25/08/2011 - Pesquisadores
da Coordenação de Geofísica
do Observatório Nacional (ON/MCTI) apresentaram
um trabalho no 12º Congresso Internacional
da Sociedade Brasileira de Geofísica, no
Rio de Janeiro, apontando indícios da existência
de um rio subterrâneo debaixo do Rio Amazonas.
A descoberta faz parte de um trabalho
de doutorado da aluna Elizabeth Tavares Pimentel,
sob orientação do pesquisador Valiya
Hamza, da Coordenação de Geofísica.
O trabalho é baseado na análise de
dados de temperaturas de 241 poços profundos
perfurados pela Petrobras, nas décadas de
1970 e 1980, na região amazônica. A
área de estudo abrange as bacias sedimentares
de Acre, Solimões, Amazonas, Marajó
e Barreirinhas.
Os resultados obtidos permitiram
identificação de movimentação
das águas subterrâneas em profundidades
de até 4 mil metros. A metodologia utilizada
se baseia na identificação de sinais
térmicos típicos de movimentos de
fluidos em meios porosos.
Conforme os resultados das simulações
computacionais, apresentadas pela doutoranda, o
fluxo de águas subterrâneas é,
predominantemente, vertical até cerca de
2 mil metros de profundidade, mas muda de direção
e se torna quase horizontal em profundidades maiores.
O sentido do fluxo lateral é de oeste para
leste, iniciando-se na região de Acre, passando
pelas bacias de Solimões, Amazonas e Marajó
e alcançando as profundezas do mar, nas adjacências
de foz de Amazonas.
Segundo o professor Hamza, essas
características são semelhantes às
de um rio subterrâneo debaixo de Rio Amazonas.
Os integrantes do Laboratório de Geotermia
do Observatório Nacional nomearam esse fluxo
subterrâneo de Rio Hamza, em homenagem ao
professor.