19/11/2009 - O Jardim Botânico
de São Paulo lança no próximo
dia 24 de novembro, às 10h30, a reimpressão
do livro “Iconografia de
Orchidaceas do Brasil”, do naturalista Frederico
Carlos Hoehne, publicado originalmente em 1949.
Trata-se de uma das obras mais conhecidas do naturalista,
que implantou, em 1928, as Estufas do Orquidário
do Estado, que constituem a origem da instituição.
Com essa publicação,
o Jardim Botânico de São Paulo presta
uma homenagem ao seu fundador, no ano em que se
comemoram os 80 anos da instituição.
A solenidade de lançamento do livro vai se
realizar nas Estufas do Orquidário Frederico
Carlos Hoehne, na Avenida Miguel Stéfano,
3.031, no Bairro da Água Funda, na Zona Sul
da Capital. Haverá venda promocional aos
presentes. Mais informações pelos
telefones 11-5058.7276 e 11-5073.6300, ramal 241.
O livro
O livro “Iconografia de Orchidaceas do Brasil” seguiu-se
ao “Álbum de Orchidaceas Brasileiras e o
Orchidário do Estado de São Paulo”,
cuja edição de três mil exemplares,
publicada em 1930, se esgotou rapidamente nas livrarias
face ao interesse despertado pela orquidofilia junto
ao grande público. Hoehne creditava à
criação e à manutenção
do Orquidário do Estado e ao aparecimento
do referido “Álbum” o início do interesse
pelas orquídeas em nosso país, seja
pela formação de coleções
e culturas, seja pelo início dos estudos
científicos sobre esse grupo de plantas.
Para Hoehne, a publicação do “Álbum”
constituía o marco comemorativo da implantação
de uma coleção de orquídeas
na área que viria a ser, mais tarde, o Jardim
Botânico de São Paulo. As orquídeas
constituíam o grupo de plantas preferido
de Hoehne, entre tantas espécies da flora
brasileira. A essas plantas dedicou anos de estudo,
tendo descrito inúmeras espécies novas
para a ciência, com ilustrações
precisas e primorosas, e dando-lhes destaque no
Jardim Botânico que começava a organizar.
Para isso, foi criado, em 9 de novembro de 1938,
por decreto governamental, o Departamento de Botânica,
tendo como diretor Frederico Carlos Hoehne. Dentre
as atribuições do órgão
constava a publicação da “Flora Brasílica”,
para substituir a “Flora Brasiliensis”, de Martius,
um projeto ambicioso de Hoehne e um marco no desenvolvimento
da ciência botânica no Brasil. Na “Flora
Brasílica”, a família “Orchidaceae”
foi monografada a partir de 1945, com textos descritivos
e ilustrações de espécies e
gêneros. Apenas quatro anos após, surgiu
a “Iconografia de Orchidaceas do Brasil”, com o
subtítulo “Resumo e Complemento da Monografia
das Orchidaceas na Flora Brasílica”. Colocada
à venda em livrarias, esgotou-se em poucos
anos, tornando-se uma obra rara, muito procurada
por orquidófilos e bibliófilos. Hoje
pode ser considerada, com justiça, uma das
obras mais importantes já publicadas no cenário
da literatura nacional e mundial versando sobre
orquídeas.
Com tiragem reduzida de apenas 500 exemplares, o
livro “Iconografia de Orchidaceas do Brasil” é
uma reimpressão da obra original. Optou-se
por manter o texto original, sem a atualização
da nomenclatura botânica por estudiosos da
família “Orchidaceae”, considerando-se que
essa seria uma tarefa de fôlego que dificilmente
chegaria a bom termo, por causa das constantes mudanças
necessárias para atender ao avanço
das pesquisas com as novas ferramentas da taxonomia,
fornecidas pelos estudos de filogenia e biologia
molecular.
Os responsáveis pela publicação
acreditam que os estudiosos saberão apreciar
a obra, que denota a genialidade de seu autor, um
naturalista que valorizava a beleza e a diversidade
das orquídeas brasileiras.
Texto: Newton Miura
+ Mais
Apreciadores de orquídeas
podem desfrutar livro de Hoehne
24/11/2009 - Nenhum ambiente seria
mais apropriado que a Estufa do Orquidário
Dr. Frederico Carlos Hoehne, no Jardim Botânico
de São Paulo, onde se pode apreciar espécies
como “Encyclia cordigera”, típica do Norte
do Mato Grosso e do Amazonas, ou “Brasilaelia tenebrosa”,
quase extinta na natureza, mas antes fartas no Litoral
do Espírito Santo e no Sul da Bahia.
Foi nesse local, com dezenas de
espécies de orquídeas de todo o mundo,
que o Instituto de Botânica – IBt realizou,
em 24.11, o lançamento da reimpressão
do livro “Iconografia de Orchidaceas do Brasil”,
do naturalista Frederico Carlos Hoehne, publicado
originalmente em 1949. Segundo Vera Bononi, diretora
geral do IBt, a primeira edição está
completando 60 anos: “Optamos pela reimpressão
do livro, igual ao original, pois trata-se de uma
publicação muito procurada pelos estudiosos”.
O lançamento do livro reuniu
os apreciadores de orquídeas. Entre eles,
o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano,
que se revelou um “apaixonado por essas flores”.
Falando do autor, cujo texto o impressionou pelo
estilo e pela profundidade do conteúdo, apontou
trechos em que Hoehne antecipava as questões
ambientais que a sociedade enfrenta hoje. “O Instituto
de Botânica precisa promover as nossas coisas,
como esta obra que faz parte do nosso patrimônio
cultural’, disse o secretário. Por isso,
quando o pesquisador Eduardo Catarino, chefe do
Orquidário do Jardim Botânico, falou
sobre outros dois livros, igualmente importantes,
de Frederico Carlos Hoehne, Graziano não
hesitou em garantir os recursos necessários
para a sua reedição. Trata-se dos
livros “Plantas Tóxicas e Medicinais” e “Plantas
Aquáticas”, também esgotados há
anos.
O lançamento contou ainda com a presença
do professor Reinhold Ellert, ex-diretor do Instituto
de Geociências, da Universidade de São
Paulo, e genro de Hoehne. Ellert também destacou
o trabalho de Hoehne como precursor da questão
ambiental, “embora não tenha tido, em vida,
o devido reconhecimento, o que está acontecendo
agora, com a reimpressão de seu livro”.
“A família sente-se orgulhosa, mas, mais
importante do que isso, é o fato da publicação
tornar-se acessível aos mais jovens que buscam
referências sobre orquídeas e não
encontram, pois a obra encontra-se esgotada há
muitos anos”, afirmou. O livro “Iconografia de Orchidaceas
do Brasil” é uma das obras mais conhecidas
de Hoehner, responsável pela implantação,
em 1928, das Estufas do Orquidário do Estado,
que constituem a origem da instituição.
As orquídeas constituíam o grupo de
plantas preferido de Hoehne, entre tantas espécies
da flora brasileira. A essas plantas dedicou anos
de estudo, tendo descrito inúmeras espécies
novas para a ciência, com ilustrações
precisas e primorosas, e dando-lhes destaque no
Jardim Botânico que começava a organizar.
Para isso, foi criado, em 9 de
novembro de 1938, por decreto governamental, o Departamento
de Botânica, tendo como diretor Frederico
Carlos Hoehne. Dentre as atribuições
do órgão constava a publicação
da “Flora Brasílica”, para substituir a “Flora
Brasiliensis”, de Martius, um projeto ambicioso
de Hoehne e um marco no desenvolvimento da ciência
botânica no Brasil. Na “Flora Brasílica”,
a família “Orchidaceae” foi monografada a
partir de 1945, com textos descritivos e ilustrações
de espécies e gêneros. Quatro anos
após, surgiu a “Iconografia de Orchidaceas
do Brasil”, com o subtítulo “Resumo e Complemento
da Monografia das Orchidaceas na Flora Brasílica”.
Colocada à venda em livrarias, esgotou-se
em poucos anos, tornando-se uma obra rara, muito
procurada por orquidófilos e bibliófilos.
Hoje pode ser considerada, com justiça, uma
das obras mais importantes já publicadas
no cenário da literatura nacional e mundial
versando sobre orquídeas.
A reimpressão utilizou fotolitos originais
da primeira edição, tendo uma tiragem
de 500 exemplares que serão vendidos a R$
200,00. Informações poderão
ser obtidas pelos telefones (11) 5058-7276 e (11)
5073-6300, ramal 241.
Texto: Newton Miura Fotografia: Pedro Calado