23/11/2009 - Desenvolver um sistema
de informação suportado por imagens
de observação da Terra, que permita
às autoridades brasileiras,
portuguesas e moçambicanas quantificar e
monitorizar o processo de desertificação,
auxiliando-as na produção de dados
críticos para reportar no âmbito da
United Nations Convention to Combat Desertification(UNCCD).
Este é o objetivo do Desertwatch, um projeto
financiado pela Agência Espacial Européia
(ESA – Sigla em Inglês).
A implantação do
projeto junto ao Brasil, Portugal e Moçambique
será discutida em um workshop, que começa
hoje (23) e vai até quarta-feira (25), no
Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCT),
em Campina Grande (PB).
O evento é promovido pelo
Programa Nacional de Combate à Desertificação
(PAN-Brasil), do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), e tem a participação do Instituto
Geográfico Português e Instituto Superior
Técnico (Portugal), MMA, Insa, Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Agência
Nacional de Águas (ANA), Embrapa Semiárido
(CPATSA) e do Ponto Focal da Paraíba.
Segundo o coordenador do PAN-Brasil,
José Roberto de Lima, a intenção
é desenvolver um conjunto de cadeias de processamento
que permita produzir cartografia atualizada da Ocupação
das terras nos ambientes áridos, semiáridos
e sub-úmidos secos dos países envolvidos
e consolidar os Indicadores mais expressivos dos
processos de Desertificação. O objetivo
final do projeto é obter uma ferramenta informática
que possa ser utilizada pelos três países
para atualizar todas as informações
relativas a esses processos.
“Este trabalho será desenvolvido de acordo
com os requisitos dos diferentes utilizadores, possibilitando,
por meio de imagens de satélite e informações
georreferenciadas, importante base de conhecimentos
para combater a desertificação. Vale
ressaltar que as novas tecnologias de detecção
remota, em particular os Sistemas de Observação
da Terra e metodologias de integração
de informação, têm um papel
fundamental nesse processo”, explica.
Juntamente com a ferramenta informática,
será entregue um conjunto de mapas em formatos
digital e impresso, com a ocupação
das terras e indicadores de desertificação
produzidos para os três países.
Em tempo
De acordo com a UNCCD, a desertificação
é definida como a degradação
das terras em zonas áridas, semiáridas
e sub-úmidas secas, resultantes de vários
fatores, incluindo as variações climáticas
e atividades humanas. A utilização
de satélites de Observação
da Terra (OT) representa uma técnica poderosa
e pouco onerosa para suporte à monitorização
e combate aos processos de desertificação,
permitindo avaliar a dinâmica e as alterações
de ocupação que levam a este desgaste.
Nas últimas décadas,
a OT tem sido aplicada extensivamente em diferentes
escalas, uma vez que favorece a disponibilização
de levantamentos espacialmente contínuos
e atualizáveis periodicamente.
+ Mais
Livro mostra as riquezas naturais
da Reserva Biológica de Gurupi
16/11/2009 - A Reserva Biológica
do Gurupi, no Maranhão, conhecida como Rebio
Gurupi, única unidade de preservação
permanente de âmbito federal existente no
estado, é tema de um livro a ser lançado
no primeiro semestre de 2010. Os estudos reunidos
na publicação revelam a riqueza biológica
de uma das unidades de conservação
mais ameaçadas do Brasil.
A obra é parte dos resultados
da atuação do Programa de Pesquisa
em Biodiversidade – PPBio Amazônia Oriental
-, e será publicado em parceria com o Museu
Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), o Ministério
do Meio Ambiente (MMA), o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), o Instituto Chico Mendes e as universidades
Federal do Amazonas (Ufam) e Estadual do Amazonas
(Uema)
O PPBio, criado em 2004 pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT) com o propósito
de fortalecer ações de pesquisas para
o desenvolvimento sustentável nos biomas
nacionais, iniciou sua implantação
nas regiões da Amazônia e do Semiárido.
O programa está apoiado em três componentes:
Coleções, Inventários e Projetos
Temáticos e sua gestão adota um modelo
descentralizado composto por Núcleos Executores
(NE’s) e Núcleos Regionais (NR’s).
Na Amazônia os núcleos
executores são o MPEG, em Belém (PA),
e que coordena as ações do PPBio na
Amazônia Oriental, e o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), em Manaus,
que coordena as ações do PPBio na
Amazônia Ocidental.
O Núcleo Regional do Maranhão/PPBio
Amazônia Oriental iniciou sua atuação
em 2005 e hoje é coordenado pela professora
Francisca Muniz, da Uema. Pesquisadores da Uema
e da Ufam ao planejar a atuação do
PPBio no estado identificaram o grande desafio deste
Núcleo Regional: desenvolver ações
de pesquisa e formação de pessoal
na região mais degradada e ameaçada
da Amazônia brasileira, além de colaborar
para a maior integração da comunidade
científica maranhense com os demais membros
da comunidade científica amazônica.
A Amazônia maranhense é
marcada pelo uso da terra com exploração
madeireira e expansão da fronteira agrícola
há mais de 50 anos. Hoje, sua vegetação
original está reduzida a menos de 30%. A
identificação de grandes vazios no
conhecimento da biodiversidade da região
contrapõe-se aos achados biológicos,
que apontam a Amazônia maranhense como uma
das porções mais expressivas em termos
de riqueza de espécies e casos de endemismos
(espécies que só ocorrem nessa área).
No Maranhão localiza-se
mais da metade do Centro de Endemismo Belém,
que abriga espécies como, por exemplo, a
ave ararajuba e o primata cairara-Ka’apor, ambos
ameaçados de extinção. A baixada
maranhense com suas reentrâncias e zonas de
contato entre águas marinhas e fluviais criam
ambientes de alta produtividade, riquíssimos
em espécies e endemismos de organismos aquáticos,
além de produzirem uma base importante de
sustentação das populações
humanas locais.
A pesquisadora do Museu Goeldi
e coordenadora de Inventários do PPBio Amazônia
Oriental, Marlucia Martins, ressalta que, dentro
desse contexto, o livro foi produzido com o objetivo
de definir e caracterizar a Amazônia maranhense
e explicar as razões históricas do
seu estado de deterioração, além
de demonstrar sua importância para a conservação
da biodiversidade amazônica e brasileira,
indicando também diretrizes de ação
para a pesquisa e conservação da região.