22/03/2013 - Brasil e Austrália
apresentam diversos pontos de convergência,
a começar pela extensão geográfica
de seus territórios, o que significa
abundância de recursos naturais. Ambos
os países, além de grandes exportadores
de produtos agrícolas, minerais e energia,
comungam valores e interesses comuns no âmbito
das Nações Unidas e no G-20,
especialmente nas questões relacionadas
à mudança do clima e combate
à pobreza.No entanto, apesar das muitas
similaridades, meio mundo separa os brasileiros
dos australianos dificultando um maior intercâmbio,
tanto comercial como cultural e científico.
Um primeiro passo para encurtar essa distância
foi dado em 2012, quando os governos dos dois
países acordaram em elevar a relação
bilateral ao “status”de parceria estratégica.É
na esteira de tal iniciativa que se realizou
na quinta-feira, 21.03, o evento “Diálogo
Brasil-Austrália” reunindo especialistas
de diversas áreas da Universidade de
São Paulo – USP e da Universidade de
Melbourne, com o apoio das embaixadas dos
dois países.
O encontro, realizado no câmpus da USP,
em São Paulo, contou ainda com a presença
de convidados de outras instituições,
entre eles o vice-presidente da CETESB – Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo, Nelson
Bugalho, que participou da sessão sobre
“Energia limpa e nossos recursos naturais”.
O objetivo da discussão foi o de avaliar
os desafios que se apresentam aos dois países
para desenvolver de forma cooperativa pesquisas
nos setores de energia renovável, petróleo,
gás e mineração tendo
em primeiro plano a preocupação
com a questão ambiental.
O vice-presidente da CETESB fez uma exposição
sobre matriz energética ressaltando
que 44,1% da energia consumida no Brasil é
renovável, contra uma média
mundial da ordem de 13,3%. A parcela não
renovável, de 55,9%, decorre do uso
de petróleo, gás natural, carvão
mineral e urânio.
Detalhando o perfil da matriz elétrica
brasileira, Nelson Bugalho disse que “devido
às condições climáticas
favoráveis e ao aumento da geração
eólica, ainda que discreto, a participação
da parcela renovável aumentou para
88,9%, em 2011”. Para efeito de comparação,
a média global é de 19,5%, segundo
dados de 2009.
Fechando o foco sobre a matriz energética
paulista, disse que no Estado de São
Paulo a parcela renovável é
de 52%. Esse ganho percentual em relação
ao índice nacional decorre principalmente
do uso de energia da cana-de-açúcar
e da hidroeletricidade, além do menor
uso de gás natural.
Em termos de gases de efeito estufa, o Brasil
é responsável por 6% da emissão
global, em decorrência, principalmente,
de atividades relacionadas ao uso da terra
e manutenção de florestas. São
Paulo, apesar de deter cerca de 33% do Produto
Interno Bruto – PIB brasileiro, responde por
apenas 6% do total do país, tendo como
causa principal o uso de combustíveis
fósseis no setor de transporte.
Apesar de apontar a dificuldade do país
em manter as áreas florestadas, situação
agravada com a aprovação do
novo Código Florestal, ressaltou que
o Estado de São Paulo registrou no
período de 1994 a 2005 a recuperação
de parte de sua cobertura vegetal natural
em áreas de Mata Atlântica, contribuindo
inclusive para o seqüestro das emissões
de gases de efeito estufa.
Em tal cenário, Nelson Bugalho prega
o desenvolvimento de tecnologias efetivas
de geração de energia limpa,
aumentando a sua competitividade diante das
tecnologias emissoras. Entende que “é
preciso estabelecer o diálogo entre
ecologia e economia, mudando os modos de produção
e consumo para que o desenvolvimento gere
riquezas sem causar danos ao meio ambiente”.
+ Mais
CETESB e SINDIMOTOR assinam
acordo para incentivar a manutenção
de veículos diesel
05/03/2013 A CETESB e o
Sindicato de Remanufaturamento, Recondicionamento
e Retífica de Motores e seus Agregados
e Periféricos no Estado de São
Paulo – SINDIMOTOR, assinaram dia 4/3, na
sede da agência paulista, um Termo Aditivo
ao Protocolo de Intenções do
PMMVD - Programa de Melhoria da Manutenção
de Veículos a Diesel, que trata do
apoio ao PRÓ-MOTOR, o programa de incentivo
à retífica de motores.
Esse programa tem entre seus objetivos a diminuição
da quantidade de veículos em más
condições de manutenção
em circulação no Estado e a
regularização de parcela da
frota de veículos que trafegam livremente
sem realizar a inspeção veicular
ambiental (e o licenciamento anual) por falta
de recursos financeiros ou de oferta de serviços
de reparação de qualidade. A
consequência dessa diminuição
é, em última instância,
a redução dos níveis
de emissão de poluentes atmosféricos
pela frota circulante.
O acordo foi assinado entre os presidentes
Otavio Okano, da CETESB e Zauri Candeo, do
SINDIMOTOR e da Associação Paulista
de Retífica de Motores – APAREM. Também
participaram do evento Paulo Rogério
Ferreira, vice-presidente do SINDIMOTOR, Pedro
Luiz Árias, vice-presidente da APAREM
e os diretores da CETESB, Carlos Roberto dos
Santos, de Engenharia e Qualidade Ambiental
e Sérgio Meirelles, de Gestão
Corporativa, além de gerentes e técnicos
das áreas de emissões veiculares
da Companhia.
A evasão da frota do licenciamento
anual no Estado de São Paulo é
da ordem de 20 a 30% da frota registrada,
segundo as autoridades de trânsito.
Esses veículos coincidem com a parcela
mais insegura e poluente da frota. Entre eles,
estão os que não dispõem
de recursos financeiros nem de financiamento
facilitado para realizar serviços de
retífica de qualidade nos motores,
e consequentemente, não são
aprovados na inspeção veicular.
Outra parcela, dispõe dos recursos,
mas realiza serviços inadequados de
retífica, inviabilizando a aprovação
dos veículos na inspeção.
O PRÓ-MOTOR prevê a criação
de linhas especiais de financiamento para
usuários de veículos e para
retíficas e reparadoras de motores
com capacitação para realizar
serviços de excelência, de acordo
com as normas NBR 13.032 e NBR 15.831 e com
as melhores práticas de engenharia.
O apoio da CETESB ao PRÓ-MOTOR está
condicionado à aquisição
de opacímetros e ao cadastramento no
PMMVD de todas as empresas beneficiadas pelo
Programa. Caberá à Agência
colaborar com a definição dos
requisitos mínimos e demais critérios
técnicos do PRÓ-MOTOR, oferecer
regularmente treinamentos específicos
obrigatórios relacionados com a correta
operação do opacímetro,
bem como divulgá-lo em seu portal na
internet.
Segundo os representantes da CETESB, espera-se
que o crescimento incentivado da rede de prestação
de serviços de excelência na
área de retífica de motores
corresponda a um crescimento proporcional
da rede de unidades cadastradas no PMMVD,
aumentando a capilaridade e os benefícios
do programa de melhoria da manutenção
da frota diesel no território do Estado
de São Paulo.