27/10/2011 - Danilo Macedo e Luana
Lourenço - Repórteres da Agência
Brasil - Brasília – O Brasil reciclou 97,6%
das latas de alumínio produzidas para embalagens
de bebidas em 2010, um total de 239 mil toneladas
de sucata, o equivalente a mais de 17 bilhões
de unidades de latas. De acordo com a Associação
Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação
Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade
(Abralatas), que divulgaram hoje (27) os resultados,
os números de 2010 mostram crescimento de
20,3% na reciclagem e de 21% na produção,
na comparação com 2009.
O índice mantém o Brasil na liderança
da reciclagem de latas de alumínio para bebidas.
No mesmo período, o Japão reciclou
92,6% da produção e a Argentina, 91,1%.
Nos Estados Unidos, o índice foi 58,1%, mas
o volume de produção é muito
maior, cerca de 100 bilhões de latas por
ano.
Em 2010, a reciclagem de latas no país movimentou
cerca de R$ 1,8 bilhão. Desse total, R$ 555
milhões foram injetados diretamente na coleta.
De acordo com o empresariado, o volume de latas
de alumínio coletado em 2010 equivale à
geração de pelo menos 251 mil empregos
no setor.
As entidades também apresentaram os resultados
da Greendex 2010, pesquisa feita anualmente pela
National Geographic desde 2008 sobre consumo ambientalmente
sustentável no mundo. O Brasil ficou em segundo
lugar entre 17 nações, atrás
apenas da Índia. Segundo o diretor executivo
da Abralatas, Renault Castro, deve-se comemorar
o resultado, mas com ressalvas.
“Comemoramos porque a base do nosso consumo é
mais sustentável do que a de muitos países,
mas alguns índices são reflexo do
estágio de desenvolvimento econômico
do país”, disse Castro, referindo-se a dados
da pesquisa como o que mostra que os brasileiros
se locomovem mais do que a média mundial
por meio de transportes públicos e considerando
que essa tendência pode se inverter caso não
sejam feitos investimentos governamentais nesse
tipo de locomoção.
Para avaliar o consumo sustentável das populações
dos 17 países – entre eles a Argentina, Austrália,
os Estados Unidos, a China, o México, a Inglaterra,
Rússia, o Japão, Suécia e Alemanha
– a pesquisa entrevistou 17 mil pessoas sobre itens
como moradia, transporte, alimentação,
energia e atitudes.
No quesito moradia, os brasileiros conquistaram
o primeiro lugar, que considera o número
de quartos nas casas, a tendência de ter aquecedores
e ar-condicionado e o uso de eletricidade “verde”,
principalmente pelo uso de energia hidrelétrica,
entre outras fontes renováveis. A pior colocação
brasileira foi a do quesito alimentação,
com a 16ª colocação, graças
ao baixo consumo de frutas e legumes e à
ingestão de carne em maior quantidade que
outras nacionalidades. No consumo de carnes, o Brasil
se iguala à Argentina.
“Essas pesquisas podem ajudar a orientar políticas
públicas”, disse Castro. “A atitude do brasileiro
mostra uma evolução. Notamos, por
exemplo, o aumento da preocupação
com as embalagens dos produtos".