De acordo com os dados da Comunicação
Nacional, veículo oficial de divulgação
das medidas e providências relacionadas às
mudanças climáticas do Governo Brasileiro,
as principais fontes de emissão de gases
de efeito estufa no país são o desmatamento
e as atividades do setor agropecuário. Além
dessas, as emissões devidas à geração
de energia e dos processos industriais são
relevantes. Por este motivo, o técnico entende
que o Brasil precisa enfrentar o problema com seriedade
e, para isso, “os empresários têm a
sua parcela de responsabilidade da qual não
podem se eximir”.
É por isso que o presidente
da CETESB, Fernando Rei, solicitou que essa discussão
fosse levada às câmaras ambientais,
para sensibilizar o setor produtivo. Segundo Zoraide
de Souza Senden Carnicel, gerente da Divisão
de Coordenação de Câmaras Ambientais
da CETESB, “estamos assumindo um dos papéis
atribuídos às Câmaras Ambientais
que é articular ações destinadas
a incentivar a redução das emissões
de gases de efeito estufa, promovendo a divulgação
do tema, enfatizando a busca de parcerias com os
diversos setores produtivos”. Carnicel salienta
que esse papel é previsto no Regimento Interno
das Câmaras Ambientais.
Os setores de cimento e siderurgia
mostraram particular interesse por questões
relativas a inventários de gases de efeito
estufa, enquanto os setores de resíduos e
suinocultura, pela possibilidade de geração
de créditos de carbono. Mas Wagner mostra
outros aspectos, de interesse de toda a sociedade,
como os riscos decorrentes da elevação
da temperatura global como a mudança no regime
de chuvas, riscos de erosões e elevação
do nível do mar.
Contrapondo os aspectos alarmistas,
que têm ocupado espaços nos meios de
comunicação, o especialista também
fala dos instrumentos que estão sendo desenvolvidos
para amenizar o problema como o Protocolo de Quioto,
que estabeleceu metas de redução das
emissões de gases de efeito estufa pelos
países desenvolvidos, dos inventários
de emissões que estão sendo elaborados
por vários estados, inclusive por São
Paulo, e outros.
Na sua opinião, “o mundo,
só agora, está realmente despertando
para o problema, com o efetivo envolvimento dos
governos. Os Estados Unidos, mesmo não tendo
aderido ao Protocolo de Quioto, continuam sendo
importantes no processo de redução
das emissões com iniciativas, por exemplo,
de cooperação bilaterais com o Brasil,
e várias outras”.
As reuniões já foram
realizadas nas Câmaras Ambientais da Indústria
de Minerais Não Metálicos, nos dias
10/02, 06/03 e 16/04; Mineração, 19/02;
Sucroalcooleiro, 26/03; Refrigeração,
Ar-condicionado, Aquecimento e Ventilação,
15/04, Suinocultura; 03/05; Resíduos, 30/07;
Metalúrgico, Mecânico e Siderúrgico,
19/08; e Construção, 29.09. As palestras
para os outros setores estão sendo programadas.
Newton Miura
José Jorge / Divulgação
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Técnicos da CETESB monitoram coleta de resíduos
na cidade de Santos
30/10/2009 - Equipes do Setor
de Operações de Emergência da
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
- CETESB atenderam a uma ocorrência, em 29.10,
em empresa localizada na cidade de Santos, litoral
Paulista, onde um incêndio provocou a avaria
de parte das embalagens dos produtos ali armazenados,
que misturados à água usada para debelar
o incêndio vazaram para a via pública,
indo ter nas galerias de águas pluviais.
Localizada no Jardim Santa Maria,
Rua Maria Patrícia, n º158, a Master
Litoral Santos armazena produtos de limpeza automotiva,
como ceras, detergentes, desengraxantes, em pequena
quantidade, amônia. Calcula-se que havia cerca
de 100 bombonas contendo esses produtos, tambores
e mais 120 botijões para gás, todos
vazios.
Ao chegar ao local, os técnicos
da CETESB colocaram barreiras de areia para conter
essas águas residuárias, evitando
assim que elas fossem drenadas para as galerias
de águas pluviais. A limpeza da área,
onde houve a ocorrência, foi realizada pelos
funcionários da empresa que acondicionaram
os resíduos em tambores, para posterior despejo
em local adequado, trabalho monitorado pelas equipes
da CETESB, que ali permaneceram até a limpeza
total do local.
Waldelice Z.
Fotografia: Arquivo CETESB