05/06/2013 - 7h03 - Meio
Ambiente - Carolina Gonçalves - Repórter
da Agência Brasil
- Brasília – Moradores de um edifício
residencial em Brasília conseguiram
uma economia de mais de R$ 1 mil por mês.
Depois de descobrir uma caixa d’água
que estava desativada há anos, a síndica
do prédio observou a quantidade de
água que escorria da calha da cobertura
quando chovia e se perdia na rua.
“Vi que caía muita água. Como
queria fazer um jardim, decidi usar essa água
para irrigação”, contou Vanda
Maria Ramos. Segundo ela, a obra foi muita
rápida e simples. “Tive que chamar
um eletricista para colocar uma bomba para
captação da água e um
pedreiro fez o buraco em volta do prédio,
levando a tubulação até
a caixa d’água”, explicou.
Segundo Vanda Maria, enquanto a conta de água
dos prédios vizinhos que fazem irrigação
de jardim ultrapassa R$ 4 mil, a fatura mensal
do edifício que administra não
chega a R$ 3 mil.
O retorno desses investimentos, como o aproveitamento
de água, energia solar e outras medidas
ambientalmente sustentáveis, é
levado cada vez mais em conta pelos brasileiros.
Especialistas ambientais e da construção
civil acreditam que os gastos na obra se pagam
entre seis meses e um ano com a economia que
é feita, por exemplo, na conta de água
ou energia elétrica.
As placas de aquecimento
solar (fotovoltáicas) têm sido
cada vez mais usadas no país, principalmente
para o aquecimento da água de chuveiro.
Marcos Casado, diretor técnico e educacional
do Green Building Council no Brasil, organização
internacional de estímulo às
construções verdes que emite
certificações de construções
sustentáveis em várias partes
do mundo, acompanha o mercado há quase
sete anos.
Segundo ele, os custos com
esse tipo de construção já
chegaram a ser 30% mais caro do com obras
tradicionais. Casado ressaltou que hoje gasta-se,
em média, 5% a mais do que em um empreendimento
comum e esse custo inicial se viabiliza pela
redução de custo operacional
nas edificações.
A maior oferta de produtos e tecnologias oferecidas
pelo mercado resultou no barateamento dos
custos no decorrer dos anos. Marcos Casado
disse que a redução no preço
final do empreendimento é reflexo,
também, do maior número de unidades
produzidas.
O Ministério do Meio
Ambiente disponibilizou uma cartilha em sua
página na internet, com dicas de medidas
que podem ser adotadas por qualquer cidadão.
Entre essas informações estão,
por exemplo, o posicionamento solar, a manutenção
de vegetação nativa para o equilíbrio
térmico e os sistemas de reaproveitamento
de água da chuva.
O Rio de Janeiro é
o segundo estado com o maior número
de certificações em andamento
no país - são 134 projetos em
andamento e 12 empreendimentos certificados.
São Paulo está em primeiro lugar,
com 419 projetos que aguardam a certificação
e outros 75 empreendimentos certificados.
De acordo com o GBC Brasil, os estados que
mais investem em empreendimentos sustentáveis
são os que têm maior participação
de profissionais em cursos de especialização
nesse tipo de obra. A organização
capacita diversos especialistas do setor a
partir de um programa que já formou
mais de 45 mil profissionais em cursos realizados
em 20 cidades do país.