30/06/2010 - Atualmente
descartadas, as fibras de coco geram volumes significativos
de lixo, que se somam aos resíduos acumulados
nos aterros sanitários: um problema ambiental
crescente, especialmente nas grandes cidades. Uma
tecnologia desenvolvida pelo Instituto Nacional
de Tecnologia (INT/MCT) em parceria com o Centro
Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo),
ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia
do Estado do Rio de Janeiro, no entanto, pode reverter
essa situação, garantindo o reaproveitamento
da fibra do coco como matéria prima.
A fibra do coco é formada
pela camada que envolve o miolo do fruto, onde estão
a água e a gordura normalmente consumidas
ou processadas industrialmente. A tecnologia desenvolvida
consiste em misturá-la a plásticos
reciclados, como o polietileno e o polipropileno,
obtendo-se chapas a partir de processo de prensagem.
A fibra, retirada do fruto seco, é usada
em natura e o compósito inicial é
misturado em uma máquina extrusora, enquanto
as chapas são finalizadas em uma prensa hidráulica.
O material resultante pode ser utilizado na confecção
de caixas, painéis e artesanatos.
Com uma vertente social, de geração
de alternativas para reciclagem de produtos descartados,
o trabalho é desenvolvido por meio do projeto
Uso de materiais desenvolvidos na universidade como
agentes de transformação da vida socioeconômica
na região da Zona Oeste, apoiado pela Fundação
Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
O projeto, de autoria e coordenação
do professor Alex da Silva Siqueira, da Uezo, envolve
ainda treinamento de pessoas da Zona Oeste fluminense
na reciclagem de plásticos, incluindo os
processos de separação, lavagem e
moagem. O INT e a Uezo farão o repasse da
tecnologia para algumas comunidades de baixa renda
dessa região, criando oportunidades de emprego
e renda para seus habitantes.
O beneficiamento da fibra do coco
será desenvolvido no Laboratório de
Tecnologia de Materiais Poliméricos, que
integra a área de Processamento e Caracterização
de Materiais do INT.
“Com a tecnologia desenvolvida
agregamos valor ao material, removemos resíduos
que ocupam espaço, além de possibilitar
a pessoas que vivem de reciclagem, ampliar sua renda
a partir de um material de baixo custo”, explica
Márcia Gomes de Oliveira, responsável
pelo gerenciamento do projeto no INT.
Reconhecida por ser uma matéria
prima abundante e que até então era
descartada, a fibra do coco torna-se potencialmente
aproveitável para famílias que dependem
da reciclagem. Enquanto a renda obtida ficava restrita
a venda de material reciclável recolhido
nas ruas, a partir do uso da tecnologia as famílias
poderão aumentar sua renda com o artesanato.
"O trabalho ainda está
no início. Posteriormente, a tecnologia será
aprimorada com o nosso apoio laboratorial, para
que assim possamos testar uma nova aplicabilidade,
utilizando a chapa obtida como revestimento interno",
diz Márcia.
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Ampa lança projeto Mamíferos
Aquáticos da Amazônia
02/06/2010 - 08:00
A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa),
conveniada ao Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT), lança hoje (2)
o projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia:
Conservação e Pesquisa. O evento ocorre,
a partir das 19h, no Diamond Convention Center,
na Avenida do Turismo, 1245, Tarumã, na Zona
Oeste de Manaus (AM).
O projeto objetiva ampliar os
estudos científicos sobre o peixe-boi (Trichechus
inunguis), a lontra neotropical (Lontra longicaudis),
a ariranha (Pteronura brasiliensis), o tucuxi (Sotalia
fluviatilis) e o boto-vermelho (Inia geoffrensis),
os cinco mamíferos aquáticos da região
amazônica.
Conforme explica o ecólogo
e diretor da Ampa, Jone César Silva, o projeto
também tem a missão de preservar os
mamíferos aquáticos da região.
“Esse é um dos mais significativos projetos
já realizados em prol da preservação
dos mamíferos aquáticos amazônicos.
Pretendemos atingir, nos dois primeiros anos, cerca
de 50 mil pessoas com as ações desse
projeto, que recebe incentivo da Petrobras, nossa
parceira há quase uma década”, ressalta
o ecólogo.
A pesquisadora do Laboratório
de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa
e presidente da Ampa, Vera da Silva, faz uma palestra
na abertura do evento abordando as pesquisas realizadas
no Inpa com os cinco mamíferos aquáticos.
O pesquisador e diretor do Inpa
em exercício, Wanderli Tadei; o gerente geral
da Petrobras – Unidade de Negócios da Bacia
Amazônica -, Luiz Ferradans Mato, e um representante
da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia,
participam da cerimônia de lançamento
do projeto.
No lançamento, o nome do
filhote do peixe-boi fêmea “Boo”, nascido
em janeiro último no tanque do Parque Aquático
Robin C. Best do LMA do Inpa, será escolhido.
Ampliação de estudos
O projeto Mamíferos Aquáticos
da Amazônia: Conservação e Pesquisa
é patrocinado pela Petrobras, por meio do
Programa Petrobras Ambiental, e tem como objetivo
desenvolver estudos de ecologia, história
natural e comportamento dos mamíferos aquáticos
da Bacia Amazônica.
Sua intenção é
fornecer subsídios para o conhecimento biológico
das espécies, envolvendo o manejo participativo
e ressaltando a importância ecológica
desses animais junto às comunidades ribeirinhas.